terça-feira, 11 de junho de 2013

Casa Estrela já está aberta à visitação na PUCPR

A Casa Estrela, um dos exemplares mais originais da arquitetura de madeira de Curitiba, que foi reinaugurada na última quinta-feira (6), agora é um espaço cultural aberto à visitação. A construção, que fica no Campus Curitiba da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), no bairro Prado Velho, está aberta de segunda a sexta-feira das 8h às 12h e das 14h às 16h.
No local, que se tornou Unidade de Interesse de Preservação (UIP), foi instalado um museu para exposições fotográficas e com a história da família Gonçalves de Castro, um ambiente explicativo sobre a teosofia e o esperanto e um anfiteatro onde alunos de escolas visitantes podem conhecer a história da Casa.
Todo o projeto da Casa, que incluiu desde o desmonte da edificação, a retirada do local anterior, o transporte e, por fim, a reconstrução dentro da universidade, foi desenvolvido pela PUCPR, em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC). A obra foi subsidiada pelas leis de incentivo cultural. Foram seis anos de trabalho, que é assinado pelo professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR Cláudio Forte Maiolino.
Na inauguração, foram homenageados os filhos do contador Augusto Gonçalves de Castro - o construtor da casa -, Idalina Castro dos Santos e Carlos Augusto de Castro, o reitor da PUCPR, Clemente Ivo Juliatto, o arquiteto responsável pelo projeto de restauração, Cláudio Maiolino e o gestor do projeto da Casa Estrela, Irmão Frederico Unterberger.
O evento, que começou com uma missa (na qual também foi comemorado o Dia de São Marcelino Champagnat) e apresentações de um duo de violinos e de teatro em esperanto, também teve a participação dos presidentes da FCC, Marcos Cordiolli, do Ippuc, Sérgio Póvoa Pires e do Grupo Marista, Irmão Délcio Afonso Balestrin, além do superintendente executivo do Grupo, Marco Cândido.

Formato - O nome da casa é uma referência ao formato da construção, cuja planta é baseada em uma estrela de cinco pontas. Construída no bairro Alto da Glória na década de 1930 por Gonçalves de Castro, a casa foi moradia de sua família até os anos 1990.
No entanto, após ser desocupado o edifício sofreu as ações do tempo e do vandalismo, e era alvo constante de especulações imobiliárias. Para proteger o patrimônio da família, os descendentes do contador optaram por retirar a Casa Estrela do local e a doaram para a PUCPR.
A forma da casa simboliza ideais pacifistas e de unidade dos povos expressados por correntes seguidas por Castro, como a teosofia e o esperanto. A construção durou quatro anos e foi feita por ele próprio, com auxílio de ferramentas precárias e um lampião de carbureto, sempre após seu expediente normal na empresa Macchine Cottons.

Projeto - Para a coordenadora do Laboratório de Técnicas Retrospectivas da PUCPR, professora Nancy Valente, o construtor superou inúmeras dificuldades na projeção e construção do edifício, que praticamente não apresenta ângulos retos. “A forma pentagonal de sua planta exigiu encaixes por vezes complicados, o que gerou soluções inusitadas, resolvidas nas próprias peças”, explica.
A madeira utilizada na edificação foi basicamente o pinheiro do Paraná, que na época era abundante e barato. As tábuas, de aproximadamente sete metros, foram escolhidas pelo próprio construtor em uma serraria local.
O vínculo entre o projeto Casa Estrela e a Universidade possibilitou aos acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUCPR participarem de todo o processo. “Os estudantes que atuaram no levantamento arquitetônico, mapeamento, desmonte do edifício e remontagem puderam perceber na história da Casa Estrela o real papel do arquiteto, que além de projetar, constrói, desenvolvendo durante a obra os meios necessários para que a edificação aconteça”, conta Nancy.

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