sexta-feira, 11 de outubro de 2024

A atriz Patricia Reis Braga inicia nova etapa do Festival Homero, interpretando o Canto 22 de “Ilíada” no Mini Guaíra

Depois de uma bem sucedida primeira etapa de apresentações, o Festival Homero dá sequência à sua temporada, desta vez no Miniauditório do Teatro Guaíra, nos dias 11, 12 e 13 de outubro (sexta e sábado às 20h e no domingo às 19h). A cada dia, sobe ao palco uma atriz para apresentar um dos segmentos da obra “Ilíada”, conhecidos como cantos: Patricia Reis Braga dá vida aos personagens do Canto 22 (em 11/10), Eliane Campelli encena o Canto 14 (em 12/10), enquanto Katia Horn finaliza a temporada com o Canto 13 (em 13/10). Os ingressos estão à venda pelo Disk Ingressos e custam R$ 50,00 e R$ 25,00 (meia).

A iniciativa é da Companhia Ilíadahomero de Teatro, que há 25 anos se dedica a trazer para os palcos do Brasil e de outros países as obras clássicas da mitologia grega “Ilíada” e “Odisseia”, atribuídas a Homero. É hoje a única companhia de rapsodos do mundo, ou seja, com atores e atrizes que falam de cór os cantos que compõem as obras. “Soubemos disso quando estivemos na Grécia. Hoje isso não existe nem naquele país, onde a obra foi escrita. Isso foi uma grande surpresa”, comenta o diretor e fundador da companhia Octavio Camargo.

O modelo de minifestival tem se mostrado eficaz para apresentar uma diversidade de cantos. Além disso, esta ocasião celebra um período produtivo para a companhia, que teve uma grande demanda de apresentações. “Se contarmos todas as praças nos últimos anos, estivemos presentes em cerca de 15 estados do Brasil”, afirma Octavio.

Considerada a obra fundadora do pensamento ocidental, “Ilíada” se passa durante a Guerra de Troia tendo o herói Aquiles como protagonista, além de diversos outros personagens entre deuses, semideuses e humanos (como Zeus, Heitor, Juno, Júpiter, Vênus, Hipnos, Netuno, entre outros). A companhia utiliza a tradução experimental de Odorico Mendes, feita diretamente dos originais em grego. A iluminação entra como um importante elemento cênico e narrativo para conduzir a história e diferenciar os personagens. Foi concebida por Beto Bruel, um dos maiores e mais premiados iluminadores cênicos do Brasil.

Uma das passagens mais populares da Guerra de Troia

A atriz Patricia Reis Braga inicia em 11/10 (sexta-feira) a nova etapa do Festival Homero com o Canto 22, que relata um dos episódios mais lembrados sobre a Guerra de Troia: a vingança do herói grego Aquiles, que persegue o heroi troiano Heitor, até encontrá-lo para um combate que resultará na morte do oponente, que protegia não apenas Troia, mas também a infidelidade de seu irmão, Páris, ao raptar Helena, dez anos antes, com a ajuda da deusa Vênus. Um episódio comovente, pois Heitor deixará sua casa, sua esposa, seu filho e seus pais absolutamente vulneráveis na sua ausência.

Apesar do formato em que é apresentada, tanto no livro quanto no teatro, “Ilíada” é uma obra muito conhecida do imaginário popular, conforme relata a atriz, ao lembrar do convite para atuar no projeto, em 1999. “Confesso que suspeitava de minhas capacidades para adentrar aquele ‘mundo intelectual’, que por algum motivo habitava meu imaginário. E eis que na primeira leitura do poema, uma grande surpresa se revelou, e pensei comigo: ‘conheço isso de algum lugar’ (risos). Eu venho, também, de formação, do teatro popular, no qual o mundo maravilhoso das antigas tradições e dos mitos é exaltado. E é isso o que significa para mim, até hoje, se relacionar com este poema desafiador: um grande encantamento familiar e educativo”.

Além da beleza da tradição antiga, a atriz cita a tradução experimental de Odorico Mendes como outro fator de atração, além de ser um grande desafio. “Se apresenta como um novo idioma, um português que entendemos, não sabemos bem o que significa, mas sabemos que foi assim na antiguidade, também, a partir da reunião de vários dialetos da região”, observa. “Odorico é ligeiro, sua tradução pede oralidade e ação. Assim, permitiu Homero sair do livro e ir para cena teatral integralmente, tal como faziam os rapsodos, cada um com seus talentos e seus episódios preferidos. E é isso, também, o que fazemos: uma arqueologia estética”, completa.

Companhia se dedica 25 anos às obras de Homero

Fundada pelo diretor Octavio Camargo em 1999, a Cia Ilíadahomero de Teatro, de Curitiba, e tem por objetivo a encenação do texto integral da “Ilíada” e da “Odisseia” de Homero, entre outras obras literárias de interesse universal. Além do Brasil, a companhia já realizou apresentações em outros países como Grécia, Holanda e Portugal. Em 2023 apresentou “Ilíada” na Língua Brasileira de Sinais (Libras), em um projeto muito bem recebido pelo público e imprensa, em parceria com a produtora cultural Fluindo Libras.

Nenhum comentário:

Postar um comentário