A Exposição “30 anos 1º Comício Diretas
Já – Curitiba” recebeu a visita de mais de 2 mil pessoas até a tarde de
sexta-feira (17). Aberta ao público no domingo (12) a mostra comemorativa aos
30 anos do comício que deu início à onda de manifestações por eleições diretas
e pela restituição das instituições democráticas, está em um ônibus
biarticulado na Boca Maldita, localizada na Rua das Flores, no centro da
Curitiba.
Para o técnico agropecuário Francisco
Antonio Neto (58), morador no interior de Rondônia, e que está em Curitiba para
visitar familiares, a exposição faz com que as pessoas revivam esta época e
serve para mostrar um pouco da história recente para os mais jovens. “Espero
que ações como essa sirvam de inspiração para os mais jovens. Que eles
participem de cara limpa, mostrando o rosto, de movimentos políticos e
sociais”.
Já o casal Dagoberto e Elisabete
Hertzog, moradores da cidade de São Mateus do Sul, região metropolitana de
Curitiba, “Fatos como o comício e a luta por eleições diretas não podem cair no
esquecimento. É uma maneira de valorizar
a liberdade que temos nos tempos de hoje e de transmitir o conhecimento
para os mais novos”.
O monitor da exposição, Victor Carlim
(19), conta que os visitantes são na sua maioria pessoas acima de 45 anos de
idade e que chegam comentando que participaram do movimento “Diretas Já”. "Os
visitantes ficam tentando se achar nas fotos. Relembram os momentos de
repressão vividos, se emocionam bastante”.
Ônibus da história - Quem passa pelo
calçadão curitibano encontra o biarticulado externamente plotado com imagens
marcantes do primeiro comício das Diretas Já. Internamente, a mostra se divide
em três núcleos, os quais apresentam textos, charges, imagens e três vídeos de
aproximadamente um minuto de duração – sobre o golpe militar, a repressão e o
comício na capital paranaense.
Como primeira referência a essa
memória, logo à entrada há a exibição do vídeo sobre o golpe e a cortina negra
de acesso à mostra exibe o desenho de uma botina ao lado de um pequeno texto.
Após a cortina, um painel apresenta manchetes e editoriais de apoio ao golpe
através de jornais de grande circulação. O material também lembra a fuga do
ex-presidente João Goulart e a decretação do AI 5 – Ato Institucional de número
cinco, publicado em 13 de dezembro de 1968.
O segundo núcleo da mostra concentra
informações sobre o primeiro comício pelas Diretas Já. Entre as imagens mais
representativas está a fotografia de Maurício Fruet, prefeito à época, que
espontaneamente foi seguido pelos manifestantes desde a concentração, em frente
ao prédio central da Universidade Federal do Paraná (UFPR), até a Boca Maldita.
Fruet aparece ao lado do ex-governador José Richa e de Álvaro Dias, além de
outras representações paranaenses.
Personalidades políticas nacionais, que
se tornariam símbolos da luta democrática, como Ulisses Guimarães e Tancredo
Neves, também estiveram presentes no palanque do primeiro comício. Um momento
histórico que refletiu o ânimo da massa reunida, não dividida por grupos
partidários, mas unida em torno do mesmo ideal – a retomada da democracia. O
último segmento descreve a transição do regime, a anistia e, finalmente, a
abertura política.
O material em exibição foi preparado e
organizado pela equipe do departamento de Comunicação e Marketing da Secretaria
de Comunicação, com o apoio de outras instituições públicas e privadas.
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