terça-feira, 27 de março de 2012

Camerata Antiqua abre temporada 2012 com concerto no aniversário de Curitiba

A abertura da temporada 2012 de apresentações da Camerata Antiqua de Curitiba, patrocinada pelo Ministério da Cultura e pela Volvo, integra as comemorações dos 319 anos da cidade e também é voltada à Semana Santa. Nesta quinta-feira (29), às 20h, a Capela Santa Maria (rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro) abriga o pré-lançamento do concerto “A Paixão de Bach”, sob a regência do maestro mineiro Luís Otávio Santos. Na ocasião, será executada a versão reduzida do programa, com entrada franca. O espetáculo completo acontece às 20h de sexta-feira (30) e às 18h30 de sábado (31), com ingressos a R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada).
A “Paixão Segundo São João”, escrita por Johann Sebastian Bach (1685 – 1750), estreou na Sexta-feira Santa de 1724, na igreja luterana de Leipzig (Alemanha). A peça, considerada pelos estudiosos da música universal como uma das maiores obras corais de Bach, mostra que o compositor escrevia para alimentar o espírito. Ao longo dos séculos, a composição teve formas diversas de interpretação, mas, neste concerto, a Camerata Antiqua resgata os padrões estéticos do barroco.
“Na música antiga, a interpretação é mais retórica, mais eloquente. E a Camerata sempre teve um olhar atento para essas obras”, ressalta o regente Luís Otávio Santos, que contará com cantores convidados para o espetáculo. No papel principal do Evangelista atuará o tenor americano David Munderloh e, como Jesus, estará no palco o barítono austríaco Norbert Steidl.
A obra é uma representação dramática do texto contido no Evangelho de João, emoldurada por dois corais – na abertura e no final – e dramatizada de forma reflexiva em recitativos, corais e árias. O tenor é o narrador – a voz do evangelista João. Os demais solistas cantam as palavras de Jesus, de Pilatos, de Pedro e de outros personagens que participam da história. Bach dá às palavras do coro configurações mais elaboradas do que nos recitativos solos.
A Paixão Segundo São João é triste, emocional, intensa e meditativa. A profundidade da obra é alcançada a partir de sua sutileza. Por mais difícil que fosse trabalhar dentro dos limites do texto de João, Bach foi capaz de criar uma obra em movimento, com unidade musical e fortes traços psicológicos, além de profundamente espiritual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário