Desde maio de 2011, o festival Suspiro
MetalPunk dá um empurrão nas novas bandas de punk rock, metal, hardcore e trash
metal de Curitiba, ao abrir espaço para a demonstração dos trabalhos que jovens
de diversos cantos da cidade desenvolvem praticamente anônimos e invisíveis.
Agora é o próprio festival que ganhou um incentivo: a edição deste ano, que
acontece neste domingo (dia 12), a partir das 15h, no o Teatro Universitário de
Curitiba (TUC), conta pela primeira vez com apoio da Fundação Cultural de
Curitiba (FCC), o que assegurou um local público para sua realização.
A banda mais nova a se apresentar nesta
edição do Suspiro nasceu há pouco mais de três meses. E a com maior tempo de
estrada é a S.O.S. CHAOS, com apenas três anos de formação. O vocalista da banda e organizador do
festival, Alexandre Ricardo de Souza, explica que o único critério exigido para
selecionar as bandas desta edição do Suspiro foi que elas apresentem apenas
músicas autorais.
“Tem que dar esse empurrãozinho, afinal
elas estão começando. Depois de se apresentarem, os integrantes se animam,
pegam jeito e tocam em frente”, disse. “Com espaço garantido, vai da correria
de cada um ir atrás de outros espaços, aprimorar o trabalho, mostrar e até
produzir um CD para ampliar a divulgação e bancar as despesas”, completou
Alexandre.
Cultura de respeito – O Suspiro segue à
risca a consciência punk de fazer acontecer. Além disso, o respeito à
diversidade e mistura dos gêneros está muito presente no festival. Daí que vêm
a valorização das músicas autorais e a demonstração dos diversos estilos. “A
gente mistura punk rock, trash, metal e hardcore e sai todo mundo contente.
Mesmo que uma pessoa vá conferir um gênero de sua preferência, ela ouve todos,
passa a conhecer o que nem sabia que existia e respeita o trabalho dos demais.
Esse é o espírito, afinal estão todos na mesma batalha por espaço”, diz o
organizador.
Alexandre também comemora o apoio da
FCC. “Isso é inédito na história do Suspiro e ajuda a reduzir os custos do
evento. Era a parceria que faltava para incentivar a música e a arte da
galera”, contou. Além da cessão do TUC, a Fundação também contribui na
divulgação e disponibilizando parte dos equipamentos. O ingresso ao festival
vai custar R$ 5,00 mais um livro para ser doado para as Tubotecas. A arrecadação
será destinada a ajudar na locação dos equipamentos de som.
Redes aliadas – As redes sociais têm
contribuído para a interação das bandas e para exposição dos trabalhos. “Não
conheço metade dos integrantes das bandas pessoalmente, apenas pela internet. A
gente conversa diariamente, eles respondem aos questionamentos e enviam
materiais e a ideia é desburocratizar ao máximo para dar força mesmo. Não
estamos aqui para colocar empecilhos”, disse Alexandre.
Foi pelas redes sociais também que, no
mês de novembro, o coordenador de Ações Culturais da FCC, Getulio Guerra,
confirmou o espaço do TUC, na Galeria Júlio Moreira, para o festival. “É com
prazer underground e senso de democracia musical que a Fundação Cultural de
Curitiba oferece o TUC para abrigar a próxima edição do Festival Suspiro 2014!
Um evento que vem contribuindo há anos para a música autoral da cidade merece
nosso apoio e consideração”, postou no perfil oficial do evento.
Além das apresentações musicais, o
festival Suspiro abre espaço ainda para a mostra de outras artes e simbolismos
da cultura punk: tatuagens, fanzines, bótons, adesivos, patchworks, CD’s e
camisetas, entre outros. “A gente não monta cozinha própria porque ainda não
achamos um cozinheiro”, brincou o versátil organizador do festival.
Sem as cadeiras, o TUC tem capacidade
para 200 pessoas. O local é referência também por ter abrigado na mesma Galeria
Júlio Moreira, subterrâneo do centro histórico, lojas e comércio de vinis da
cena underground e fanzines temáticos, a exemplo da loja Música Viva, ainda na
lembrança de muitas gerações de curitibanos.
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