O
protagonismo dos negros na formação e desenvolvimento de Curitiba é o tema da
exposição aberta na Casa Romário Martins. A mostra “Presença Negra em Curitiba”
retrata os muitos ofícios que os negros desempenharam no surgimento da cidade.
Foram carregadores, calceteiros, extratores e beneficiadores de erva mate;
tiveram ofícios qualificados, como eram os de pedreiro e carpinteiro nos
séculos 18 e 19.
As
mulheres negras também se dedicaram a várias tarefas, trabalhando nas casas e
nas roças, laborando no comércio urbano. No decorrer do tempo, constituíram
associações, produziram arte de qualidade admirável e tornaram-se profissionais
de destaque em vários campos de atuação - na advocacia, na engenharia, na
docência, entre outros.
“Em
pleno século 21, quando a sociedade brasileira se vê diante da necessidade de
inadiáveis mudanças, ganha espaço a luta das populações menos favorecidas por
se fazerem ouvir e terem seus direitos respeitados. Nessa direção, ecoa forte
também a voz negra ao afirmar e reafirmar seu papel secular na construção do
país”, destaca Marcelo Sutil, diretor de patrimônio da Fundação Cultural de
Curitiba.
De
acordo com Sutil, a Fundação Cultural preparou esta exposição visando colaborar
nesse processo de desvelamento da presença e da participação dos negros na
formação de Curitiba, dos primórdios da Vila ao tempo das discussões e
conquistas atuais “Sem omitir o passado, mas buscando sempre o protagonismo de
seus personagens, surgiram temas como trabalho, acontecimentos e locais
emblemáticos, como a Igreja do Rosário, personalidades, religiosidade e o mundo
da cultura; presentes, também, registros de manifestações populares que remetem
ao grande e salutar debate dos negros na sociedade contemporânea”, explica.
A
exposição conta com o acervo do Museu Paranaense, da Comunicação Social da FCC,
da Secretaria de Comunicação Social da Prefeitura, da Sociedade Treze de Maio e
do Centro Cultural Humaitá. Acervos particulares também foram disponibilizados
para compor a exposição. O projeto teve
a parceria da professora doutora Joseli Mendonça, do Departamento de História
da UFPR, que prestou assessoria técnica na definição dos temas que integram a
exposição. O pesquisador e cenógrafo Márcio Marins também colaborou com imagens
e informações sobre a religiosidade. Realizado pela Diretoria de Patrimônio da
Fundação Cultural o projeto teve a orientação de Maria Luiza Gonçalves Baracho
e Marcelo Saldanha Sutil.
A
Casa Romário Martins está situada no Largo Coronel Enéas, 30 (Largo da Ordem -
São Francisco) e está aberta à visitação das 9h às 12h e 13h às 18h (3ª a 6ª
feira) e das 9h às 14h (sábado, domingo e feriado). A entrada é franca.
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