O jornal Cândido, editado pela
Biblioteca Pública do Paraná, dedica sua 29ª edição ao escritor paulistano, que
passou grande parte de sua vida em Curitiba, Valêncio Xavier (1933-2008).
Inclassificável, o autor deixou uma obra transgressora e experimental. “O mez
da gripe” (1981), por exemplo, foi apontado por Décio Pignatari como o romance
mais inventivo das Américas naquele contexto.
Após cinco anos sem o genial Valêncio
Xavier, como ele mesmo se autodenominava, seu legado faz eco. Nas
universidades, multiplicam-se estudos sobre sua obra. A professora Ângela Maria
Dias, da Universidade Federal Fluminense (UFF), é autora do artigo que comenta
os procedimentos do autor a partir de “Remembranças da menina de rua morta nua”
(2006), o último livro organizado por Valêncio ainda em vida.
Já a reportagem de Marcio Renato dos
Santos recupera fragmentos do percurso do escritor, que flertou com o cinema,
escreveu em parceria com o artista Poty Lazzarotto, dirigiu equipamentos
públicos, atuou na televisão e no jornal Gazeta do Povo.
Cândido publica ainda um texto que
Valêncio produziu para um jornal curitibano, sobre o período de férias e
carregado de seu humor característico. Amigos e interlocutores do autor estão
presentes, por meio de depoimentos, dando a real dimensão de um autor múltiplo.
Completam a edição de dezembro a
transcrição do último encontro de 2013 do projeto “Um escritor na biblioteca”
em 2013, que recebeu o gaúcho Michel Laub, inéditos de Luiz Ruffato e Otavio
Linhares, além de uma longa entrevista com a escritora Zulmira Ribeiro Tavares.
O Cândido tem tiragem mensal de 10 mil
exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em
diversos pontos de cultura de Curitiba, em todas as bibliotecas e escolas de
ensino médio do Estado. Também é enviado, via correio, a diversas partes do
Brasil. É possível ler a versão online do jornal no endereço
www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo, como
entrevistas e inéditos.
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