A Caixa Cultural Curitiba promove, nesta
quarta-feira (11), o lançamento do livro “Meia dúzia de criaturas gritando no
palco”, com sete peças teatrais do escritor e jornalista Manoel Carlos Karam,
falecido em 2007, editadas pela Kafka Edições. Antes de se dedicar
exclusivamente à literatura, o escritor e jornalista foi um dos precursores do
teatro experimental no Paraná - criou o Grupo Margem, em 1973, e escreveu e
dirigiu 20 peças teatrais, ao longo da década de 1970.
Durante o lançamento do livro, o
público terá a chance de conferir o espetáculo musical “Ócios do Ofício”,
adaptação da obra da Karam feita por seu filho, o músico Bruno Karam. Também
haverá leituras de trechos de “Encrenca” e “Picando uma cebola em chamas”,
compilações de fragmentos das obras originais do autor, feitas respectivamente
por Nadja Naira, Luiz Felipe Leprevost e Michelle Pucci, em 2007, e apenas por
Nadja Naira, em 2008.
Ineditismo - Três das sete peças
publicadas no livro são inéditas nos palcos: “Um calcanhar avariado e outras
histórias”, “Duas criaturas gritando no palco” e “Ovos não têm janela”. Houve
apenas uma leitura do primeiro texto, feita pelo ator Luis Melo, na inauguração
da SP Escola de Teatro, em São Paulo, em 2009.
Já “Doce primavera” e
“Bicho-de-sete-cabeças” fazem parte de um resgate, no campo editorial, de obras
escritas e encenadas pelo Grupo Margem. A primeira estreou em 1976, no mini
auditório do Teatro Guaíra e, naquele ano, recebeu o Prêmio Gralha Azul, na
categoria melhor ator. Escrita em 1975, “Bicho-de-sete-cabeças” foi trazida
novamente ao público, em 2008, como leitura feita pela Armadilha.
A publicação, de cerca de 500 páginas,
traz ainda um estudo crítico e analítico do dramaturgo carioca Roberto Alvim, e
uma série iconográfica com cartazes, programas de peças e fotografias do autor,
desde a década de 1970.
O autor:
As narrativas de Manoel Carlos Karam
são fortemente marcadas pela linguagem da dramaturgia e do experimentalismo,
sendo reconhecidas como literatura de invenção. Catarinense, radicado em
Curitiba desde a década de 1960, Karam escreveu: “Fontes murmurantes” (1985);
“O impostor no baile de máscaras” (1992); “Cebola” (1997), vencedor do prêmio
Cruz e Sousa de Literatura, da Fundação Catarinense de Cultura, em 1995;
“Pescoço ladeado por parafusos (2001)”; “Encrenca” (2002); “Sujeito Oculto”
(2004); “Comendo bolacha maria no dia de são nunca” (1999), e “Jornal da guerra
contra os taedos” (2008) – boa parte deles reeditados pela Kafka Edições.
O lançamento de “Meia Dúzia de
Criaturas Gritando no Palco” acontece às 19h, com entrada franca. Os ingressos
devem ser retirados na bilheteria do teatro, no dia do evento, a partir das 18h
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