quarta-feira, 3 de julho de 2024

No Miniauditório do Guaira, “Bull” traz à cena relações tóxicas no ambiente de trabalho

Quatro atores, Carolina Meinerz, George Sada, Rodrigo Ferrarini e Sidy Correa, emprestam a voz e o corpo para os personagens de “Bull”, do dramaturgo inglês Mike Bartlett. Com tradução de Luci Collin, o texto aborda as relações humanas dentro do ambiente de trabalho, mostrando até que ponto o ser humano é capaz de chegar para manter-se em uma posição “privilegiada”. O espetáculo tem temporada no auditório Glauco Flores de Sá Brito, o Miniauditório do Teatro Guaíra, entre os dias 3 a 14 de julho; de quartas a sábados às 20h, e domingos às 19h. Os ingressos custam R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia-entrada), e estão à venda no local.

“Bull” pode ser uma tradução para touro ou uma abreviação em inglês para a palavra “besteira” (bullshit), ou ainda para bullying. A peça de Mike Bartlett foi encenada pela primeira vez no Reino Unido, onde ganhou o prêmio de Melhor Peça no Theatre Awards em 2013, e agora ganha a primeira montagem curitibana, com direção da premiada atriz e diretora Laura Haddad. “Tenho uma grande admiração pelo trabalho do Mike, inclusive gosto muito desse texto, que particularmente me interessa muito pela temática do bullying, do assédio e das relações tóxicas que estão em voga em diversos ambientes comuns de convivência, causando stress e comprometendo a saúde mental de muita gente, especialmente após a pandemia”, contou a diretora.

Nos 60 minutos de espetáculo, o público é convidado a acompanhar Tony, Isobel e Thomas, três funcionários que aguardam em uma antessala a decisão do chefe Carter sobre qual deles perderá o emprego. “Bull” aborda as relações humanas de maneira superficial e quando estão em um ambiente de competição, apontando os defeitos e as fraquezas de cada um. Em muitos momentos o público vai esperar uma redenção ou uma escapatória, mas ela não vem porque o mais surpreendente de Bull é que não há reviravolta. “São 60 minutos intrigantes e desconfortáveis”, adiantou Laura.

Indicada para maiores de 12 anos, a peça mostra que os personagens não medem suas palavras, um jogo que mostra a linha tênue entre as políticas empresariais e o bullying praticado nos playgrounds. “Essa é a grande sacada de “Bull”, um espetáculo realista que mostra o pior das pessoas principalmente quando elas estão sob pressão. Traz para a cena o ambiente corporativo e o assédio moral. E nós do elenco e da equipe temos o desejo comum de revelar um pouco dessas relações, dessas guerras que são travadas entre os personagens, e que o público só vai saber no final se algum deles irá ser salvo”, revelou Sidy Correa.

O projeto foi aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet e conta com apoio da Padaria América, Cena Hum, Bait Nazha, Johnny Braza e Lumen Audiovisual.

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