(Reuters)
- A humanidade não precisa mais de Deus, mas pode desenvolver uma nova forma de
consciência coletiva, com a ajuda da inteligência artificial, que cumpra a
função da religião, disse o escritor norte-americano Dan Brown nesta
quinta-feira (12).
Brown
fez a afirmação provocadora na Feira do Livro de Frankfurt, onde está
divulgando seu novo romance, “Origem”, o quinto do personagem Robert Langdon,
professor de simbologia de Harvard que também protagonizou “O Código Da Vinci”,
livro que questionou a história da cristandade.
Já
nas livrarias “Origem” (Arqueiro, 432 págs, R$ 49,90) foi inspirado pela
pergunta “será que Deus sobreviverá à ciência?”, disse Brown, acrescentando que
isso jamais aconteceu na história da humanidade.
“Será
que somos ingênuos hoje por acreditar que o Deus do presente sobreviverá e
estará aqui em cem anos?”, indagou Brown, de 53 anos, em uma coletiva de imprensa
lotada.
Passado
na Espanha, “Origem” começa com a chegada de Langdon ao Museu Guggenheim de
Bilbao para acompanhar o anúncio de um bilionário futurista recluso que promete
“mudar a face da ciência para sempre”.
Os
acontecimentos logo tomam um rumo inesperado, dando ensejo a um enredo que
permite ao autor visitar os sítios históricos do país - inclusive Barcelona,
capital da Catalunha, região do nordeste espanhol atualmente em crise devido a
uma iniciativa separatista.
Brown,
que estudou história da arte em Sevilha, expressou sua preocupação e sua
simpatia pelos dois lados do impasse político.
“Amo a Catalunha. Amo a Espanha. Espero que
eles resolvam isso. É uma situação de partir o coração, mas também é um sinal
dos tempos”, disse Brown, acrescentando que a crise também reflete a tensão
entre o antigo e o moderno na sociedade.
O
escritor, que vendeu 200 milhões de livros em 56 línguas, admitiu que não lê um
romance há cinco anos, mas que investigou profundamente e passou muito tempo
conversando com futuristas para criar a trama de “Origem”.
Ele
reconheceu que suas opiniões não serão bem acolhidas pelos clérigos, mas pediu
uma harmonia maior entre as grandes religiões e aqueles que não professam
nenhuma fé.
“O
cristianismo, o judaísmo e o islamismo compartilham um evangelho, liberalmente,
e é importante que todos nós o percebamos”, afirmou. “Nossas religiões são
muito mais parecidas do que diferentes”.
Voltando-se para o futuro, Brown opinou que a mudança tecnológica e o desenvolvimento da inteligência artificial transformarão o conceito do divino.
Voltando-se para o futuro, Brown opinou que a mudança tecnológica e o desenvolvimento da inteligência artificial transformarão o conceito do divino.
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