A
Biblioteca Pública do Paraná recebeu uma coleção com 792 exemplares de mangás,
as narrativas gráficas japonesas que fazem a cabeça de jovens brasileiros já há
algumas gerações. Os exemplares irão fortalecer o concorrido acervo dessas
obras na BPP – até então eram cerca de 1.500 mangás.
O
Brasil possui a maior comunidade japonesa fora do Japão e muitas das obras
criadas no país asiático são bastante populares por aqui. Além disso, a força
da cultura nipônica pode ser facilmente identificada no Paraná, principalmente
em cidades como Curitiba e Londrina.
A
cerimônia de entrega contou com a presença do vice-governador Darci Piana, do
cônsul-geral do Japão no Paraná, Keiji Hamada, do diretor-geral da Fundação
Japão São Paulo, Masaru Suzaki, além do diretor da BPP, Luiz Felipe Leprevost.
“O Governo do Estado agradece essa doação da
Fundação Cultural Japão São Paulo. Os livros vão se juntar ao grande acervo da
nossa Biblioteca Pública do Paraná”, disse o vice-governador. Darci Piana
lembrou a contribuição japonesa para o Paraná, incluindo a esfera cultural. “Uma cultura milenar, uma cultura que tem uma
tradição extraordinária. Esse povo que tanto ajudou o Paraná, nesses mais de
140 anos da imigração japonesa, que tanto fez pelo nosso Estado, vem somar a
questão cultural com esses livros”.
Keiji
Hamada disse que os laços entre os países podem ser reforçados pela dimensão
cultural. “Realmente é muito importante
para a gente, porque o mangá é uma das culturas mais famosas do Japão no mundo
inteiro. Pensando em relações entre o Japão e o Estado do Paraná, é uma honra e
uma alegria poder doar tantos livros junto da Fundação Japão São Paulo”,
comentou o diplomata.
“É muito oportuna a chegada dessa coleção
como parte da comemoração dos 165 anos da Biblioteca Pública do Paraná”,
disse Luiz Felipe Leprevost em seu discurso. O diretor da BPP comentou sobre
como a arte é um exercício de alteridade, baseado no “interesse de conhecer
mais o outro". "Fico feliz de
receber essa coleção como diretor da BPP, mas também como leitor”,
completou.
Suzaki
concorda com o grande interesse despertado pelas publicações. “Algumas pessoas chegam a aprender o japonês
para ler os mangás na língua original”, arrematou.
INTERCÂMBIO CULTURAL – Entre as obras que o público
paranaense pode encontrar estão clássicos do gênero, como "Akira", de
Katsuhiro Otomo, ou "Ghost in the Shell (Fantasma do Futuro)", de
Masamune Shirow, obras celebradas mesmo entre aqueles que não são entusiasmas
do formato. Mas também estão lá obras mais populares como "Naruto",
de Masashi Kishimoto; "One Punch Man", de Yusuke Murata; e
"Jojo’s Bizarre Adventure", de Asami Araki.
Quando
perguntado se recomenda algum mangá, Hamada é taxativo: “Naruto”. Os quadrinhos, que foram adaptados em três animes
diferentes, são um fenômeno mundial. Mas o cônsul reforça: “Acho que 'Naruto' é um mangá muito famoso,
mas infelizmente eu pertenço a outra geração. Você sabe que mangá muda todos os
anos e minha geração lia mangás mais infantis, mas agora há muitos mangás para
adultos. Uma característica de mangá do Japão é a variedade. Tanto infantil
quanto para adultos”, afirmou.
“Um povo sem cultura não é um povo. Daqui a
200, 500 anos ainda será possível pesquisar esses livros. É fundamental para a
cultura do nosso Estado esse relacionamento entre os dois povos”, reforçou
o vice-governador. “Agradecemos
sobremaneira primeiro pelo que já ajudaram o nosso Estado e agora por essa
oportunidade dessa doação de livros que vão ajudar a BPP a promover a cultura
do nosso povo do Paraná”.
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