Após temporada de sucesso no Rio de Janeiro, Xanadu inicia uma turnê nacional, com Danielle Winits, Miguel Falabella e Danilo Timm encabeçando o elenco e passa por Curitiba, no Teatro Positivo (rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300), neste final de semana, às 21h, com ingressos a partir de R$ 70,00.
A trajetória de Xanadu já o transformou num clássico. Começou com o filme, um dos símbolos mais representativos dos excessos da década de 80, até chegar à Broadway em 2007. Desta montagem vem a inspiração para a superprodução dirigida por Miguel Falabella, com versão do jornalista Artur Xexéo.
Mas pelas bandas de cá, as coisas mudam um pouco de figura. Enquanto os americanos abusaram ao máximo da cafonice oitentista, a releitura brasileira também o faz, só que com ‘‘uma pimenta, um molho todo nosso”, segundo Falabella. E o diretor segue à risca a premissa de Umberto Eco de que “o kitsch é a comunicação que tende à provocação do efeito” e conduz um espetáculo que ri de si mesmo:
Em Xanadu, os deuses da mitologia grega descem à terra para ajudar os humanos. Entre eles, Clio - uma semideusa que adota o nome de Kira quando se disfarça como terrena -, que vem ajudar Sonny Malone (Danilo Timm), um artista incompreendido que pretende abrir uma casa noturna diferente de tudo que havia sido feito até então. Para isso, ela conta com a ajuda de Danny Mc Guire (Miguel Falabella, que também interpreta Zeus).
Enfim, Xanadu é kitsch, intencionalmente cafona, excessivo e confronta o dito bom gosto estabelecido com uma vasta gama de cores berrantes e ícones máximos do exagero dos anos 80. É também um exemplo de legítimo e até ingênuo entretenimento pop, um delírio dadaísta. E que pelas habilidosas mãos de Miguel Falabella e Artur Xexéo desloca o subtexto e ri, com deboche e ironia, das próprias idiossincrasias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário