quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Revistas teen são tema da reportagem especial do Cândido de agosto

Nos anos 2000, as revistas teen, voltadas para o público adolescente, dominavam as prateleiras das bancas de jornal. No entanto, essa história iniciou 50 anos antes, no período pós-guerra, quando as mulheres começaram a ingressar no mercado de trabalho e as redações apostaram no potencial de um novo público consumidor. Este é o tema da reportagem de Lucas de Lima na edição de agosto, número 153, do jornal Cândido, publicação da Biblioteca Pública do Paraná.

Na retranca, são destacadas as capas dos primeiros anos da revista Seventeen, que refletem as mudanças no posicionamento editorial ao lidar com um público leitor até então pouco explorado.

Em comemoração aos 80 anos de Paulo Leminski, celebrados em agosto, sua filha caçula, Estrela Leminski, escreve uma pensata sobre sua busca pessoal pelas origens da família, explorando pesquisas, relatos e pistas deixadas por seus avós. O jornal publica também a última seleção do Especial Nicolau, com um texto de Paulo Leminski sobre a poesia em Curitiba, acompanhado por um poema do próprio escritor, com materiais da 1ª e 2ª edição. 

Na série especial “Mulheres contra a Ditadura”, o repórter Francisco Camolezi escreve o perfil de Sonia Lafoz, guerrilheira que participou do assalto ao cofre do governador Adhemar de Barros.

O Cândido também traz, em sua seção de literatura, um texto de Paulo Rogério Bentes Bezerra sobre o centenário de James Baldwin, o escritor que uniu negritude e homoerotismo na literatura, além  do conto inédito "Irmão", de Carla Guerson. Na editoria de fotografia, Ana Lucia Ciffoni compartilha cenas do cotidiano urbano registradas entre 2017 e 2022. A capa é de Iuri De Sá.

Em fase de seleção, próxima montagem do Teatro de Comédia homenageará Dalton Trevisan

O Centro Cultural Teatro Guaíra está com um edital de chamamento aberto para atores e atrizes profissionais para composição de elenco da próxima montagem do Teatro de Comédia do Paraná (TCP), a ser realizada em 2025. O edital já foi publicado e prevê a contratação de 12 profissionais, com pagamento de R$ 25 mil para cada. O período de inscrição vai até 30 de setembro deste ano.

Esta montagem do Teatro de Comédia do Paraná será uma grande homenagem ao maior contista vivo do País, o curitibano Dalton Trevisan, que em junho de 2025 completará seus 100 anos de vida. Uma reativação do TCP desde 2019, já que a peça “Todo Mundo”, com direção de Rodrigo Portela, não chegou a estrear, pois começaria na semana em que o teatro fechou as portas devido à pandemia, em 2020.

A direção da peça ficará a cargo da atriz, diretora e produtora Nena Inoue, presente na cena teatral há mais de quarenta anos, com cerca de oitenta espetáculos no currículo. Ao longo de sua trajetória, Nena esteve em contato direto com a obra de Dalton Trevisan em diversos momentos, seja atuando, seja dirigindo.

Em 1990, atuou na primeira peça que abordou a obra de Dalton Trevisan no teatro, "Mistérios de Curitiba", com direção de Ademar Guerra. Nena Inoue e Ademar Guerra também trabalharam juntos em "O Vampiro e a Polaquinha", de 1992, com novas perspectivas sobre os contos de Dalton, tornando-se grande sucesso da história do teatro paranaense e que permaneceu seis anos em cartaz, com apresentações no Teatro Guaíra e Teatro Novelas Curitibanas em Curitiba, além de itinerâncias pelo Paraná e São Paulo.

O Teatro Novelas Curitibanas, aliás, ganhou este nome como uma homenagem indireta a Trevisan. "Ele se chama assim porque é uma alusão ao livro Novelas Nada Exemplares. Na época, Ademar Guerra sugeriu esta homenagem e teve o apoio de outras pessoas da classe, como Lucia Camargo, que então presidia a Fundação Cultural de Curitiba", conta Nena Inoue. "Paranã" e "Inferninho Cabaré" foram outras duas transposições da narrativa daltoniana aos palcos idealizadas por Inoue e sua empresa, o Espaço Cênico.

"O Dalton é avesso a qualquer tipo de exposição pública, mas como ele já me conhecia desde os 'Mistérios de Curitiba' sempre tive um canal, uma troca com ele, e por isso autorizou essa montagem, agora pelo Teatro de Comédia do Paraná", afirma a atriz, que contou com a intermediação de Fabiana Faversani, gestora da obra do escritor.

A grande protagonista do espetáculo será Curitiba. A cidade, muito mais do que um cenário em toda a obra do escritor curitibano, estará na montagem do TPC com grande evidência. O recorte dramatúrgico ainda está em processo, mas a peça promete apresentar uma perspectiva inédita e contemporânea da obra do vampiro de Curitiba. "Quero fazer um espetáculo que dialogue com um público jovem e pretendo falar sobre o Dalton de hoje, trazer seu olhar sobre a cidade hoje, porque ele sempre esteve antenado e nunca parou de produzir", pontua Inoue.

A equipe já conta com Henrique Fontes na dramaturgia e assistência de direção; Beto Bruel na iluminação; Karina Matzenbacher na cenografia e adereços; Babaya na direção de texto e preparação vocal; Carlos Cavalcanti na preparação corporal física; trilha sonora por Lilia Nakahodo e Greice Torres e a consultoria de Fabiana Faversani, gestora da obra de Dalton Trevisan.

