quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

“Eu Vejo Flores”: documentário e exposição retratam o sistema penitenciário feminino


O Instituto Aurora, entidade que atua no Paraná com ações de promoção e educação em direitos humanos, vai lançar, nesta quinta-feira (6), a partir das 19h, o primeiro documentário e exposição fotográfica pública sobre sistema penitenciário feminino. A exibição do filme ocorre na sala de cinema do Paço da Liberdade, na Praça General Marques, no centro de Curitiba e a mostra de fotos em frente ao Paço.
O doc “Eu Vejo Flores” tem 18 minutos e busca ampliar a voz de mulheres brasileiras privadas de liberdade por meio de imagens e depoimentos colhidos durante ações conduzidas pelo Instituto Aurora em unidades prisionais do Paraná.
De forma complementar, a exposição fotográfica de mesmo nome, e autoria da fotógrafa e parceira do Instituto Aurora, Elis Alves revela os diversos tipos de violência e violação de direitos humanos enfrentadas por, pelo menos, 95% das brasileiras presas. Nas fotos, corpos de mulheres plurais como professoras, mães e estudantes, por exemplo, apresentam informações sobre essas violências, além de dados do perfil da mulher encarcerada no Brasil. Ela pode ser vista no local somente na noite do dia 06 e será composta por um labirinto fotográfico em estrutura de ferro e cordas, montado em frente ao Paço, com as fotos impressas em algodão cru, remetendo à essência dessas vidas. “Antes desses corpos estarem aprisionados e dessas mulheres serem vistas como ‘indignas’, elas são seres humanos e suas vidas fazem parte da nossa humanidade”, diz Michele Bravos, diretora do Instituto Aurora.
A partir de imagens e declarações de mulheres presas e de especialistas coletadas durante a execução de projetos do Aurora – um deles homônimo ao título do documentário e da exposição – a proposta de "Eu Vejo Flores” é convidar o expectador a enxergar as histórias apresentadas com outros olhos, com outras lentes. O conceito da exposição é das irmãs Annie Libert e Katrin Libert, também parceiras do Instituto.
No filme, relatos de Elizandra Coelho, mulher que participou de projetos de discussão sobre identidade feminina promovidos pelo Instituto Aurora, são os fios condutores da narrativa. Ela conta experiências que viveu antes, durante e depois de passar pelo cárcere.
Elizandra, a advogada e professora Priscilla Placha Sá, especialista em Direito Penal, e a equipe envolvida na execução do filme e da exposição também participam de uma roda de conversa que acontece logo após a exibição do doc. Serão discutidos temas como justiça restaurativa, empatia e possibilidades de melhorias e adequações no sistema prisional.

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