O
legado do escritor norte-americano Thomas Pynchon é o destaque da edição de
fevereiro de 2018 do jornal Cândido, editado mensalmente pela Biblioteca
Pública do Paraná. Aos 80 anos, Pynchon é considerado por muitos leitores,
escritores e críticos como um dos principais, talvez até o mais importante,
autor vivo em âmbito mundial. Mas o ficcionista não facilita a recepção de sua
obra, ao contrário.
Seus
livros são calhamaços de centenas de páginas, com inúmeros de personagens
envolvidos em enredos absurdos e paranóicos, tão paranóica e absurda como é a
realidade dos Estados Unidos, onde o autor nasceu, vive, escreve e se esconde
de jornalistas e fotógrafos.
O
escritor e jornalista Ronaldo Bressane assina uma ampla reportagem a respeito
da produção do autor, que inclui oito romances e uma coletânea de contos.
Bressane
entrevistou alguns dos profissionais que verteram a obra do norte-americano
para o português, entre os quais Caetano Galindo, Jório Dauster, Paulo
Henriques Britto e Matthew Shirts. “Ele [Pynchon] percebeu o quanto de ridículo
há no nosso trágico, e o quanto de trágico, no nosso ridículo. Percebeu o lugar
da cultura pop no nosso refinamento, e também riu dele”, diz Galindo, tradutor
de “Vício Inerente”, sétimo romance de Pynchon, adaptado para os cinemas em
2014 por Paul Thomas Anderson.
O
especial traz ainda uma lista de curiosidades, conteúdo de autoria de João
Lucas Dusi, a respeito de Pynchon, que, entre outras excentricidades, dublou
sua própria voz em dois episódios do desenho “Os Simpsons”.
O
Cândido 79 ainda publica os melhores momentos da participação de Daniel Galera
no projeto “Um Escritor na Biblioteca” - encontro realizado em dezembro de
2017. Outro destaque da edição é uma reportagem, de Cristiano Castilho, sobre o
bom momento do departamento de Letras da Universidade Federal do Paraná,
referência nacional em tradução comprovada por meio de prêmios e da presença
dos professores e alunos tradutores no mercado editorial.
Na
quarta entrevista da série “Os Editores”, Luciana Villas-Boas faz uma análise
do mercado de livros no país, lembra os 17 anos em que atuou como diretora
editorial da Record e comenta sua rotina de agente literária.
A
seção “Cliques em Curitiba” apresenta o trabalho de Rafael Dabul e, entre os
inéditos, contos de Cristhiano Aguiar e Wilson Alves-Bezerra e poemas de
Maurício Arruda Mendonça e Sônia Barros, vencedora do Prêmio Paraná de
Literatura 2017, que também concedeu uma entrevista ao Cândido.
O
Cândido tem tiragem mensal de 10 mil exemplares e é distribuído gratuitamente
na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba. O
jornal também circula em todas as bibliotecas públicas e escolas de ensino
médio do Estado. É enviado, pelo correio, para assinantes a diversas partes do
Brasil.
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