PROCESSO SELETIVO – O edital de chamamento do Teatro de Comédia do Paraná para atrizes e atores profissionais está aberto até o dia 30 de setembro de 2024. Os candidatos interessados devem preencher todos os campos do formulário de inscrição, bem como anexar os documentos obrigatórios.

Vale destacar que o processo seletivo adota critérios diferenciados de pontuação para contratação de profissionais que integrem um dos seguintes grupos: mulheres; pessoas pretas e pardas; comunidades tradicionais; populações nômades e povos ciganos; pessoas LGBTQIAP+; pessoas com deficiência e pessoas idosas.

As inscrições devem ser feitas exclusivamente pela internet por links para pessoa física ou pessoa jurídica. Em caso de dúvidas dentro do período de inscrição, o candidato deverá encaminhar e-mail para dpa@cctg.pr.gov.br.

A previsão é que as audições ocorram em novembro deste ano e os ensaios iniciem em janeiro de 2025. A peça terá uma temporada no Guairinha, em Curitiba, e o Centro Cultural Teatro Guaíra pretende levá-la para apresentações em teatros da região metropolitana de Curitiba e, em um segundo momento, apresentações pelo Paraná e outros estados Brasil afora.

TPC – Um marco do movimento teatral público, o Teatro de Comédia do Paraná já completou 60 anos. O projeto foi criado em 1963 com a finalidade de orientar e coordenar as atividades teatrais do Teatro Guaíra.

O primeiro diretor foi Cláudio Côrrea e Castro que montou “Um Elefante no Caos”, de Millôr Fernandes, a peça de estreia. Para a montagem do TCP, Cláudio teve como assistente de direção Glauco Flores de Sá Brito, que hoje dá nome ao Miniauditório do Teatro Guaíra. No elenco estavam Paulo Goulart, Nicete Bruno, Lala Schneider e José Maria Santos, entre outros, e nomes que estavam nos bastidores viriam a ganhar os palcos, como Danilo Avelleda, que na ocasião executava contrarregra e locução.

Em 1974, o TCP inaugurou o Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto (Guairão) com a peça “Paraná, Terra de Todas as Gentes”, de Adherbal Fortes e Paulo Vítola, sob direção de Maurício Távora.

"O TCP é a grande produção teatral do Estado e não se resume só a Curitiba; nossa expectativa é de que essa convocatória chegue a todas as regiões do Paraná", diz Nena Inoue. "Dirigir essa montagem é uma responsabilidade grande, um desafio e uma honra por se tratar da obra do nosso maior contista, Dalton Trevisan, um escritor, vivo, lúcido e gênio".


Jony Gonçalves apresenta concerto de guitarra flamenca no Sesc da Esquina

Quem ama flamenco e, em especial, a música flamenca, não pode perder a apresentação única do músico curitibano Jony Gonçalves, nesta quarta-feira, 21 de agosto, às 20h, no Sesc da Esquina, em Curitiba.

Os ingressos já podem ser adquiridos pela plataforma Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/jony-goncalves-cinco-sentidos-guitarra-flamenca-em-concerto/2480020 e custam R$ 90,00 e R$ 45,00 (meia).

O show “Cinco Sentidos - Guitarra Flamenca em Concerto” será a primeira apresentação de Jony como solista.

O formato do show é inédito já que o músico tem raiz na música flamenca como acompanhante, há mais de 20 anos trabalha com a arte flamenca no Brasil em projetos instrumentais acompanhando baile e cante.

No repertório, ele traz composições próprias e convida o público a embarcar em uma viagem de emoções pelo caminho da sua arte. É um mergulho no mundo da música com intervenções da dança flamenca. “Em “Cinco Sentidos” a música é a protagonista. Reúno neste concerto fragmentos de memórias de muitos aprendizados adquiridos na minha trajetória, é também uma homenagem aos mestres da música flamenca”, conta Jony.

Acompanhado do violinista Dave Bohnke, do percussionista Gustavo Rosa e do filho Vini Galeano na guitarra e palmas, além de Ozir Padilha na voz (cante), Jony interpreta estilos musicais variados, como taranta, tanguillos, soleá, combinados com sua influência de ritmos brasileiros e latinos.

O show conta com a participação especial da bailaora Miri Galeano “Perlita” (baile flamenco), esposa de Jony, e do violonista Murillo da Rós.

Estou muito feliz em realizar este concerto e poder oferecer ao público a oportunidade de apreciação da música flamenca”, revela o instrumentista.

“Araucária” é um dos temas do repertório, no palo (estilo) tangos extremeños remete às raízes do músico com a cidade de Curitiba. Já a composição “De Sur a Sur”, um tanguillo com influência latino-americana, cria um elo entre o flamenco do sul da Espanha com o sul do Brasil.

O repertório do show “Cinco Sentidos – Guitarra Flamenca em Concerto” inclui ainda: “Pérola” (taranta); “Alegria de Vivir” (alegrias); “Soleá del Maestro” (soleá); “Tema Surpresa”; “Rumba Improvisada”; “Seguiriya Miri”; “Encuentros Flamencos” (fin de fiesta).

