Com
muito humor e, como não poderia ser diferente, sem papas na língua, o cantor e
escritor Lobão revive as amizades, as parcerias, as primeiras derrotas, as
decepções, as drogas, a baixa autoestima, as gravações ruins e, ao mesmo tempo,
as grandes canções que marcaram a história do rock nacional e da década de 1980
neste “Guia Politicamente Incorreto dos Anos 80 pelo Rock” (Leya, 496 págs).
Ele se confronta com as contradições daqueles anos, sua atmosfera política e o
desinteresse da nova geração de músicos que surgia pelo que chama de
"desgastada e empolada linguagem da ingênua, presunçosa e reacionária
MPB".
Os
anos 1980 ficaram conhecidos como a década perdida. Mas, apesar dos penteados
esquisitos, das ombreiras, do Xou da Xuxa, e da hiperinflação, também foram
anos de muito rock and roll. Pelo olhar de alguém que abraçou a vida bandida
daquela época, o “Guia Politicamente Incorreto dos Anos 80 pelo Rock” apresenta
um retrato irreverente, sincero e pessoal do Brasil a partir dos bastidores de
uma de suas principais expressões culturais. Tomando o devido distanciamento
temporal dos acontecimentos, Lobão (ao mesmo tempo um dos sócios-fundadores
daquele rock e um de seus maiores críticos) não poupa palavras para, de uma vez
por todas, contar todas as verdades sobre os anos 80 - de sua alegria inicial e
real esperança à decadência.
"Por
que o melhor dessa década se esvaneceu? Por que será que não deixou nenhum
legado? Foram as mortes de artistas fundamentais um fator decisivo? Certamente
isso contribuiu de forma dramática para a derrocada... Mas será que foi só
isso? É o que veremos", escreve o autor.
Este
é um verdadeiro representante da família “Politicamente Incorreta”. Um guia
repleto de farpas, ironia, e polêmica, como se espera de um livro desta
coleção, e também, de uma obra escrita por Lobão.
O
autor - Nascido no Rio de Janeiro em 1957, Lobão iniciou carreira como
baterista com o grupo Vímana (com Lulu Santos e Ritchie), em 1974, e,
posteriormente, com a Blitz. Em 1982 lançou seu primeiro álbum solo, “Cena de
Cinema”. Compositor de grandes sucessos como "Me Chama", "Vida
Bandida", "Rádio Blá", "Decadence avec Elegance",
"Vida Louca Vida" e "Corações Psicodélicos", em 1999
decidiu lançar por conta própria o álbum “A Vida É Doce”, que, comercializado
em bancas de jornal de todo o Brasil, alcançou o posto de segundo disco mais
vendido de sua carreira. De 2003 a 2008 editou a revista “Outra Coisa”, que a
cada edição trazia o CD de um músico independente (BNegão, Cachorro Grande e
Mobojó, entre outros). Em 2007 lançou o CD e DVD “Acústico MTV”, que lhe rendeu
o Grammy de Melhor Disco de Rock. “Guia Politicamente Incorreto dos Anos 80
Pelo Rock” é seu quarto livro, após os best-sellers “50 Anos a Mil”, “Manifesto
do Nada na Terra do Nunca” e “Em Busca do Rigor e da Misericórdia”.
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