Figura
ícone do imaginário curitibano, Maria Bueno ganha uma exposição que celebra sua
memória no Museu Casa Alfredo Andersen.
A mostra “Maria Bueno e tantas outras” propõe um diálogo entre o retrato que o
próprio Andersen pintou de Maria Bueno com apropriações de seis artistas da
Capital.
Os
artistas convidados para produzir obras que remetem à Maria Bueno foram André
Malinski (in memorian), Claudia Lara, Giovana Casagrande, Leila Alberti, Rafael
Codognoto e Emerson Persona, que também assina a curadoria.
Os
artistas convidados para produzir obras que remetem à Maria Bueno foram André
Malinski (in memorian), Claudia Lara, Giovana Casagrande, Leila Alberti, Rafael
Codognoto e Emerson Persona, que também assina a curadoria.
“Essa reunião discute como os artistas reagem
à Maria Bueno. Não é uma exposição que vai tratar de uma Maria Bueno em
particular”, afirma Persona.
As
"outras tantas" do título da exposição se referem às outras Marias
que foram retratadas por Alfredo Andersen ao longo de sua prolífica carreira.
Além de Maria Bueno, o visitante poderá ver os quadros Maria Josepha de França
Pimpão, Maria Amélia D'Assumpção, Maria Dias de Paiva e Maria Café.
“É muito significativo para o Museu Alfredo
Andersen falar e representar aspectos da vida de Maria Bueno, uma paranaense
que é tão íntima de todos os curitibanos”, diz Luiz Gustavo Vidal, diretor
do MCAA. “A exposição apresenta várias
interpretações de grandes artistas locais sobre o personagem, o ícone”,
acrescenta.
MARIA BUENO – Assassinada por seu companheiro, um
enciumado soldado raso, no final do século XIX, Maria Bueno é nominada de
“mulher de vida fácil” a santa. A ideia de Maria Bueno foi aos poucos sendo
reapropriada pela cultura desde o assassinato de reputação, com acusações de
prostituição, até a "beatificação popular", com ritos de devoção em
sua honra que acontecem em seu túmulo no Dia de Finados. Como pouco se sabia
sobre ela, qualquer narrativa era provável e reproduzida.
“Essa exposição abre uma série de atividades
sobre ela e o interessante na sua vida é justamente que nós não sabemos nada
dela. A única certeza que temos é que a lenda Maria Bueno foi vítima de
homicídio, sendo a primeira vítima de feminicídio retratada nos jornais da
época. O motivo, a história que cerca sua vida e a relação com o soldado que a
matou são totalmente incertas”, afirma Vidal.
“Até mesmo a forma como ela é retratada
postumamente pelo Alfredo Andersen são representações diferentes das descrições
de como seria Maria Bueno de fato. Uma mulher negra, essa é a questão”,
completa.
O Museu Casa Alfredo
Andersen está situado na Rua Mateus Leme 336, Centro.
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