JONY GONÇALVES - Guitarrista flamenco curitibano trabalha há mais de 20 anos com a arte flamenca no Brasil em projetos instrumentais e acompanhando baile e cante. Reconhecido no âmbito nacional e internacional, é diretor e professor do grupo Perla Flamenca Arte em Movimento ao lado de sua esposa, a bailaora Miri Galeano "Perlita”. Assina a direção musical de espetáculos nos principais festivais de flamenco do Brasil e de grupos profissionais de vários estados do país. Atuou em vários países como Argentina, Uruguai, Paraguai, Espanha e Japão. Acompanhou os maiores nomes do baile e cante flamenco mundiais como Miri Galeano "Perlita", Manuel Liñan, La Tacha, Domingo Ortega, Inmaculada Ortega, José Maya, Pol Vaquero, Isaac de los Reyes, Torombo, Antonio Canales, Iván Vargas, José Anillo, Encarna Anillo, Rocío Bazán, Concha Jareño, Carmen La Talegona, El Carpeta, El Farru, Choro Molina, Jesus Carmona, Patrícia Guerrero, Maria Moreno, Pedro Córdoba, entre outros.

MIRI GALEANO "PERLITA" - Bailaora, professora e coreógrafa formada pelo Ministério de Educação de Assunção, no Paraguai, onde nasceu.

Estudou e trabalhou com artistas renomados da América Latina, Europa e Ásia. Bailou ao lado de maestros como Juan Manuel Fernández Montoya "Farruquito", Antônio Canales, José Anillo, entre outros.

Trabalhou no Tablao Las Carboneras, no XIII Jerez Off Festival, nas Peñas Torres Macarena (Sevilla) Perla de Cádiz, no Centro Cultural Flamenco Madrid, em grandes Festivais do Brasil e da América Latina. Ao lado de Jony Gonçalves dirige o Estúdio e Tablao Perla Flamenca em Curitiba.

O Teatro do Sesc da Esquina está situado na Rua Visconde do Rio Branco, 969, Centro). Mais informações: 99571-7379 ou https://www.instagram.com/jonyflamencocwb/

sábado, 17 de agosto de 2024

Comédia "Doidas e Santas" desembarca no Guairinha neste sábado

O auditório Salvador de Ferrante (Guairinha) receberá “Doidas e Santas”, espetáculo teatral idealizado e estrelado por Cissa Guimarães, neste sábado (17), às 21h. A comédia expressa as inquietações da mulher moderna, como maternidade, realização profissional e pressão estética. Os ingressos estão disponíveis pelo Disk Ingressos.

No elenco, Giuseppe Oristanio, o marido turrão e machista que não tolera a ideia da separação da psicanalista Beatriz, vivida por Cissa; e Josie Antello, intérprete das outras três personagens femininas. O texto foi criado por Regiana Antonini a partir do livro homônimo de Martha Medeiros - uma coletânea de crônicas que ajudaram a construir a peça bem-humorada com a qual a plateia se identifica imediatamente. A direção da comédia é de Ernesto Piccolo, que trabalha conceitos como a “quarta parede”, inserindo o público na trama. A plateia participa de cada um dos dilemas e sofre junto com Beatriz (e se diverte junto com todo o elenco).

Indicada para maiores de 16 anos e vista por mais de 500 mil pessoas em mais de 20 cidades, a comédia romântica “Doidas e Santas” se consagrou como um dos espetáculos teatrais de maior sucesso do Brasil. A montagem completou dez anos em abril de 2020, quando aconteceria a turnê comemorativa, que foi adiada em razão da pandemia. Agora, em 2024, a peça passa por diversas localidades, incluindo a capital paranaense.

Já a iluminação utiliza-se das cores como elemento marcante nas transições de emoção durante a montagem. O cenário de Sérgio Marimba ambienta uma casa na qual as mudanças de objetos cênicos refletem no arco dramático de cada personagem, assim como o figurino, de Marília Carneiro e Helena Araújo, respeitando a cartela de cores de cada um, criando signos que representam as sensações e personalidade dos que estão em cena.

Flávia Reis e Ricardo Cubba trazem para Curitiba o show de humor

“Deixa Que Eu Conto”, show de humor com Flávia Reis e Ricardo Cubba, chega em Curitiba para uma única apresentação neste domingo (18), no palco do Teatro Fernanda Montenegro.

Com direção de Fernando Caruso, o espetáculo traz histórias hilárias no formato stand-up e personagens conhecidos do público pela televisão, teatro e redes sociais, como Vanda da Van, que rodou o país por seis anos, abrindo as peças consagradas do saudoso Paulo Gustavo, grande parceiro artístico e amigo de Flávia Reis.

A premiada atriz é bastante conhecida por atuações em programas de comédia e novelas na televisão, além de séries nas plataformas de streaming.

Humor com mais de três milhões de seguidores - Mofe, principal personagem de Ricardo Cubba, e que lhe rendeu mais de três milhões de seguidores nas redes sociais, também está em “Deixa que eu conto”.

Na peça, sem sair de cena para troca de figurinos, a dupla brinca com diferentes acessórios para dar vida a personagens clássicos de contos de fadas.

Os comediantes, aliás, iniciaram a parceria profissional em 2021 quando gravaram uma versão autoral para o conto Cinderela, dos Irmãos Grimm. O entusiasmo do público impulsionou Flávia e Ricardo a criarem esquetes para Branca de Neve, Frozen, A Pequena Sereia, Moana, entre outros, que estarão no show de humor com data na capital paranaense.

O Teatro Fernanda Montenegro está situado no Shopping Novo Batel (Rua Coronel Dulcídio, 517, Batel) e os ingressos estão disponíveis no Disk Ingressos.

