“Afeganistão
– tapetes de paz e guerra” é a nova promoção do Museu Oscar Niemeyer (MON). A
exposição foi inaugurada na Torre do Olho (térreo e primeiro andar). A
curadoria é do colecionador Victor Nosek, com a colaboração do professor e
diplomata Fausto Godoy.
A
mostra reúne 37 tapetes do Afeganistão que retratam cenas de paz e guerra e
refletem momentos diferentes do panorama sociopolítico e cultural daquele país.
Conta com 19 joias afegãs que fazem parte do cotidiano dos povos de regiões nas
quais os tapetes foram confeccionados.
“Hoje,
um museu não é apenas um lugar de preservação,
“Nosso objetivo também é ampliar as
referências culturais. Assim, o MON destaca a riqueza das culturas asiática e
africana, que compõem uma das maiores coleções especializadas das Américas, apresentadas
tanto em exposições de longa duração quanto em itinerâncias pelo Paraná”,
diz a ela.
A
diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, diz que a exposição apresenta os
tapetes como arte, uma oportunidade para o visitante apreciar de perto a milenar
tradição da tapeçaria afegã. “Vale
lembrar que o MON possui o maior acervo de arte asiática da América Latina,
após a doação de milhares de obras, anos atrás, pelo diplomata e professor
Fausto Godoy, o que marcou uma nova vocação curatorial”.
Segundo
ela, abriu-se, então, espaço no acervo, com ênfase também para as artes
asiática, africana e latino-americana, em consonância com os grandes museus do
mundo, tornando-o distinto da tendência eurocêntrica que domina a cultura
ocidental. Tal iniciativa posicionou o Museu Oscar Niemeyer no patamar dos
grandes museus internacionais.
“Nesta vertente, levamos agora até o nosso
público à milenar tradição de tapeçaria afegã que, nas últimas décadas,
incorporou temas bélicos aos seus tradicionais desenhos”, diz Juliana.
Ambas as temáticas são apresentadas nesta inédita exposição, dividida em dois
eixos: paz e guerra.
Fausto
Godoy, que por aproximadamente dois anos atuou como embaixador do Brasil no
Afeganistão, fala sobre a importância política da exposição, e o curador Victor
Nosek explica que os tapetes que refletem o tema da paz são os mais antigos, e
representam cenas pastoris, de natureza em geral ou formas geométricas.
Tribais
e contemporâneos, os tapetes de guerra refletem o período entre 1970-1980 e
estarão expostos, separadamente, no primeiro andar da Torre. “Precisamos olhar para eles, perceber aquela
estética e refletir sobre como é possível criar beleza na guerra”, afirma
Godoy.
Ele
lembra que o Afeganistão é uma das regiões mais politicamente sensíveis do
planeta. “Encravado entre gigantes tão
diversos como Rússia, Índia, Paquistão, Irã e China, sua localização geográfica
não somente o coloca na encruzilhada de grandes civilizações, como também de
algumas das religiões mais importantes do planeta: o islã, o hinduísmo e o
budismo, principalmente”, diz.
O
colecionador e curador da mostra explica que os tapetes tribais de guerra
afegãos fazem parte da tradição: arte como retrato da guerra. “Eles são uma dramática atualização dessa
tradição”, informa Nosek.
Segundo
ele, tais peças representam os primeiros anos da guerra russo-afegã e foram
produzidas por distintas tribos seminômades pastoris, cujo modo de vida se
manteve inalterado por séculos. “Que esta
mostra contribua para reflexão e a humanidade alcance finalmente a paz e o
progresso a que está destinada”, diz o curador.
SOBRE O MON - O Museu Oscar Niemeyer (MON) é
patrimônio estatal vinculado à Secretaria de Estado da Cultura. A instituição
abriga referenciais importantes da produção artística nacional e internacional
nas áreas de artes visuais, arquitetura e design, além de grandiosas coleções
asiática e africana. No total, o acervo conta com aproximadamente 14 mil obras
de arte, abrigadas em um espaço superior a 35 mil metros quadrados de área
construída, o que torna o MON o maior museu de arte da América Latina.
Mais informações: www.museuoscarniemeyer.org.br
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