domingo, 26 de agosto de 2012

“Preto no Branco” na Caixa Cultural de Curitiba

Na Caixa Cultural Curitiba a exposição “Passageiro do Preto & Branco – fotografias 1946 – 2012”, do fotógrafo gaúcho Flávio Damm, que reúne os mais marcantes “instantes decisivos” do artista, desde 1946 até os dias de hoje. A intenção da mostra é celebrar a arte da fotografia, sem cortes ou edição, a foto em preto e branco e a estética do olhar sensível, registrado num instante pelo artista. Com 80 fotografias selecionadas pelo designer Felipe Taborda, curador da exposição, a mostra tem entrada franca e ocupa a galeria da CAIXA Cultural até o dia 21 de outubro.
Nascido em Porto Alegre (RS), Flávio Damm começou a fotografar aos 14 anos, na época da 2ª Guerra Mundial. Ao saber que quem fazia as fotos dos combates, como a das tropas alemãs em frente ao Portão de Brandenburgo, não eram soldados e sim fotojornalistas, teve a certeza do que queria fazer: “ver pelos outros”, como lhe explicou seu pai na ocasião.
Esse “ver pelos outros” guiou toda a trajetória profissional de Flávio, fazendo-o integrar a equipe de fotojornalistas das revistas “O Cruzeiro” e “Time Magazine”, fotografar para as agências “Black Star” e “Globe Photos”, em Nova Iorque, e fundar a agência “Image”, no Rio de Janeiro. O reconhecimento do seu trabalho fez dele verbete no “Dicionário Nungesser de Fotografia”, editado na Alemanha, e título do “Concurso Flávio Damm de Fotografia” da Fundação Assis Chateaubriand. Essa experiência o aproximou da concepção de arte fotográfica, iniciada pelo fotógrafo alemão Erich Salomon, nos anos 1920, e consagrada mundialmente pelo fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, nos anos 1930-1940, que a adjetivou como “Bressoniana”.
A ideia de “instante decisivo” / “instante roubado”, da fotografia “Bressoniana” é captar um instante único e mágico, que não se repetirá mais, e que guarda uma imagem celebrando a sensibilidade e a graça do olhar atento do artista para a vida cotidiana. Para Flávio, são necessárias três condições: a sorte de encontrar o bom motivo, a paciência para esperar o momento certo do clique e o talento para obter um bom resultado. Flávio se tornou um apaixonado pelo desconhecido em uma busca incansável de “ver pelos outros”.

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