Neste domingo, concerto da Orquestra Sinfônica será "Cenários", com grandes obras internacionais

A Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP) convida o público para o concerto "Cenários", marcado este domingo (18), às 10h30, no Teatro Guaíra. Com o patrocínio do Colégio Positivo e realização do IAOSP - Instituto de Apoio à Orquestra Sinfônica do Paraná, o evento contempla três obras, cada uma com uma narrativa e estilo distintos: “Margariteña Glosa sinfónica”, do compositor venezuelano Inocente Carreño; “Concerto para Clarinete, op. 57”, do dinamarquês Carl Nielsen (com o solista Jairo Wilkens no clarinete); e “Os Pinheiros de Roma”, do italiano Ottorino Respighi.

 “Teremos para este concerto o talentosíssimo regente venezuelano Roberto Ramos. Para o programa, escolhemos obras muito diversas e interessantes", diz Roberto Tibiriçá, diretor musical e maestro titular da OSP. Para ele, o destaque vai para "Os Pinheiros de Roma", do italiano Respighi, que faz parte da Trilogia Romana e que está completando 100 anos em 2024. “É uma peça multimídia, em que teremos sons de pássaros e projeções que enriquecerão a apresentação da obra. Exige uma formação orquestral muito vultosa e com vários efeitos sonoros. Tenho a certeza que todos irão apreciar”.

Convidado para reger este concerto, o maestro Roberto Ramos teve sua trajetória musical consolidada em diversos países. Nascido em Caracas, começou na música de forma despretensiosa aos 5 anos, quando morava com a família nos EUA. Aos 12 anos, ao retornar para a Venezuela, passou a se dedicar ao estudo em música, chegando à primeira graduação pela Universidad Experimental Nacional de Artes (UNEARTE). Está no Brasil desde 2018, onde formou-se mestre pela Universidade Federal de Rio Grande do Norte. Atualmente é maestro da Orquestra Infanto-Juvenil Alegro (OIA), do Paraná.

Os ingressos começam a ser vendidos nesta segunda-feira (12). Eles estarão disponíveis na bilheteria do teatro e no site DeuBalada.com.

PROGRAMA – O concerto se inicia com "Margariteña (Glosa Sinfónica)", de Inocente Carreño. Composta em 1954, esta obra, que completa 70 anos, celebra a rica herança cultural da Ilha de Margarita, onde nasceu o compositor. Carreño utiliza temas tradicionais para evocar a atmosfera da sua terra natal, oferecendo uma visão mágica e emocional da Venezuela. "Margariteña" é uma peça que reflete a essência da ilha caribenha através de suas memórias pessoais e da tradição musical local, sendo uma das obras mais significativas do repertório venezuelano.

A seguir, o concerto apresenta "Concerto para Clarinete, Op. 57", de Carl Nielsen, com o solista Jairo Wilkens. Composto em 1926, este concerto destaca-se pela riqueza expressiva dedicada ao clarinete. Nielsen, conhecido por sua inovação e virtuosismo, dedicou esta obra ao clarinetista Aage Oxenvad, oferecendo um solo desafiador e variado. O concerto explora temas de luta interna e complexidade emocional, refletindo a jornada pessoal do solista e do compositor.

Fechando o programa, a orquestra executará "Os Pinheiros de Roma", de Ottorino Respighi. Esta peça, que celebra seu centenário neste ano de 2024, é uma das composições mais célebres do repertório italiano e faz parte da Trilogia Romana de Respighi. Dividida em quatro seções, cada uma retrata um cenário específico de Roma, desde a vibrante Villa Borghese até a histórica Via Ápia. A orquestração inovadora e a inclusão de efeitos sonoros inovadores, como a gravação de um rouxinol, oferecem uma experiência sonora imersiva e cinematográfica, refletindo a grandiosidade da cidade que a inspirou.

Os ingressos custam R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada), disponíveis na bilheteria do Teatro Guaíra ou pelo site DeuBalada.com

Teatro José Maria Santos recebe peça baseada na obra de Paulo Leminski

O Teatro José Maria Santos está recebendo até domingo (18) a peça "Cabaré Haikai", baseada na obra de Paulo Leminski. Trata-se de uma forma de celebrar a vida e obra do artista curitibano que faria 80 anos em 2024. Leminski foi uma figura multifacetada e fundamental para a arte brasileira, com contribuições marcantes na poesia, na literatura, na música, e até nas artes visuais. Sua obra abordou de forma crítica e inovadora o papel da arte na sociedade e agora é o mote da peça. 

A temporada no José Maria Santos, espaço pertencente ao Centro Cultural Teatro Guaíra, tem apresentações neste sábado (20h) e domingo (16h e 19h). Os ingressos podem ser adquiridos pelo DiskIngressos

Com direção de Rodrigo Fôrnos, a montagem aborda, entre outros aspectos, como as reflexões e produções de Leminski questionam a função da arte no contexto sociocultural brasileiro. “Leminski constantemente desafiou a separação entre a alta cultura e a cultura popular. Ele acreditava que a arte deveria ser acessível e refletir a vida cotidiana das pessoas, rompendo com a elitização”, destaca.

Partindo de obras consagradas, como "Ensaios e Anseios Crípticos", "Gozo Fabuloso", "Songbook", "Catatau" e "Toda Poesia", a peça reflexiona sobre a obra de Leminski como poeta e escritor, mas também consagra a sua vertente musical. “O universo musical do artista estará presente de forma marcante e constante ao longo da peça, como forma de ressaltar o seu talento em unir poesia e música”, explica o diretor.

A carreira de Leminski como compositor correu paralelamente e tão intensamente quanto a literária, como afirma Estrela Leminski, que assina a dramaturgia da peça, ao lado de Eduardo Ramos e Fôrnos.

