O violoncelo sempre foi instrumento relacionado
a música clássica. Vários aspectos contribuíram para isso: seu tamanho, o fato
de ser instrumento de arco, de ter ensino consolidado por escolas de música
clássica, repertório imenso dentro deste gênero musical. Curiosamente, o Brasil
é um dos países em que o violoncelo mais encontra-se presente no universo
popular, com músicos como Jacques Morelenbaum, Márcio Mallard e Peter
Daulsberg. O carioca Lui Coimbra talvez seja o mais ousado entre os
violoncelistas que transpuseram a fronteira do popular, ao tocar o instrumento
eletrificado no seu quinteto Aquarela Carioca, ou a tocá-lo acústico um
repertório da música regional ao pop. Lui Coimbra é a atração do Solo Música na
Caixa Cultural Curitiba, desta terça-feira (11), às 20 horas.
Lui preparou um show abrangente não só no
repertório, mas como instrumentista. Além do cello, ele cantará e tocará
charango, rabeca e violão. “Lui é um artista que há anos estava planejado para
o Solo, pela sua importância e talento”, diz Alvaro Collaço, produtor e curador
da Série Solo Música. Para o recital, Lui traz suas influências e as
interpretações mais solicitadas pelo público, como “Último Romântico”, de Lulu
Santos, “Norwegian Wood”, de Lennon & McCartney, “Babylon”, de Zeca
Baleiro, além de “Ouro e Sol”, a sua versão de “Fields of Gold”, de Sting. “É
show de músico com amplos recursos e que traz tocando diversos instrumentos de
corda, caminha por diversas vertentes”, explica Collaço. Há mesmo um cuidadoso
garimpo em um cadinho de baticuns, canções, cirandas e poemas.
CONTRIBUIÇÃO À MPB - Lui Coimbra é integrante
do Aquarela Carioca (a formação do quinteto atualmente conta com Lui Coimbra,
Marcos Suzano, Mario Sève, Paulo Brandão e Paulo Muylaert), com o qual gravou
cinco CDs. E atuou ao lado de Ney Matogrosso, Alceu Valença, Ana Carolina, Zeca
Baleiro, Oswaldo Montenegro, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Zizi
Possi e Elba Ramalho, entre outros. Por dez anos atuou em duo com o
percussionista Naná Vasconcelos e participou dos musicais "Beatles Num Céu
de Diamantes" e "Milton Nascimento - Nada Será Como Antes".
No currículo são oito CDs autorais: um solo,
cinco com o Aquarela Carioca, lançados também na Europa e no Japão e outros
três entre os grupos Religare, Orquestra Popular de Câmera e o trio com Ceumar
e Paulo Freire, além de participações em mais de 200 discos, trilhas originais
para cinema, TV, teatro e ballet. Em 2018, ele conclui seu segundo e aguardado
disco "Tá Caindo Flor" e tem realizado turnê de sucesso com seu
"Viola Perfumosa", o trabalho em trio com a cantora Ceumar e o
violeiro Paulo Freire, repertório inteiro em homenagem a Inezita Barroso.
Livre para todas as idades, a apresentação de
Lui Coimbra acontece nesta terça-feira (11), às 20h. Os ingressos custam R$ 30,00
e R$ 15,00 (meia, conforme legislação e correntistas que pagarem com cartão de
débito Caixa). A compra pode ser feita com o cartão vale-cultura. Mais
informações: 2118-5111.
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