terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cervantes e Bolaño se encontram na Caixa Cultural

Escrevendo na mesma língua, mas separados por quatro séculos, o espanhol Miguel de Cervantes e o chileno Roberto Bolaño estarão reunidos na sexta edição do projeto “EntreMundos – Mundo da Leitura, Leitura do Mundo”. O encontro, que levará ao palco da Caixa Cultural a leitura de suas obras, será realizado nesta quarta-feira, 3 de agosto, às 20h.
O público poderá acompanhar a leitura de contos de um livro de cada autor. De Miguel de Cervantes, foi escolhida a obra “Novelas Exemplares” e, de Roberto Bolaño, “Putas Assassinas”. Os textos serão lidos por Débora Vecchi e por Marcelo Munhoz, que também assina a direção desta edição do projeto. As palavras dos dois escritores serão acompanhadas pelo som de alaúdes tocados por Silvana Scarinci e Roger Burmester. E, como de praxe, o evento será finalizado com um debate, que dessa vez contará com a mediação de Isabel Jasinski, do Departamento de Letras da Universidade Federal do Paraná.
De acordo com o diretor Marcelo Munhoz, os dois autores serão, de certa forma, confrontados. “Optei por assumir a contextualização do Bolaño e a descontextualização de Cervantes”, explica ao citar as diferenças temporais entre os dois e a proximidade histórica com o escritor chileno. “Enquanto o primeiro faz questão de afirmar que está de acordo com as convenções da sua época, Bolaño deixa que o ímpeto siga seu caminho, literariamente falando”, completou.
Munhoz também lembrou o fato de que os dois autores exigem uma leitura atenciosa. “Cada um, por ir muito a fundo no que se propõe, exige uma dicção muito própria, muito precisa”, destacou o diretor.

EntreMundos
Depois dos projetos “Brasis: Leituras Plurais” e “XX Narrativas do Século XX”, realizados em 2009 e 2010, neste ano serão dez edições mensais de “EntreMundos - Mundo da Leitura, Leitura do Mundo”. Enquanto nas iniciativas anteriores focou-se na literatura de um determinado período ou de um espaço, a nova versão busca colocar em diálogo obras e autores através do tempo, tendo a narrativa como fio-condutor.
Nas cinco primeiras edições, foram lidos trechos de Giovanni Bocaccio, Lima Barreto, Paulo Venturelli, Voltaire, David Foster Wallace, Italo Calvino, Julio Cortázar, entre outros. Durante o ano, ainda serão visitados autores como Milan Kundera, Lygia Fagundes Telles e Anton Tchekov.

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