“Meu pai compôs muito. Suas músicas foram gravadas por artistas como Caetano Veloso e Ney Matogrosso, e ele foi convidado para parcerias por figuras fundamentais do Tropicalismo, da Vanguarda Paulista e da cena curitibana”, diz Estrela. “No entanto, como ele não queria se dedicar a interpretar suas próprias composições, muitas pessoas atribuem suas canções a parcerias. Não tanto focado em instrumentos, mas, sim, nessa ideia da linguagem, das palavras e das ideias melódicas, e isso foi desde sempre”.

No palco, os atores Ane Adade, Michele Bittencourt, Renata Bruel e Kauê Persona se debruçam sobre a obra literária e musical de Leminski, artista reconhecido por explorar formas alternativas e experimentais, valorizando a liberdade criativa. Ao mesmo tempo, a peça busca mostrar como o poeta utilizava a arte como forma de resistência cultural, expressão da individualidade e ferramenta para desafiar as normas.

A peça é indicada para maiores de 10 anos e o Teatro José Maria Santos está situado na Rua Treze de Maio, São Francisco.

Caixa Cultural Curitiba apresenta o show “Mariana Aydar & Trio”

A Caixa Cultural Curitiba recebe, nos dias 17 e 18 de agosto, o show “Mariana Aydar & Trio”, da cantora e compositora paulistana Mariana Aydar. O espetáculo conta com clássicos do rico universo musical nordestino, além de releituras adaptadas para o ritmo enraizado na cultura brasileira. A artista faz quatro apresentações no Teatro da Caixa, sábado (17) e domingo (18), às 18h e 20h. As apresentações contarão com intérprete de Libras. 

Fazer apresentação em Curitiba é sempre uma alegria imensa, e é onde vou  levar meu show dedicado ao forró. O público curitibano é sempre muito especial”, destaca a cantora. Mariana conta que é um show com um trio pé de Serra. “Estou indo com uma formação bem roots, Cosme Vieira na Sanfona, Fê Silva na zabumba e Léo Rodrigues na percussão, pandeiro e congas. Vamos cantar músicas do meu repertório como Foguete, Preciso do teu sorriso e Te faço um Cafuné, além de canções do meu disco Veia Nordestina, em uma versão mais pop, mais acústica”.

Por meio dos arranjos ela mostra no show sua paixão pela cultura do Nordeste, que nasceu diante de uma das figuras mais importantes e criativas da música popular brasileira, o mestre Luiz Gonzaga. Mariana é filha da produtora Bia Aydar, que foi empresária do “Rei do Baião” nos últimos anos de sua carreira, e foi assim que ela se apaixonou pela cultura nordestina. 

Com cinco álbuns de estúdio e um documentário lançado, Mariana mostra a força e liberdade de escolha das mulheres, quebrando pensamentos conservadores e patriarcais, e consolidando-se como uma voz atual e necessária para a música brasileira.

Os ingressos para “Mariana Aydar e Trio” custam R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia), à venda presencialmente na Caixa Cultural Curitiba (Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro). Informações: Site Curitiba Caixa Cultural | Instagram @caixaculturalcuritiba ou (41) 4501-8722

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Rota da Seda inspira concerto da Ladies Ensemble no Auditório Regina Casillo

O Oriente e o Ocidente se encontram num mesmo palco em Curitiba. Nos dias 16 e 17 de Agosto, o Auditório Regina Casillo recebe a estreia do concerto “Rota da Seda” com a orquestra Ladies Ensemble. Realizado pelo Solar do Rosário e Ministério da Cultura por meio da Lei Rouanet, esta montagem traz um novo repertório, que liga inspirações orientais com a tradição clássica europeia.

Na sexta-feira (16), a apresentação acontece às 20:00 e no sábado às 17:00. Os ingressos já estão disponíveis no portal Disk Ingressos, com preços a partir de R$ 15.

Primeira orquestra profissional exclusivamente feminina, a Ladies Ensemble recebe quatro músicos convidados para esta apresentação. São eles Abed Tokmaji (alaúde), Agatha Pradnik (acordeon), Lucia Loxca (canto) e Murillo Da Rós (guitarra flamenca). A regência será do maestro Alexandre Brasolim, com direção artística e musical de Fabiola Bach Akel e direção geral de Lucia Casillo Malucelli.

No trajeto das caravanas - O repertório recria o trajeto das caravanas que percorriam um longo trajeto com suas mercadorias exóticas, que partiam da Ásia, atravessavam o Oriente Médio e chegavam até solo europeu. Na verdade, não é apenas uma rota, mas uma série de caminhos comerciais que foram estabelecidos e muito utilizados por mais de mil anos, entre o século I antes de Cristo e o século XV depois de Cristo.

Junto com produtos como a própria seda, metais e pedras preciosas, especiarias e muitos outros, estas jornadas épicas propiciaram um grande intercâmbio cultural à humanidade. É nesta troca que se baseia o novo trabalho das Ladies Ensemble, como conta a fundadora da orquestra, Fabiola Bach Akel. “Por onde as caravanas passavam, foi se criando um grande mosaico cultural que deixou marcas até os dias de hoje. Foi esta essência que nos inspirou a realizar um grande trabalho de pesquisa para retratar parte de toda esta atividade e fusão de conhecimentos”, conta. “As Ladies buscam não apenas fazer música de qualidade, mas também instigar as pessoas a aprenderem mais sobre história e arte”.

