sábado, 24 de agosto de 2013

Incidência de uso de narguilé em Curitiba preocupa autoridades de saúde

Curitiba é a capital com maior incidência do uso de produtos derivados do tabaco – sem considerar o cigarro – entre adolescentes. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), divulgada no ano passado pelo IBGE, 14,4% dos estudantes de Curitiba afirmaram ter usado algum produto derivado do tabaco, especialmente o narguilé, nos 30 dias anteriores à pesquisa. O índice é três vezes maior que a média nacional, que foi de 4,8%. O assunto é um dos temas da campanha do Ministério da Saúde para o Dia Nacional de Combate ao Fumo, que acontece na próxima quinta-feira, 29 de agosto, e em Curitiba terá ações de conscientização na Boca Maldita.
O narguilé apareceu em destaque na pesquisa: foi citado por 93% dos adolescentes, que listaram ainda produtos como cigarrilha, charuto, cachimbo e outros. De origem oriental, o narguilé é um grande cachimbo composto de um fornilho, onde o fumo é queimado, um recipiente com água perfumada e um tubo, por onde a fumaça é aspirada por várias pessoas que compartilham uma sessão.
A médica Cláudia Weingaertner Palm, coordenadora do Programa de Controle do Tabagismo da Secretaria Municipal da Saúde, diz que o uso do narguilé em Curitiba vem crescendo nos últimos anos, principalmente entre os adolescentes, que ignoram os riscos à saúde ocasionados por esse tipo de produto. Segundo ela, uma sessão de narguilé equivale ao consumo de cem cigarros. Isso porque expõe o fumante à inalação de fumaça, sem nenhum tipo de filtro, por um período muito superior ao do consumo de um cigarro.
Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, assim como os outros produtos derivados do tabaco, o narguilé contém nicotina e as mesmas substâncias tóxicas do cigarro convencional. E a fumaça do narguilé tem quantidades superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas do que as contidas na fumaça do cigarro”, explica.
Claudia diz que o aspecto visual, os aditivos aromáticos e ainda o papel de socialização são fatores que contribuem para popularizar o uso do narguilé entre os adolescentes e jovens. “Mas, assim como acontece com o cigarro, o narguilé e outros produtos provenientes do tabaco não podem ser vendidos para menores de idade”, enfatiza.
A PeNSE foi realizada entre abril e setembro de 2012 pelo IBGE, com o apoio dos Ministérios da Saúde e da Educação. Em Curitiba, a pesquisa foi realizada com 2.153 alunos de 43 escolas públicas e particulares.


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