O Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR)
vai homenagear, ao longo de todo o mês de junho, um gênero cinematográfico
considerado anacrônico por muitos. Todas as terças e quintas-feiras, agora em
horário novo, às 16 horas, e com entrada franca, o CineMIS exibirá grande
clássicos de diversas nacionalidades. A primeira sessão, que acontece nesta
terça-feira (4), traz o clássico “Amor, Sublime Amor” (West Side Story, 1961),
codirigido pelo cineasta Robert Wise e pelo coreógrafo Jerome Robbins, baseado
no espetáculo assinado por Leonard Bernstein e inspirado por Romeu e Julieta,
tragédia de William Shakespeare.
Vencedor de dez Oscars, incluindo melhor filme
e direção, “Amor, Sublime Amor” conta a história de amor impossível entre Maria
(Natalie Wood), de origem porto-riquenha, e Tony (Richard Beymer), anglo-saxão.
A história se passa em uma Nova York ao mesmo tempo multirracial e segregada.
Essa divisão é central na trama. Segundo a diretora do MIS-PR, Cristiane Senn,
o filme “coloca o drama shakespeariano como base para uma operação estética do
gesto”. Por isso, o trabalho coreográfico extraordinário de Robbins foi
reconhecido com o crédito de direção.
Para Cristiane, é importante resgatar o musical
como um dos gêneros fundamentais da sétima arte. “O primeiro filme sonoro da
história do cinema, ‘O Cantor de Jazz’, de 1927, é um musical. Musicais nascem,
portanto, como filmes falados, cantados, coreografados, extremamente decorados
e dramatizados. Nesse sentido, podem ser tomados como filmes que evidenciam
estruturas formais que vieram a localizar definitivamente o cinema na indústria
do espetáculo”.
Para muitos, constata a diretora do MIS-PR, o
musical é um gênero que deixou de fazer sentido. “Creio que a repulsa vem do
fato de que o esforço da crença na narrativa é maior do que num filme tido como
‘realista’”.
A programação de junho do CineMIS procura
demonstrar algumas variáveis possíveis dentro do gênero musical. Além de
clássicos como “Amor, Sublime Amor”, serão exibidas obras contemporâneos como
“O Buraco”, do diretor malasiano Tsai Ming-Liang, que, segundo Cristiane,
“transforma os números musicais em parênteses narrativos, adição de camadas
emocionais totalmente apagadas nos outros momentos do filme”.
A programação passeia também por incursões
brasileiras no gênero: “A Ópera do Malandro”, produção de Ruy Guerra, uma
adaptação cinematográfica da peça musical homônima de Chico Buarque de
Hollanda; e o recente “Sinfonia da Necrópole”, de Juliana Rojas, uma comédia
musical sarcástica com composições musicais originais. Integram a grade o filme
teuto-francês “Duas Garotas Românticas”, de Jacques Demy, a comédia oitentista “Os
Irmãos Cara-de-Pau” (foto), de John Landis, e o musical histórico “O Baile”, do
italiano Ettore Scola.
PROGRAMAÇÃO:
04/06: Amor, Sublime Amor (West Side Story,
Robert Wise 1961, 153’, classificação: livre)
06/06: Duas Garotas Românticas (Les Demoiselles
de Rochefort, Jacques Demy, 1967, 128’, classificação: livre)
11/06: Os Irmãos Cara-de-Pau (The Blues
Brothers, John Landis, 1980, 148’, Classificação: 12 anos)
13/06: O Baile (Le Bal, Ettore Scola, 1983,
112’, classificação: livre)
18/06: Ópera do Malandro (Ruy Guerra, 1985,
109’, classificação: livre)
25/06: Sinfonia da Necrópole (Juliana Rojas,
2014, 85’, classificação: 10 anos)
27/06: O Buraco (Dòng, Tsai Ming-Liang, 1998,
95’, classificação: 18 anos)
O Museu da Imagem e do Som do Paraná está
situado na rua Barão do Rio Branco, 395, Centro. Mais informações: 3232-9113 ou
www.mis.pr.gov.br.
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