Será
lançada nesta segunda-feira (11), às 19h30, na Casa Romário Martins, a obra
“Dicionário de Religiosidade Popular”, de autoria do frade franciscano
Francisco van der Poel, o Frei Chico, docente do Instituto Jung e do Instituto
Santo Tomás de Aquino, de Belo Horizonte (MG). O livro é resultado de 40 anos
de pesquisas em que o autor reuniu e organizou em verbetes uma grande variedade
de informações sobre a vida e a experiência religiosa do povo brasileiro.
Este
é o primeiro dicionário do gênero no país. Seguindo a linha humanista, Frei
Chico fez uma pesquisa aberta e abrangente, buscando a coerência de suas
culturas e não tanto a lógica total e racionalista. Tanto recorreu às ciências
e às artes, quanto procurou estar presente em ritos e cerimônias. Pesquisou
também arquivos no Brasil e em Portugal.
Na
análise da relação entre cultura e religião, alguns temas são constantes: as
raízes indígenas, a memória da escravidão e da mãe África, a forte influência
lusa, a brasilidade mestiça, a dialética entre o oficial e o popular hoje e no passado,
migração e urbanização, a situação socioeconômica, a mídia, a união na
diversidade, a comunidade de base, instituições religiosas e a fé viva do povo.
Assim, o dicionário enfoca não apenas o tradicional, mas a múltipla experiência
religiosa brasileira no passado e no presente.
O
autor privilegiou a fala do povo através dos seus representantes: o mestre da
folia, a rezadeira, o capitão do congado, a mãe de santo, o cordelista e tantos
outros. Suas histórias, depoimentos, provérbios, cantos e orações estão
destacados no livro. Na religiosidade popular, aparecem assuntos como a
espinhela caída, simpatias para curar, transe, visagens – todas compreendidas
no seu contexto cultural.
Sobre
o autor – Francisco van der Poel, franciscano, é licenciado em Filosofia em São
João del Rei (MG) e formado em Teologia, na Holanda. É membro do corpo docente
do Instituto Jung e do Instituto Santo Tomás de Aquino (MG), do Conselho do
Centro da Memória da Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, da
Comissão Mineira do Folclore, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas
Gerais e da Ordem dos Músicos do Brasil. Publicou seis livros e é palhaço do
Teatro Terceira Margem, em Belo Horizonte.
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