domingo, 19 de setembro de 2010

Imprensa italiana taxa "Comer, Rezar, Amar" de kitsch

A imprensa italiana recebeu com desdém o mais recente filme de Julia Roberts, “Comer, Rezar, Amar” (“Eat, Pray, Love”) debochando da sua visão romântica de uma viagem de autodescoberta de uma mulher norte-americana.
"A única coisa que falta na Roma de Julia Roberts é o bandolim", escreveu o jornal diário La Repubblica, no sábado.

“Comer, Rezar, Amar” – no Brasil estréia em 1º de outubro - baseado no best-seller de Elizabeth Gilbert sobre as lembranças de uma busca pelo sentido da vida depois do divórcio, mostra a viagem da personagem de Julia Roberts, Liz à Itália, Índia e Indonésia.

A parte sobre a Itália, onde Liz saboreia um sorvete, pizza e o jeito latino de viver, deixou furiosos os críticos locais.

"Chove espaguete, os italianos estão sempre gesticulando e seguindo garotas estrangeiras, gritando vulgaridade e depois ficando noivos de uma simpática dona de casa, para agradar às suas mães dominadoras, tudo isso sob a égide de 'dolce far niente'", escreveu o crítico da La Repúblicca, Curzio Maltese.

O jornal diário La Stampa, de Turim, taxou o filme, dirigido por Ryan Murphy e co-estrelado pelo ator espanhol, Javier Bardem, de "kitsch" lamentando que os atores italianos do elenco ficaram presos à imagens retrô da Itália dos anos de 1950. "É assim que eles gostam de nós nos Estados Unidos, barulhentos, desinibidos, sempre soubemos disso, mas dessa vez o efeito está além do limite aceitável".

O jornal Il Messagero disse que não estava muito incomodado pelo clichê das mães dominadoras, pelas senhorias barulhentas ou pelos italianos amantes do prazer, mas que se sentiu ofendido pela presença do espanhol Javier Bardem, companheiro de Julia Roberts, no filme.

"Ver o glorioso Bardem fazendo o papel de amante latino num filme desses dói muito", escreveu.

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