segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

“Eu Eu Eu José Lewgoy” em cartaz na Cinemateca

Eu Eu Eu José Lewgoy é um documentário que apresenta a trajetória profissional deste ator de muitos talentos, intercalada por fatos marcantes de sua vida pessoal e complementada por inúmeros depoimentos de personalidades ligadas ao cinema e televisão, que trabalharam com ele ou foram seus amigos durante muitos anos, como: Tônia Carrero, Millôr, Chico Caruso, Gilberto Braga, Luis Fernando Veríssimo, Anselmo Duarte, Glória Pires, Guilherme de Almeida Prado, Sérgio Augusto entre outros.
A produção revive trechos dos trabalhos mais representativos do ator; cenas de seus principais trabalhos e outras curiosidades de sua vida, relatadas por sua família e amigos.
Além dos depoimentos captados em Veranópolis, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, Cláudio Kahns filmou em Yale e em Nova York com alguns amigos do ator, como Elliot Stein, crítico de cinema do Villlage Voice e Fabiano Canosa; na Áustria, com Werner Herzog, premiado diretor de “Fitzcarraldo”, em uma entrevista profunda (feita por seu filho, Rudolph) e com quem construiu bela amizade, retratada num emocionado depoimento. Outro momento importante na trajetória de Lewgoy foi seu trabalho em “Terra em Transe”, de Glauber Rocha, um dos filmes mais importantes da cinematografia nacional. O documentário retrata os trabalhos mais representativos de Lewgoy em quase 30 anos na TV Globo.
Lewgoy era de família judaica, filho de mãe americana e pai russo, que vieram ao Brasil tentar a sorte junto às recentes colônias italianas da região da serra gaúcha. Na infância, José Lewgoy já falava inglês, português e italiano, a língua oficial das brincadeiras infantis da pequena cidade onde vivia e se destacava dentre seus 7 irmãos, já participando de peças de teatro. Desde cedo, aos 15 anos, saiu para trabalhar. Passou pela Editora Globo, onde foi tradutor; estudou teatro em Yale no final dos 40, por indicação de Érico Veríssimo; morou 10 anos na França, onde fez vários filmes franceses, e trabalhou até com exportação de café na Alemanha, em Hamburgo.
De volta ao Brasil, Lewgoy atuou em diversos filmes até render-se aos encantos da televisão brasileira, com trabalhos memoráveis em inúmeras novelas, nunca esquecendo seu lado culto, crítico e irônico, que pode ser lido nas crônicas que assinava no Pasquim.
Eu Eu Eu José Lewgoy não é uma simples biografia, mas uma viagem no tempo e na complexidade de um homem de muitas inquietações e de muitos talentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário