A tradicional Roda de Choro do
Conservatório de Música Popular Brasileira de Curitiba volta à agenda cultural,
às 17h desta quinta-feira (20), depois do recesso de início de ano. Sob o
comando de Julião Boêmio (cavaquinho) e Lucas Melo (violão 7 cordas), o
programa - que tem sessões todas as quintas-feiras, a partir das 17h - reúne de
maneira informal músicos e o público interessado no chorinho, para celebrar um
dos gêneros musicais mais representativos da MPB. A entrada é franca.
Os instrumentistas que recepcionam os
participantes do encontro são referência na cena musical curitibana. O violonista
Lucas Melo trabalha nos principais grupos de choro da cidade, entre eles o
Choro e Seresta e Os Curitibocas no Choro. Reconhecido pela habilidade em tocar
violão, popular e clássico, além de cavaquinho, o instrumentista também mostra
seu virtuosismo no violão 7 cordas, sendo requisitado para acompanhar grupos e
solistas.
O cavaquinista curitibano Julião Boêmio
é compositor de choros, maxixes e polcas, estudioso e professor de cavaquinho.
Apesar de gostar de fazer música desde criança, Julião iniciou a carreira
profissional somente após ingressar no Conservatório de MPB de Curitiba, aos 15
anos de idade. Conquistou seu espaço como instrumentista dividindo o palco com
nomes consagrados, entre eles Nelson Sargento, Guilherme de Brito, Noite
Ilustrada, Yamandu Costa, Mônica Salmaso, Ceumar, Dominguinhos e Zé Renato.
Seu primeiro CD solo, Feijão no Dente,
foi lançado em 2010 e reúne composições como Limão no Sovaco e Umbigo sem
Fundo, além da faixa que dá título à gravação. Para compor, o músico se inspira
na vida e no cotidiano, sempre com muito bom humor.
Tradição – A Roda de Choro é um
programa realizado semanalmente pela Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e pelo
Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC), desde 2003. A música chorosa,
característica dos primeiros conjuntos que surgiram nos quintais e subúrbios do
Rio de Janeiro, no século 19, faz com que o chorinho se destaque pela técnica
apurada dos instrumentistas e pela possibilidade de improvisação.
Durante a roda de choro, flautas,
bandolins, cavaquinhos e violões compõem o conjunto de instrumentos que
garantem momentos de virtuosismo e descontração. Não existe uma formação
específica, e os músicos que vão chegando se juntam à roda.
Uma das figuras centrais do choro foi o
carioca Joaquim Antônio Calado (1848 – 1880) considerado um de seus criadores.
A música Flor Amorosa, composta por ele, é assinalada como a primeira
composição desse gênero musical. Outros chorões históricos são Chiquinha
Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha.
O choro serviu de inspiração a
compositores eruditos brasileiros, entre eles Heitor Villa-Lobos, que tem no
Ciclo dos Choros uma de suas mais importantes criações. Também a música erudita
inspirou os chorões, como o flautista Altamiro Carrilho, que gravou discos chamados
Clássicos em Choro, nos quais toca música clássica com sotaque de choro.
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