Um
pai doente recebe a visita dos quatros filhos no hospital. O que seria apenas
um encontro em função de um parente debilitado se revela um acerto de contas
familiar, permeado de humor e afeto, tendo como pano de fundo os últimos 50
anos de História brasileira.
Esta
é a trama da peça “A Tropa”, estrelada por Otavio Augusto e dirigida por Cesar
Augusto, que cumpre nova temporada em Curitiba. O espetáculo já passou por oito
cidades do Brasil nos últimos anos e arrebatou mais de 11 mil espectadores. A apresentação
será no Guairinha e os ingressos estão à venda no Disk Ingressos.
A
nova temporada celebra as comemorações dos 60 anos de carreira no teatro de
Otavio Augusto. Em cinco décadas, o ator trabalhou em dezenas de filmes,
novelas, minisséries e clássicos dos palcos nacionais, como “A Ópera do
Malandro”, “Galileu Galilei” e “O Rei da Vela”, no Teatro Oficina.
Otavio
Augusto está entusiasmado com a ideia de voltar aos palcos com nova temporada
do espetáculo “A Tropa”. Ele recebeu o texto do autor com um convite para
protagonizar a montagem no papel de um ex-militar, viúvo e pai de quatro
filhos. Um homem autoritário que, no leito de hospital, vê as relações veladas
da família serem descortinadas.
Os
filhos são interpretados por Alexandre Galindo, Alexandre Menezes, Daniel
Marano e André Rosa. O embate familiar evidencia a trajetória de cada um: Humberto
é um dentista militar aposentado que mora com o pai; João Batista é o caçula,
jovem usuário de drogas com passagens por clínicas de reabilitação; Artur é um
empresário casado, pai de duas filhas, que trabalha numa empreiteira que está
sob investigação por corrupção; e Ernesto é um jornalista que acaba de pedir
demissão de um jornal e está em crise com a profissão. A premissa é transposta
para o quarto de hospital onde os personagens se veem confinados e expõem suas
enfermidades – ideológicas, sociais, afetivas e familiares.
“Qual o
lugar da tolerância na nossa sociedade hoje? E como exercitar a tolerância e a
diferença em família, o núcleo mais estreito de convívio, regido pelo afeto?
Esse foi o ponto de largada para A Tropa. E é curioso como o texto só fica cada
vez mais atual. A cada novo lance na política brasileira – e foram muitos nos
últimos meses! – o texto fica ainda mais renovado no palco”, explica o
autor, vencedor do prêmio Seleção Brasil Em Cena, do CCBB, como melhor texto
por “A Tropa”.
O
cenário adaptado pelo diretor e cenógrafo Cesar Augusto, apresenta um quarto de
hospital com alguns poucos objetos que foram levados pelos filhos – de
pertences do pai a presentes. Os figurinos de Ticiana Passos são contemporâneos
e ressaltam as particularidades de cada um.
Indicadas para maiores
de 14 anos, as encenações de “A Tropa” acontecem sexta-feira e sábado, às 20h30;
e domingo, às 19h. Mais informações: 3315-0808.
Nenhum comentário:
Postar um comentário