O
Museu Oscar Niemeyer (MON) encerra no dia 30 de julho, domingo, a exposição “Kirchgässner:
um modernista solitário”, inaugurada em 21 de fevereiro de 2017. A mostra tem
curadoria de Salvador Gnoato e conta com obras ainda desconhecidas do arquiteto
que antecipou o modernismo no Brasil, Frederico Kirchgässner (1899-1988).
Kirchgässner
nasceu na Alemanha em 1899, vindo para o Brasil pouco tempo depois em 1909.
Instalado em Curitiba, o alemão estudou Artes Plásticas e Arquitetura por
correspondência na Architectktur System Karnack-Hachfeld de Potsdam e na
Deutche Kunstschule de Berlim. No final da década de 1920, foi para Berlim
fazer provas e tirar seu diploma. Lá conheceu Hilda (1902-1999), sua prima, com
quem já trocava cartas. Apaixonaram-se, casaram-se e vieram para o Brasil.
Aqui,
o arquiteto projetou a casa em que moraria com Hilda, no ano de 1930. Na Rua
Jaime Reis, no centro da capital paranaense, a casa de Kirchgässner surpreendeu
com a estética modernista que só seria difundida no país nas décadas de 1950 e
1960. A edificação com laje ao invés de telhado, com pórticos no terraço
emoldurando a paisagem, seguia a tendência modernista já reconhecida na Europa
e Estados Unidos, com Le Corbusier, Ludwig Mies van der Rohe, Alvar Aalto e
Frank Lloyd Wright. Em Curitiba, o usual eram as casas com grandes telhados
inclinados, herança da colonização europeia.
Para
combinar com a vanguarda da casa, Kirchgässner desenhou e produziu móveis de
design inovador, criando um mobiliário notável. O arquiteto projetou também a
casa de seu irmão, Bernardo Kirchgässner, e um pequeno edifício de
apartamentos.
Kirchgässner
trabalhou como topógrafo da Prefeitura de Curitiba. Em 1929, desenhou a Planta
de Curytiba, com nanquim sobre tecido, e uma série de desenhos da paisagem da
cidade. Além da arquitetura, dedicou-se à pintura, e este seu lado artístico
também é exposto na mostra.
A
exposição é composta também por obras de Hilda Kirchgässner, que também era artista
visual e se dedicava principalmente às aquarelas. Em 1941, Hilda teve seu
trabalho reconhecido no I Salão Paranaense de Belas Artes.
Mais
informações: 3350-4400 ou www.museuoscarniemeyer.org.br.
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