Repertório cruza continentes - Durante seus séculos de utilização, a Rota da Seda teve diversos caminhos, por terra e mar, com incontáveis variações. Neste espetáculo, alguns deles são retratados, contando ainda com uma apresentação inicial da professora Clarice Miranda que introduz o público ao contexto histórico e artístico. Clarice lembra que músicos também costumavam viajar nas caravanas, atuando como embaixadores culturais. “Melodias, ritmos, técnicas vocais e instrumentos eram compartilhados entre músicos, resultando em novos estilos”, lembra a professora.

As Ladies não têm a intenção de ministrar uma aula de história, mas as pessoas costumam sair diferentes das apresentações, completa Fabiola. “Ficam tocadas pela beleza da música e instigadas pelas informações que relatam os conhecimentos do passado”.

O espetáculo traz composições tradicionais de países como China, Azerbaijão, Irã, Egito, Síria, Argélia e Grécia, além de temas europeus. No programa, estão: “Raoui” (Contador de Histórias) – de Souad Massi (Argélia); “Maria Matrem” Afonso X (1221- 1284) - Llibre Vermeil de Montserrat (coleção de canções medievais encontrada na Espanha); “Sun Quan, O Imperador” - Música tradicional chinesa; “Dovlet” - Música Tradicional  do Azerbaijão e Turquia; “Hegira” - Maurice Jarre (França); “Banat Iskandaria” (Filhas de Alexandria) - Mohammed El-Bakkar (Irã); “Love in Damascus” - Lena Chamamyan (Síria); “Ya Nassim Al Rih” (Canção do Vento) – Marcel Khalife (Líbano); “Awal Suhur” (Primeiro Encontro) – Mario Kirlis (Egito); “Ya Rayah” (O Viajante) - Rachid Taha (Argélia/Marrocos); “Et Dodim Kala” (O Amor da Noiva) – Música tradicional sefaradita;  “Sto Lavrio Ginete Xóros” (A Dança Acontece em Lávrios) - Manos Hadjidákis (Grécia).

Contrapartidas sociais - Como em todas as montagens da temporada, “Rota da Seda” também terá atividades de contrapartida social. No dia 7 de Agosto, às 14:30, as Ladies Ensemble realizaram um ensaio especial que teve na plateia pessoas idosas atendidas pela FAS (Fundação de Ação Social), no próprio Auditório Regina Casillo. Já no dia 14 tem um ensaio aberto ao público em geral, às 19:00, no mesmo espaço cultural, que é mantido pelo Solar do Rosário.

Estas atividades são partes fundamentais do projeto, pois levam a música erudita para públicos que na maioria dos casos não têm acesso a estes tipos de conteúdos. Muitos sequer já tinham ido ao teatro”, comenta Lucia Casillo Malucelli, diretora do projeto. “As contrapartidas sintetizam os objetivos deste projeto: formação de novas plateias, compartilhamento de conhecimento com diferentes tipos de púbico, acesso à arte e difusão da boa música”.

O espetáculo é realizado pelo Ministério da Cultura e Governo Federal, união e reconstrução. Tem patrocínio das empresas: Sanepar, Itambé, Pizzatolog, Kuhn, ON Petro, Ciclo Cairu, Tozetto Supermercados, Worker, Grupo Pegoraro, Unimed Laboratório, Oregon, Grupo Incopostes, Impextraco, Embrart, Grupo Foccus, Golfleet, Treméa, Alt Telecom Stampa, Stang, Boulos e Fertipar.

O Auditório Regina Casillo está situado na Rua Lourenço Pinto, 500, Centro. Estacionamento: gratuito no local.

Trabalho invisível: setor de conservação do MON cuida de 14 mil obras de arte

Manter a casa limpa e organizada não é tarefa fácil. Cuidar da louça, tirar o pó dos porta-retratos, ou até mesmo fazer pequenos reparos em uma peça de roupa, por exemplo, são alguns dos cuidados que envolvem o dia a dia de um lar. Imagine, então, um local com 35 mil metros quadrados de área construída e que recebe dezenas de milhares de visitantes todos os meses.

O trabalho do setor de Conservação e Restauro do Museu Oscar Niemeyer (MON) é imenso, ao cuidar de um acervo de aproximadamente 14 mil obras de arte, além das centenas que integram simultaneamente as exposições temporárias. Com um trabalho minucioso, criterioso e muitas vezes invisível ao público, funcionários do maior museu de arte da América Latina verificam cada obra de arte exposta, cada detalhe que possa estar diferente de como a obra chegou até o MON, todos as semanas.

Trabalhamos tanto com a conservação preventiva quanto com o acervo, a partir da catalogação. Todas as peças que entram para o museu, toda a documentação, o termo de entrada, os contratos, e o uso de imagem, passam por essa catalogação”, explica Humberto Imbrunísio, coordenador do setor de Conservação e Restauro.

A equipe responsável por esse trabalho utiliza todo o equipamento necessário, como máscara, luvas e jaleco apropriado para a atividade. A ronda, como é chamado o trabalho de verificação de cada obra de arte, acontece todas as segundas-feiras. É o dia em que o museu está fechado para visitação do público, o que facilita o trabalho de conservação e não atrapalha a experiência dos visitantes. Caso a obra não possua nenhum problema, a equipe faz apenas a limpeza superficial da peça.

Segundo Humberto, ter peças danificadas é algo que não acontece com tanta frequência, mas, ainda assim, o cuidado é essencial para prevenir algum tipo de ação que possa se intensificar com o passar do tempo. “Quando a exposição entra no museu, é feito um laudo técnico, uma análise da peça. A partir do momento que a gente vê que essa peça foi danificada ou está sofrendo algum problema, nós comparamos com o laudo técnico. Caso seja comprovado esse problema, fotografamos a peça e levamos para o setor de restauro”, diz.

