O
premiado escritor paranaense Laurentino Gomes virá a Curitiba para lançar o
livro “Escravidão - Volume 3: Da Independência do Brasil à Lei Áurea”,
participar de uma conversa com o público e autografar a obra.
O
evento será realizado nesta quinta-feira (14), às 19h, na Livrarias Curitiba do
Shopping Palladium. A entrada é franca, mas para garantir os autógrafos e fotos
é preciso ter o livro - que pode ser adquirido na hora - e retirar uma das 200
senhas que já estão sendo entregues no local.
TRABALHO E
RECONHECIMENTO - Em
um texto impactante, ricamente ilustrado com imagens e gráficos e fruto de 6
anos de pesquisas - que incluíram viagens por 12 países (Cabo Verde, Senegal,
Angola, Marrocos, Gana, Benim, Moçambique, África do Sul, Colômbia, Estados
Unidos, Inglaterra e Portugal) e 3 continentes (África, América e Europa) - o
livro é o último volume da trilogia “Escravidão”.
Dedicado
ao século XIX, o enredo aborda a Independência, o Primeiro e o Segundo
Reinados; o movimento abolicionista, que resultou na Lei Áurea de 13 de maio de
1888; e ao legado da escravidão, que ainda hoje emperra a caminhada dos
brasileiros em direção ao futuro.
Laurentino
Gomes é titular da Academia Paranaense de Letras e ganhou sete vezes o Prêmio
Jabuti de Literatura - o mais importante do Brasil - com os livros “1808”, “1822”,
“1889” e “Escravidão”.
TEMÁTICA - Na tarde em que o príncipe dom
Pedro chegou às margens do Ipiranga, em 7 de setembro de 1822, o Brasil estava
empanturrado de escravidão. Comprar e vender gente era o maior negócio do novo
país independente.
Homens
e mulheres escravizados perfaziam mais de um terço do total de habitantes,
estimado em 4,7 milhões de pessoas. Outro terço era composto por negros forros
e mestiços de origem africana – uma população pobre, analfabeta e carente de
tudo, dominada pela minoria branca. Os indígenas, já dizimados por guerras,
doenças e invasão de seus territórios, sequer apareciam nas estatísticas.
Na
definição de José Bonifácio de Andrada e Silva, o Patriarca da Independência, a
escravidão era "um cancro que contaminava e roía as entranhas da sociedade
brasileira".
PÉSSIMA HERANÇA - Disseminado por todo o território,
o escravismo perpassava todas as atividades e classes sociais. Maior território
escravista da América em 1822, o Brasil assim se manteria até o final do século
XIX, com sua rotina pautada pelo chicote e pela violência contra homens e
mulheres escravizados.
“Nenhum outro assunto é tão importante e tão
definidor da nossa identidade nacional quanto a escravidão. Conhecê-lo ajuda a
explicar o que fomos no passado, o que somos hoje e também o que seremos daqui
para a frente”, fala o escritor.
Ao
mesmo tempo, Laurentino salienta que o fim da escravidão no Brasil só aconteceu
porque não havia mais como sustentá-la, mas passou longe de ser um plano focado
nas pessoas e na condição social.
“O Brasil não conseguiu ter um projeto
nacional para incorporar sua população afrodescendente na sociedade, na
condição de cidadã; não distribuiu riquezas, não alfabetizou e o resultado é o
que vemos hoje. Desigualdade social no Brasil é sinônimo da herança da
escravidão”, completa o escritor.
SOBRE O AUTOR - Paranaense de Maringá e sete vezes
ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor de “1808”,
obra sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito
o Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); “1822”, sobre a
Independência do Brasil; e “1889”, sobre a Proclamação da República; além de “O
Caminho do Peregrino, em coautoria com Osmar Ludovico da Silva - todos
publicados pela Editora Globo Livros.
Formado
em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação pela
Universidade de São Paulo, é titular da cadeira de número 18 da Academia
Paranaense de Letras.
A Livrarias Curitiba do
Shopping Palladium está situada na Av. Pres. Kennedy, 4121, Portão. Mais
informações: 41-3330-6777.
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