A
invenção da prensa de tipos móveis atribuída a Johannes Gutenberg, datada de
1440, teve rápida expansão na Europa ocidental, mas a atividade impressora
permaneceu proibida no Brasil até o desembarque da corte portuguesa em 1808.
Apenas em 1854 foi fundada a Tipographia Paranaense, primeira do estado, onde
começou a ser impresso o Semanário Dezenove de Dezembro e os atos oficiais da
administração provincial.
O
projeto “Tipografia Curitiba” tem por objetivo pesquisar, analisar, e exibir o
universo tipográfico da capital a partir da instalação da Tipographia
Paranaense, com base em recorte do acervo imagético da Casa da Memória de
Curitiba – especialmente os exemplares fotográficos e editoriais do período até
o ano de 1945. Por meio deles, designers e artistas visuais contemporâneos
selecionaram tipografias para redesenho digital e composição dos cartazes do
projeto. Os cartazes são impressos em um prelo Larese, com matrizes gravadas a
laser e estão expostos no Memorial de Curitiba.
O
projeto investiga ativamente a interface entre arte e design, a interferência
mútua presente como núcleo criativo da atividade impressora, desde seu passado
mais remoto, adentrando a era dos suportes imateriais.
O
mentor da ideia é o designer Lucas Pereira Nery. “A ideia surgiu depois que vi
uma matéria sobre o resgate de uma família tipográfica que teve as matrizes
jogadas em um rio e recuperadas por mergulhadores. No dia que li, encontrei o
artista plástico Marcelo Weber, que falou de um prelo dele que imprime folha
inteira. Nós não temos letras daquela época desenhadas e fundidas no Brasil,
mas temos esses exemplares de composições com tipos que vinham da Europa e as
letras desenhadas prá lito. A ideia foi olhar prá esse passado e criar cartazes
em grande formato”, conta.
Os
designers Gustavo Aguiar, Cyla Costa e Pedro Gonzales e os artistas plásticos
André Mendes, Fernando Franciosi e Rimpón Guimarães são os responsáveis pela
transposição do universo tipográfico de Curitiba do século XIX, das prateleiras
da Casa da Memória para a era da informação, em redesenhos e releituras
tipográficas.
A
exposição no Memorial de Curitiba tem montagem de Fernanda Stancick e website
por Rafael Forcadell e fica aberta ao público até dia 28 de fevereiro. Mais
informações: www.tipografiacuritiba.com.br.
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