O
governador Beto Richa recebeu na terça-feira (30), no Palácio Iguaçu, em
Curitiba, o colecionador Fausto Godoy, que assinou o termo de doação de cerca
de três mil obras de arte asiática para o Museu Oscar Niemeyer (MON). O
secretário de Estado da Cultura, João Luiz Fiani, e a diretora-presidente do
MON, Juliana Vosnika, participaram do encontro. Richa destacou a generosidade
do colecionador ao entregar a coleção que reuniu ao longo da maior parte da sua
vida.
Esculturas,
mobiliários, cerâmica, porcelana, pinturas formam a coleção. São peças raras,
reunidas ao longo de mais de 30 anos pelo diplomata, várias sem paralelo nos
principais museus do ocidente, de forte conteúdo simbólico, que representam o
cotidiano arcaico ou contemporâneo das civilizações asiáticas. China, Japão,
Índia, Laos, Butão, Irã, Afeganistão e Vietnã são alguns dos países de origem
das peças.
“Com
esta doação, o nosso MON se torna o museu da América do Sul a ter no seu acervo
o mais numeroso e variado conjunto de objetos da Ásia na atualidade”, disse
Richa. “O gesto é fruto do reconhecimento do MON como uma instituição cultural
bem-conceituada e capaz de abrigar e expor uma coleção desta importância, que
agora será aberta a toda à população”, ressaltou o governador. A primeira
exposição da coleção será aberta em março.
Fausto
Godoy é diplomata e ocupou cargos oficiais nas embaixadas de Nova Délhi,
Pequim, Tóquio e Islamabad, além de ter cumprido missões transitórias no Vietnã
e em Taiwan. Todo esse percurso ajudou a construir esse acervo que resulta em
cerca de 3 mil obras, de 11 países da Ásia.
Godoy
destacou a importância de abrir a coleção para o público. “Eu acredito na
descentralização da cultura brasileira, precisamos integrar o resto do Brasil
nessa cadeia cultural e sair do eixo Rio-São Paulo. Além disso, o MON é um orgulho
para nós todos”, afirmou. “Transfiro, já septuagenário, o esforço de uma vida
para o Museu Oscar Niemeyer, e através dele, a todos que se disponham a
perseguir esta trajetória”.
Godoy
diz ter estar convencido do essencial papel de países como a China, a Índia e o
Japão. "É fundamental nossa interação com esses países, cujo papel é
decisivo na formatação do mundo globalizado".
OUTRO
PATAMAR - O secretário João Luiz Fiani enfatizou a importância dessa doação.
“Temos que comemorar muito a vinda dessa coleção para o Museu Oscar Niemeyer.
Essa coleção eleva o MON ao patamar dos grandes museus internacionais. Um
espaço que dialoga com todos os tipos de obras, como um museu de arte
contemporânea tem que ter”, afirmou Fiani.
O
acervo do MON é constituído atualmente por obras de artistas nacionais e
internacionais, com peças provenientes de diversas partes do mundo,
principalmente do Ocidente. Com a vinda dessa coleção o museu passa a ter em
seu acervo cerca de sete mil obras.
A
diretora-presidente do MON, Juliana Vosnika, também enfatizou a importância da
conquista da coleção, que despertava interesse de outras cidades, de
colecionadores brasileiros e de outros países. “Agora vamos trabalhar para
entregar exposições que permitam que os visitantes possam aprender mais e
compreender a cultura asiática. Principalmente os jovens, que seguindo a
tendência mundial, cantam em coreano, estudam mandarim e colecionam mangás”,
disse ela.
Ela
informou que a primeira exposição será aberta ao público a partir do dia 2 de
março, em parceria com a Itaipú. “Muitas outras serão realizadas futuramente”,
disse.
O
curador do Museu Oscar Niemeyer, Agnaldo Farias, explica que a atual linha
curatorial adotada pelo MON visa dar a Curitiba um museu à altura da capital,
que é referência mundial de qualidade de vida. “A expansão de seu acervo está
orientada, em primeiro lugar à arte paranaense e à arte brasileira, em segundo
lugar à arte latino-americana, de parentesco próximo à nossa, e, por fim, à
arte de outros dois continentes, África e Ásia”, disse Farias.
Coleção
é apanhado da cultura de diversos territórios
A
coleção constitui um apanhado da cultura de diversos territórios, de vários
modos coligados, como os da Ásia Central, sudoeste asiático, subcontinente
asiático, leste da Ásia, Mesopotâmia; reunindo cerca de 20 países.
São
peças raras, várias sem paralelo nos principais museus do ocidente. Esculturas,
mobiliário, cerâmica, porcelana, pinturas, objetos em metal, gravuras,
caligrafias, têxteis, marionetes de seis mil anos atrás, ou deste século 21, de
uma artesania milenar, que oferecem um quadro informativo sobre um imaginário
pouco divulgado no Brasil e permitem ampliar a experiência da cultura e arte
neste lado do mundo.
A coleção asiática será abrigada na Reserva Técnica do MON, onde as obras são armazenadas de acordo com critérios museológicos internacionais. O MON organiza temporariamente exposições a partir de peças que compõem o acervo para que o público tenha acesso às obras.
A coleção asiática será abrigada na Reserva Técnica do MON, onde as obras são armazenadas de acordo com critérios museológicos internacionais. O MON organiza temporariamente exposições a partir de peças que compõem o acervo para que o público tenha acesso às obras.
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