quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O universo de Clarice Lispector em "Minha vontade de ser bicho"

O que diferencia o homem do animal? A natureza humana é primitiva? O que nos aproxima de nós mesmos? Questões como essas são levantadas na obra de uma das escritoras mais controversas de nossa literatura. Clarice Lispector falava que escrevia para ficar livre de si mesma. Também falava que escolher a própria máscara é o primeiro gesto voluntário humano e solitário. Colhendo essas e muitas outras frases e pensamentos de Clarice e apresentando um pouco da personalidade intrigante da escritora o Grupo Delírio Cia. de Teatro abre a temporada 2011 de espetáculos do Teatro Novelas Curitibanas (rua Carlos Cavalcanti, 1222).
Três mulheres, três histórias que se intercalam e em comum a escrita indefinível e mágica de Clarice Lispector. Com adaptação e direção de Edson Bueno o espetáculo Minha vontade de ser bicho fala de vida e morte, amor e renúncia, o significado da felicidade e sentimentos íntimos presentes num espetáculo de comunicação aberta. A peça trata também de descobertas. Uma das características da literatura de Clarice Lispector e a tomada de consciência da própria vida, a partir de acontecimentos banais ou não.
As três mulheres dessa peça (que se assume como tal perante o público, num exercício de metalinguagem) passam a refletir sobre a verdade que nunca permitiram viver e sobre os sentimentos que por mais que tentem, não conseguem expressar com palavras”, explica o diretor Edson Bueno. Outro aspecto do espetáculo, de acordo com Bueno, é a pura literatura das palavras. “As palavras que ditas ou escritas nunca conseguem expressar a verdade. São como flores de plásticos que imitam as verdadeiras, mas nunca serão sequer silenciosas como elas”, diz o diretor.
Minha vontade de ser bicho fica em cartaz de 17 de fevereiro a 20 de março, de quinta a domingo, sempre às 20h. A novidade desse ano dos espetáculos do Teatro Novelas Curitibanas, viabilizados pelo Fundo Municipal de Cultura, é que a entrada é gratuita.

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