(Reuters) - Uma história que não fica
devendo nada a nenhum romance de espionagem vai ser contada por três
escritores, que preparam livros possivelmente concorrentes sobre as revelações
de Edward Snowden, ex-prestador de serviços da Agência de Segurança Nacional
dos Estados Unidos.
Glenn Greenwald, ex-repórter do jornal
britânico The Guardian, deve lançar seu livro em março. O jornalista
recebeu os documentos confidenciais de Snowden em encontros secretos em Hong Kong depois que o
ex-prestador de serviços fugiu dos Estados Unidos.
O livro é "sobre o meu período com
Snowden em Hong Kong
e sobre as reportagens feitas, mas principalmente sobre a vigilância do Estado,
com base nos documentos que eu tenho (e não o Guardian), e os meus argumentos
de por que essa vigilância é ameaçadora", disse o jornalista por email.
A editora será a Metropolitan Books.
Greenwald discute uma adaptação para o cinema.
O jornal The New York Times publicou em
outubro que a 20th Century Fox, a Sony Pictures e a HBO haviam analisado a possibilidade
de um projeto para as telas. No entanto, Greenwald afirmou que ainda não há
nada acertado em relação a isso.
Possíveis livros rivais estão sendo
escritos por Barton Gellman, blogueiro e ex-repórter do Washington Post, e Luke
Harding, jornalista do Guardian.
Gellman, que escreveu as matérias sobre
Snowden para o Post, mas que não está mais no jornal, declarou que seu projeto
é anterior às revelações do ex-prestador de serviços da Agência de Segurança
Nacional norte-americana (NSA, na sigla em inglês).
"Já tinha começado a trabalhar num
livro sobre sociedade da vigilância quando Edward Snowden apareceu. Ele
certamente enriqueceu as minhas reportagens, mas não estou apostando corrida
contra ninguém. Minha narrativa cobre um tema amplo e tem vários
personagens", afirmou Gellman por email.
Nem Harding, também co-autor de um
livro sobre o WikiLeaks, nem ninguém do Guardian quiseram comentar sobre o
livro do jornalista, que será publicado pelo Guardian em parceria com a
britânica Faber and Faber.
Uma pessoas que conhece o projeto do
jornal disse, sob anonimato, que quando Greenwald deixou o Guardian as duas
partes concordaram que os livros seriam lançados de forma simultânea para que
ninguém tivesse vantagem comercial.
Acredita-se que Snowden tenha baixado
milhares de documentos confidenciais da NSA e do governo britânico, o que
provocou um debate mundial sobre a vigilância eletrônica dos EUA.
Segundo os vazamentos feitos por
Snowden, o Brasil foi alvo de espionagem da NSA, incluindo as comunicação da
presidente Dilma Rousseff.
Nesta terça-feira (17), Snowden, que
está asilado temporariamente na Rússia, disse em "Carta Aberta ao Povo do
Brasil" que está disposto a ajudar nas investigações brasileiras sobre o
monitoramento norte-americano no país, e sugeriu que pode pedir asilo ao
Brasil.
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