O Instituto Aurora, entidade que atua no Paraná
com ações de promoção e educação em direitos humanos, vai lançar, nesta
quinta-feira (6), a partir das 19h, o primeiro documentário e exposição
fotográfica pública sobre sistema penitenciário feminino. A exibição do filme
ocorre na sala de cinema do Paço da Liberdade, na Praça General Marques, no
centro de Curitiba e a mostra de fotos em frente ao Paço.
O doc “Eu Vejo Flores” tem 18 minutos e busca
ampliar a voz de mulheres brasileiras privadas de liberdade por meio de imagens
e depoimentos colhidos durante ações conduzidas pelo Instituto Aurora em
unidades prisionais do Paraná.
De forma complementar, a exposição fotográfica
de mesmo nome, e autoria da fotógrafa e parceira do Instituto Aurora, Elis
Alves revela os diversos tipos de violência e violação de direitos humanos
enfrentadas por, pelo menos, 95% das brasileiras presas. Nas fotos, corpos de
mulheres plurais como professoras, mães e estudantes, por exemplo, apresentam
informações sobre essas violências, além de dados do perfil da mulher
encarcerada no Brasil. Ela pode ser vista no local somente na noite do dia 06 e
será composta por um labirinto fotográfico em estrutura de ferro e cordas,
montado em frente ao Paço, com as fotos impressas em algodão cru, remetendo à
essência dessas vidas. “Antes desses corpos estarem aprisionados e dessas
mulheres serem vistas como ‘indignas’, elas são seres humanos e suas vidas
fazem parte da nossa humanidade”, diz Michele Bravos, diretora do Instituto
Aurora.
A partir de imagens e declarações de mulheres
presas e de especialistas coletadas durante a execução de projetos do Aurora –
um deles homônimo ao título do documentário e da exposição – a proposta de
"Eu Vejo Flores” é convidar o expectador a enxergar as histórias
apresentadas com outros olhos, com outras lentes. O conceito da exposição é das
irmãs Annie Libert e Katrin Libert, também parceiras do Instituto.
No filme, relatos de Elizandra Coelho, mulher
que participou de projetos de discussão sobre identidade feminina promovidos
pelo Instituto Aurora, são os fios condutores da narrativa. Ela conta
experiências que viveu antes, durante e depois de passar pelo cárcere.
Elizandra, a advogada e professora Priscilla
Placha Sá, especialista em Direito Penal, e a equipe envolvida na execução do
filme e da exposição também participam de uma roda de conversa que acontece
logo após a exibição do doc. Serão discutidos temas como justiça restaurativa,
empatia e possibilidades de melhorias e adequações no sistema prisional.
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