Da
união de corações e mentes entre Adair Chevonika e Euclides Coelho de Souza
nasceu o grande Teatro de Bonecos Dadá, ícone das artes cênicas do Paraná que
ganhou o mundo nos anos do exílio político. Os bonecos e sua história são tema
da exposição Fragmentos Teatro de Bonecos Dadá, que estará aberta para
visitação no Museu da Imagem e do Som do Paraná a partir desta quarta-feira (27).
A
mostra é inspirada no livro de Dinah Ribas Pinheiro, que conta os mais de 50
anos dessa trajetória. A noção de "fragmentos" vem da história da
companhia. Muitos bonecos foram perdidos em batidas da ditadura militar
brasileira, nas mudanças durante o exílio e pela própria marcha do tempo. Ao
mesmo tempo em que é impossível remontar completamente muitas das peças, cada
um dos bonecos é uma janela para a trajetória do Teatro de Bonecos Dadá.
A
exposição é construída através do diálogo dos bonecos com o acervo do próprio
MIS-PR: os objetos tridimensionais, o acervo audiovisual do Bamerindus, as
fotos do acervo Jesus Santoro e cartazes dos festivais e peças do Teatro de
Bonecos Dadá que rodaram o mundo.
“Falar do Teatro de Bonecos Dadá é resgatar a
infância que está em todos os curitibanos, ou os que adotaram Curitiba como sua”,
diz Mirele Camargo, diretora do MIS-PR. “Por
mais de 50 anos, Euclides e Adair brincaram com criatividade e imaginação com
suas peças do teatro de bonecos, as quais o espectador é quem decidia sempre o
final, uma marca registrada do grupo”, lembra ela.
Ela
destaca que a exposição é uma passagem sobre esse fascinante mundo da
criatividade. "Aqui o espectador
terá a possibilidade de conhecer e reviver um pouco desse universo e se deparar
com a interação com o acervo tridimensional do museu”.
DADÁ - Em meio ao turbilhão de
acontecimentos do Brasil dos anos 60, um insuspeito curso de bonecos reuniu
Adair e Euclides. Nascia assim o Teatro de Bonecos Dadá, fruto do profundo amor
e do propósito social transformador. Desde então, durante mais de meio século,
Dadá fez a alegria de milhares de crianças, tanto no Brasil quanto em vários
países da América Latina e da Europa, nos anos do exílio.
Os
espetáculos eram encenados em ruas, praças, parques, quermesses, creches,
escolas, casas paroquiais, barracões, igrejas, circos, garagens, tablados,
carrocerias de caminhão e até presídios – qualquer lugar onde houvesse uma
criança ou um adulto capaz de se encantar com as inúmeras variações de Dadá e
com as histórias encenadas.
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