A partir disso, existem dois processos, a depender do tipo da obra e sua origem: a abertura do sinistro para o seguro, para que ela possa ser restaurada; ou então o trabalho de conservação preventiva dentro do próprio laboratório. A escolha entre uma opção e outra depende se a obra é do acervo próprio ou se é “emprestada”, no caso de exposições temporárias.

 

DESAFIOS – Dos quase 22 anos de existência do MON, Humberto é funcionário há 20. Ele viu o acervo quintuplicar nos últimos anos e também acompanhou grandes exposições, como dos Gêmeos, Ai Weiwei, Tony Cragg e Jaume Plensa. “Com esse aumento significativo das obras, aumentou também a nossa demanda de trabalho. Seguimos uma metodologia, e a partir dela conseguimos nos adequar à quantidade de trabalho. A partir de um sistema, temos a quantidade de obras e o que precisamos fazer”, explica o coordenador.

É justamente o grande volume de obras de arte o ponto mais desafiador dessa engrenagem para mostrar ao público a grande riqueza cultural que está sob a guarda do MON. “A quantidade de peças é muito grande e a nossa responsabilidade com elas também. Pela quantidade de salas e de obras expostas, temos um trabalho minucioso com todas as obras para ver se sofreram algum dano ou não. É um processo lento, demorado, mas frutífero”, comenta.

Para que as obras não sofram danos, sejam as que estão expostas ou as guardadas no acervo, a equipe de conservação conta com um rigoroso processo de cuidado. São duas reservas técnicas: tridimensional (para esculturas) e bidimensional (para quadros e pinturas em papéis).

As pinturas, aliás, são as que requerem maior atenção e cuidado na preservação. Isso porque elas costumam ser mais influenciadas pela luminosidade e pelo toque dos visitantes, podendo craquelar (rachaduras), afundar ou até perder o pigmento. A depender do tipo e grau do dano, o tempo de restauro também varia. No caso de um descolamento de tinta ou então algo preventivo, o trabalho costuma ser mais fácil, podendo demorar até um mês. Já se a peça rasgar o conserto pode levar cerca de um ano.

A gente passa uma a uma verificando a qualidade da peça, se tem algum problema com luz, problema na exposição ou mesmo sujeira, de as pessoas colocarem o dedo. Isso tudo interfere na cor da peça”, salienta.

A luz, por exemplo, fica desligada dentro das reservas técnicas e só é ligada, rapidamente, no momento em que alguma peça é retirada para exposição ou então para conservação. O mesmo cuidado existe nas exposições, com cada ponto de luz pensado para não danificar a obra. A temperatura ambiente também é monitorada e deve ficar em torno dos 22ºC 24 horas por dia. Qualquer alteração é comunicada pelos seguranças ao setor responsável. A umidade deve ficar na casa dos 55%.

Fora isso, outro detalhe é essencial: as obras do acervo próprio do MON e as temporárias ficam em ambientes distintos. “As obras que são emprestadas nunca entram no acervo. Elas ficam numa sala de trânsito, uma espécie de reserva técnica com os mesmos moldes das que temos aqui. Elas não entram na nossa reserva porque podem contaminar as peças próprias do MON e vice-versa. Então a partir do momento que elas chegam é feita essa triagem”, ressalta Humberto.

E todo esse cuidado tem um propósito maior, segundo ele. “O nosso trabalho é de conservação preventiva, tendo a certeza de que essa peça vai durar muitos anos para que as próximas gerações conheçam e entendam um pouco sobre a história da arte, que vai influenciar o que será feito daqui 60, 70 anos. Essa obra que hoje estamos conservando no futuro vai servir de inspiração para as outras pessoas”, afirma. “É preservar a história”.

"O Coveiro" chega à última semana na Galeria Mezanino da Caixa Cultural Curitiba

A Galeria Mezanino da Caixa Cultural Curitiba recebe, até o dia 18 de agosto, a peça “O Coveiro”. Além da apresentação teatral, o espaço recebe a instalação visual homônima, que estará aberta à visitação até esta semana. Ambas atividades são gratuitas.

“O Coveiro”, nova peça da Rumo de Cultura, é um trabalho que age na intersecção entre teatro, artes visuais e cinema. Durante o percurso da peça, o ator Diego Marchioro monta, diante do público, uma instalação a partir de uma coleção sobre vida e morte. O trabalho convida os espectadores a viver uma experiência multidirecional - fruir um trabalho de teatro que, durante seu percurso, se transforma em uma instalação de artes visuais.

A peça é articulada por fragmentos de textos que falam sobre arte, natureza, relação entre espécies, nascimento, morte, misturas e ovo - o símbolo da vida. A mistura de estilos textuais - poesia, crônica, conto e textos teóricos – dão o tom do trabalho, que tem uma relação profunda com as imagens em vídeo. Na peça, Diego Marchioro se relaciona com imagens de artistas que participam ativamente do Projeto Te(a)tralogia: Isabel Teixeira, Beto Bruel, Cida Moreira, Ná Ozzetti, Nadja Naira, Edith de Camargo e Fernando de Proença - diretor da montagem, atuam em vídeo, ancorando a relação da cena e convidando o público a refletir sobre modos de vida e sobre a morte. A captação de imagens é de Alan Raffo e a montagem é de Pedro Giongo.

