segunda-feira, 3 de junho de 2019

CineMIS homenageia o cinema musical em junho


O Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR) vai homenagear, ao longo de todo o mês de junho, um gênero cinematográfico considerado anacrônico por muitos. Todas as terças e quintas-feiras, agora em horário novo, às 16 horas, e com entrada franca, o CineMIS exibirá grande clássicos de diversas nacionalidades. A primeira sessão, que acontece nesta terça-feira (4), traz o clássico “Amor, Sublime Amor” (West Side Story, 1961), codirigido pelo cineasta Robert Wise e pelo coreógrafo Jerome Robbins, baseado no espetáculo assinado por Leonard Bernstein e inspirado por Romeu e Julieta, tragédia de William Shakespeare.
Vencedor de dez Oscars, incluindo melhor filme e direção, “Amor, Sublime Amor” conta a história de amor impossível entre Maria (Natalie Wood), de origem porto-riquenha, e Tony (Richard Beymer), anglo-saxão. A história se passa em uma Nova York ao mesmo tempo multirracial e segregada. Essa divisão é central na trama. Segundo a diretora do MIS-PR, Cristiane Senn, o filme “coloca o drama shakespeariano como base para uma operação estética do gesto”. Por isso, o trabalho coreográfico extraordinário de Robbins foi reconhecido com o crédito de direção.
Para Cristiane, é importante resgatar o musical como um dos gêneros fundamentais da sétima arte. “O primeiro filme sonoro da história do cinema, ‘O Cantor de Jazz’, de 1927, é um musical. Musicais nascem, portanto, como filmes falados, cantados, coreografados, extremamente decorados e dramatizados. Nesse sentido, podem ser tomados como filmes que evidenciam estruturas formais que vieram a localizar definitivamente o cinema na indústria do espetáculo”.
Para muitos, constata a diretora do MIS-PR, o musical é um gênero que deixou de fazer sentido. “Creio que a repulsa vem do fato de que o esforço da crença na narrativa é maior do que num filme tido como ‘realista’”.
A programação de junho do CineMIS procura demonstrar algumas variáveis possíveis dentro do gênero musical. Além de clássicos como “Amor, Sublime Amor”, serão exibidas obras contemporâneos como “O Buraco”, do diretor malasiano Tsai Ming-Liang, que, segundo Cristiane, “transforma os números musicais em parênteses narrativos, adição de camadas emocionais totalmente apagadas nos outros momentos do filme”.
A programação passeia também por incursões brasileiras no gênero: “A Ópera do Malandro”, produção de Ruy Guerra, uma adaptação cinematográfica da peça musical homônima de Chico Buarque de Hollanda; e o recente “Sinfonia da Necrópole”, de Juliana Rojas, uma comédia musical sarcástica com composições musicais originais. Integram a grade o filme teuto-francês “Duas Garotas Românticas”, de Jacques Demy, a comédia oitentista “Os Irmãos Cara-de-Pau” (foto), de John Landis, e o musical histórico “O Baile”, do italiano Ettore Scola.

PROGRAMAÇÃO:

04/06: Amor, Sublime Amor (West Side Story, Robert Wise 1961, 153’, classificação: livre)

06/06: Duas Garotas Românticas (Les Demoiselles de Rochefort, Jacques Demy, 1967, 128’, classificação: livre)

11/06: Os Irmãos Cara-de-Pau (The Blues Brothers, John Landis, 1980, 148’, Classificação: 12 anos)

13/06: O Baile (Le Bal, Ettore Scola, 1983, 112’, classificação: livre)

18/06: Ópera do Malandro (Ruy Guerra, 1985, 109’, classificação: livre)

25/06: Sinfonia da Necrópole (Juliana Rojas, 2014, 85’, classificação: 10 anos)

27/06: O Buraco (Dòng, Tsai Ming-Liang, 1998, 95’, classificação: 18 anos)

O Museu da Imagem e do Som do Paraná está situado na rua Barão do Rio Branco, 395, Centro. Mais informações: 3232-9113 ou www.mis.pr.gov.br.

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