O Museu Oscar Niemeyer (MON) receberá nesta
quinta-feira (2), às 19 horas, a exposição “Acaso Controlado”, do artista
carioca Daniel Feingold. A mostra ocupará a sala 2, com cerca de 40 obras,
dentre fotografias e pinturas. A entrada na hora da abertura será gratuita.
Com curadoria da cientista social,
historiadora e curadora de arte Vanda Klabin, a exposição se divide em quatro
ambientes. No primeiro, serão apresentados três obras históricas, entre elas, o
tríptico Grid# 02, que fez parte da Bienal do Mercosul, seguidas de outras duas
obras da série “Espaço Empenado”, dando um caráter retrospectivo da carreira de
Feingold. Nas salas seguintes serão apresentados quatro pinturas da série
“Estrutura” e cinco pinturas da série “Yahweh”.
Fechando a exposição, serão
apresentadas 32 fotografias da série "Homenagem ao Retângulo", feitas
no Jardin des Plantes, em Paris. “A
fotografia para Feingold é um modo de apreensão do real e o eixo condutor do
seu aparelho sensível e perceptivo”, comenta a curadora.
Para Juliana Vosnika,
diretora-presidente do Museu Oscar Niemeyer, “oferecer ao público a
oportunidade de conhecer obras emblemáticas da produção de Daniel Feingold,
artista carioca que já tem seu nome estabelecido nas artes visuais brasileiras
atende o nosso propósito de disseminar a cultura e acrescentar mais informações
ao repertório do nosso visitante”.
A série negra, que o artista chama de
Yahweh (Javé) leva o nome do Deus judaico do Antigo Testamento e é composta por
telas pintadas em preto sobre branco, na posição vertical e, depois, unidas na
horizontal, formando dípticos de grandes dimensões. Essa série marca um novo
ciclo de trabalhos do artista.
Serão apresentadas ainda quatro
pinturas medindo até dois metros e oitenta cada, da série “Estrutura”, são
dípticos, em esmalte sintético, cada um com uma paleta reduzida de cores,
enfatizando as questões: estrutura, plano e cromatismo. Pinturas degrande
formato através do qual o espaço bidimensional da tela interage incisivamente
com o observador.
A série fotográfica nomeada “Homenagem
ao Retângulo” é composta por 32 imagens. As fotografias dessa série são
abstrações geométricas feitas a partir de troncos de árvores secas do Jardin
des Plantes, que o artista descreve como uma maneira de reestruturar o espaço,
contradizendo a situação arquitetônica.
Processo de criação - Daniel Feingold
trabalha com esmalte sintético escorrido, e a pintura acontece neste processo,
quando a geometria organiza o olhar na apreensão do movimento dos planos. A
articulação da grade geométrica é atingida pela fluência do esmalte sintético
escorrendo na tela sem que o artista interfira no seu movimento. O controle surge
pela combinação da espessura da tinta com a precisão obtida pelo ritmo e
quantidade despejada. Não há fitas separando os campos de cor, não há pincel,
rolo ou espátula.
Feingold revela o seu enfrentamento
direto com a pintura por meio da execução de unidades de grande escala. A
exuberância da matéria combina um sistema pictórico com conceitos críticos, com
o repensar a arte, seus limites, suas inquietações. O seu trabalho pulsa,
irradia-se para as bordas e margens em formas ondulantes, fluidas, sempre
materializando um novo gesto.
O Secretário de Estado da Cultura, João
Luiz Fiani, ressalta que “o Museu Oscar Niemeyer está atento com o que acontece
no mundo, essa contemporaneidade é muito importante, e trazer as obras do
Daniel Feingold é fundamental para que o
museu se firme cada vez mais como espaço expositivo atualizado. É um artista de
grande categoria e isso só vem enaltecer o trabalho do museu”.
Sobre o artista - Nascido no Rio de
Janeiro, em 1954, formou-se em Arquitetura na FAUSS, RJ 1983. Estudou História
da Arte e Filosofia com o crítico de arte Ronaldo Brito, UNIRIO/PUC 1988-1992;
Teoria da Arte & Pintura e Núcleo de Aprofundamento, EAV Parque Lage, RJ
1988-1991; Mestrado no Pratt Institute, NY 1997. O artista tem como trajetória
exposições no Museu de Arte Moderna (MAM-RJ), 5° Bienal Mercosul e agora mostra
suas obras no Museu Oscar Niemeyer.
Quinta + MON - Neste mesmo acontece o
“Quinta + MON”, quando o museu fica aberto das 10h às 20h e após as 18h a
entrada é gratuita. Além da inauguração, os visitantes poderão conferir 11
mostras em cartaz: “MAC/MON - Um Diálogo”, “Olhar InComum: Japão Revisitado”,
“Prêmio Objeto: Brasil”, “Moderna para Sempre”, “Nos Pormenores um Universo -
Centenário de Vilanova Artigas”, “Obras Sob Guarda do MON”, “Histórias do Acervo
MON - Em Aberto”, “Museu em Construção”, “Cones”, “Espaço Niemeyer” e “Pátio
das Esculturas”. O MON Café e a MON Loja
também ficam abertos.
Mais informações: 3350-4400 ou museuoscarniemeyer.org.br.
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