sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

J.D. Salinger é destaque da edição de janeiro do jornal Cândido

A primeira edição de 2017 do jornal Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná, traz um especial sobre o escritor norte-americano Jerome David Salinger (1919-2010), autor que se notabilizou com o romance “O Apanhador no Campo de Centeio”, de 1951. O protagonista da longa narrativa, Holden Caulfield, se tornou um espelho para leitores de diversos países pelo fato de expor o desconforto que todos sentem ao serem expulsos da infância rumo às incertezas da vida adulta. A linguagem fluente e coloquial é outro destaque da obra, um clássico literário que se firmou praticamente desde a sua publicação.
O jornalista Roberto Muggiati assina um ensaio em que comenta o que pode acontecer com o legado de Salinger. “Até morrer em 2010, aos 91 anos e 26 dias, Salinger foi o mais zeloso guardião de sua obra. Com seu desaparecimento, começaram as especulações de que pudesse ocorrer um relaxamento da sua proibição taxativa de transformarem seus livros em filmes e de que também viessem à tona alguns dos textos que alegava escrever diariamente no seu bunker de Cornish, New Hampshire”, diz trecho do texto. Muggiati também traz à tona especulações sobre possíveis novos lançamentos com a assinatura de J.D. Salinger, como um volume com cinco novas histórias sobre os sete irmãos da família Glass e um manual de histórias sobre o ramo religioso hinduísta Vedanta, incluindo contos e parábolas.

Obra revisitada - Já o escritor, crítico literário e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Luís Augusto Fischer analisa características da obra de Salinger, um dos poucos autores que o estudioso gaúcho diz reler. Fischer costuma afirmar que Salinger nunca conta uma história, pura e simplesmente, uma vez que o procedimento do escritor oscila entre dois ou três planos, com um empenho descritivo notável - o que pode ser constatado lendo, e relendo, textos dos livros “Nove Estórias” (1953), “Franny e Zooey” (1961) e “Carpinteiros”, levantem bem alto a cumeeira (1963).
Outro destaque do Cândido 66 é a transcrição do bate-papo com o escritor, dramaturgo, ator, roteirista e poeta Mário Bortolotto. Londrinense radicado em São Paulo, ele participou de uma edição do projeto “Um Escritor na Biblioteca”, com mediação do jornalista Omar Godoy - o jornal também publica dois contos de Bortolotto.
Mariana Alves participa da seção Cliques em Curitiba e, no Perfil do Leitor, a trajetória de leitura de Charles Gavin, ex-baterista dos Titãs, atualmente na banda Panamericana e apresentador do programa “O Som do Vinil”, exibido pelo Canal Brasil. Entre os inéditos, contos de Diego Moraes, poemas da irlandesa Moya Cannon traduzidos por Luci Collin, uma narrativa de Cristiano Castilho e um poema de Antonio Cescatto.

O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O jornal também circula em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino médio do Estado. É enviado, via correio, para assinantes a diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal em www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo, como entrevistas, vídeos e inéditos.

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