O olhar de 25 artistas brasileiros sobre temas recorrentes, como diversas formas de violência, a interação entre o homem e a natureza e questões de gênero, sociais e políticas, reflete-se nas obras expostas na 64.ª edição do Salão Paranaense. É possível conferir a exposição até 28 de abril, no Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), em Curitiba. A entrada é gratuita.
Uma das principais premiações de artes plásticas do Brasil, o Salão registrou número recorde de inscrições. Foram 833 propostas enviadas por artistas de 18 estados. “Foi um número surpreendente, que superou o recorde anterior de 711 inscrições registradas no 44.º Salão Paranaense, em 1987” , diz Lenora Pedroso, diretora do MAC. “É uma mostra clara da necessidade do artista de buscar oportunidades para apresentar sua produção. O Salão, que se caracteriza como um evento democrático, continua tendo um papel relevante a desempenhar nesse sentido”, conclui.
Dos trabalhos inscritos, 20 foram selecionados para participar desta edição da mostra, e seus autores foram premiados com o valor total de R$ 205 mil. Entre os destaques estão os trabalhos de Mariana Marcassa, de São Paulo, e do paranaense Daniel Duda, vencedores do Prêmio Residência instituído pela primeira vez nesta edição do Salão. Mariana apresentou a performance no Museu Oscar Niemeyer. A vez de Duda será em maio, em Londrina.
Para a artista plástica Denise Bandeira, uma das curadoras da mostra, merecem destaque a instalação sonora Teia, de Paulo Nenflidio, e o vídeo Bronze Revirado, do mineiro Pablo Lobato. “Cada uma a seu modo, essas obras fazem uma crítica à produção industrial e à automatização da sociedade contemporânea”, pontua. Os dois trabalhos receberam o Prêmio Aquisição e serão incorporadas ao acervo do MAC. Proveniente, quase que em sua totalidade, das diversas edições do Salão, esse acervo reúne obras de artistas como Tomie Ohtake, Burle Marx, Juarez Machado e Poty Lazzarotto.
Além dos artistas selecionados, o Salão apresenta ainda a produção de mais cinco artistas convidados pelo comitê curatorial. Armando Queiroz, de Belém do Pará, Carmela Gross, de São Paulo, Mabe Bethônico, de Belo Horizonte, Rosana Paulino, de São Paulo, e Rodrigo Braga, de Manaus – que participou da 63ª edição do Salão Paranaense como artista selecionado, volta ao Salão Paranaense como convidado.
Criado em 1944, o Salão Paranaense é um dos mais antigos salões de arte promovidos no País. Realizado pela Secretaria de Cultura do Paraná, é abrigado pelo MAC desde 1970. Em 2005, tornou-se um evento bienal, ampliou sua área de abrangência e passou a premiar todos os artistas selecionados e convidados.
O Museu de Arte Contemporânea do Paraná está aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 10 às 19h; sábado e domingo, das 10 às 16h. A entrada é franca.
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