Na peça, Diego também interage com objetos visuais criados especialmente para a montagem como uma máquina de cavar, criada pelo artista Guto Lacaz, a obra “Segunda Natureza”, de Milla Jung e um mobiliário de cena, criado por Erica Storer - que assina o cenário de “O Coveiro”. Também faz parte da montagem, um adereço de cabeça criado pelo estilista Walério Araújo. A trilha sonora é de Edith de Camargo e a iluminação de Beto Bruel.

Os artistas articulam a peça e a instalação a partir do hibridismo de linguagens - para encontrar o público, fazem encontrar teatro, artes visuais e cinema que, misturados, criam uma peça instalação sinestésica a fim de mexer com a percepção dos espectadores e refletir sobre vida e morte.

“O Coveiro” é um trabalho multimídia que oferece, além da peça, uma instalação de mesmo nome que fica aberta à visitação durante a temporada do trabalho. E também apresenta uma canção inédita composta por Ná Ozzetti que grava, pela primeira vez, com a cantora Cida Moreira.

Este projeto encerra as ações de Te(a)tralogia - projeto de construção de 4 peças de teatro autônomas que investigam modos e meios de construir a cena a partir de dispositivos como a criação de matérias textuais em sala de ensaio e a pesquisa de materialidades como agentes dos trabalhos. O encontro entre os idealizadores deste projeto – Diego Marchioro, Fernando de Proença e Isabel Teixeira – aconteceu em 2016, com a criação da primeira peça da tetralogia: “Lovlovlov” – peça única dividida em cinco choques - trabalho criado a partir das cartas de amor de Carmen Miranda. Em 2019, estreia a segunda peça deste projeto – “People vs. People” – trabalho que explicita a manipulação de discursos que, retirados de seus contextos, podem incriminar e condenar. Em 2022, entra em cena “O Universo Está Vivo Como um Animal”, terceira peça da Te(a)tralogia criada a partir da vida e obra do cientista Nikola Tesla. Em 2024, “O Coveiro” encerra este projeto amplo, apresentando uma peça instalação sobre vida e morte. Além das peças de teatro, o projeto se alarga a fim de pensar a expansão de ações em teatro: em 2020 cria a áudio série “People vs. Tesla” e, em 2021, o longa documental Te(a)tralogia.

Ao longo da criação da peça-instalação, o projeto ofereceu 32 oficinas gratuitas com os criadores da Rumo de Cultura, sobre as especificidades da criação da cena, oferecidas para alunos de teatro e pessoas interessadas em processos híbridos de criação de cena contemporânea.

Este projeto foi realizado com recursos do Programa de Apoio, Fomento e Incentivo à Cultura de Curitiba - Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba. Incentivadores: Uninter, IPO, Divesa e Phil Young 's.

Indicadas para maiores de 16 anos, as apresentações de “O Coveiro” acontecem de quarta a sábado, às 20h; domingo, às 19h, com entrada franca. Retirada de ingressos na bilheteria a partir de 1h antes.

A Caixa Cultural Curitiba está situada na Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro. Mais informações: (41) 4501-8722.

Teatro Guaíra recebe “Valencianas”, com Alceu Valença e Orquestra Ouro Preto

Do fervor pernambucano ao afeto mineiro, a música de Alceu Valença encontra a maestria da Orquestra Ouro Preto em “Valencianas”, parceria que vem emocionando as plateias ao redor do Brasil. O projeto, que une o cantor e compositor pernambucano à formação mineira em arranjos surpreendentes para sucessos do artista, chega ao Guairão com apresentação única nesta quinta-feira (15) às 20h30. Os ingressos podem ser adquiridos pelo site Disk Ingressos.

Esta será uma das últimas paradas de “Valencianas” em solo brasileiro antes de os artistas saírem em turnê pelo continente europeu, onde irão se apresentar em seis países diferentes, entre janeiro e fevereiro de 2025, celebrando uma década deste encontro singular entre a música popular e a de concerto.

O espetáculo, idealizado por Paulo Roberto Lage, aproximou as ladeiras de Olinda às de Ouro Preto ao passear com alegria pela história de Alceu, abrilhantada pela atmosfera sinfônica da Orquestra, numa simbiose que apenas os verdadeiros encontros são capazes de alcançar. “Valencianas” reverencia a obra do artista e sua assinatura pessoal e intransferível no universo musical brasileiro, exaltando seus maiores sucessos e também lançando luz a outras joias de sua trajetória.

Para Alceu, trata-se de um olhar diferente sobre sua discografia. “Isso acontece muito em função do espírito da Orquestra Ouro Preto. São músicos jovens e muito talentosos, que contagiam pela destreza com que executam seus instrumentos e a maneira com que conseguem captar as nuances da minha música”, diz o compositor.

O resultado é um concerto vibrante, que, junto ao coro da plateia, quebra a formalidade usualmente associada às apresentações eruditas, mantendo a vivacidade e irreverência da obra original ao ser emoldurada por cordas magistralmente arranjadas por Mateus Freire.

No repertório, pérolas do cancioneiro brasileiro, com inspirações que vão dos ritmos nordestinos à ótica contemporânea, passam da bossa ao fado, sem abandonar o lirismo e a sensualidade, em versões para clássicos como “La Belle de Jour”, “Anunciação”, “Tropicana”, “Girassol”, “Como Dois Animais”, “Dia Branco”, “Taxi Lunar”, e muitas outras que, escolhidas a dedo por Alceu, conseguem emocionar os espectadores em arranjos com a marca da excelência da orquestra comandada pelo maestro Rodrigo Toffolo.