O próximo fim de semana será marcado por
intensa atividade cultural em homenagem ao Dia da Libertação da África,
celebrado em 25 de maio. A comemoração em Curitiba será no sábado (26) e no
domingo (27), das 9h às 18h30, no Memorial de Curitiba, com uma feira de
música, cultura, gastronomia, artesanato, além de palestras.
Para conhecer mais sobre a contribuição negra
na fundação de Curitiba e das cidades centenárias do Paraná, o Memorial terá um
estande de livros, com destaque para a obra poética “Oralidades
Afroparanaenses: Fragmentos da Presença Negra na História do Paraná”. Escrito
por Adegmar da Silva Candiero, assessor de Direitos Humanos e Igualdade Racial
de Curitiba, e Melissa S. Reinehr, o livro custa R$ 35,00 e apresenta histórias
de comunidades remanescentes de quilombos e comunidades tradicionais negras
paranaenses.
Já os estandes brasileiros e africanos, da
Nigéria e do Senegal, trarão produtos naturais e artesanais, moda, acessórios,
esculturas e delícias culinárias. Os valores das peças variam de R$ 20,00 a R$
350,00.
Ao longo da programação serão feitas
apresentações poéticas e musicais, com destaque para as palestras no sábado e o
desfile de moda África no domingo. A atividade é organizada pela Comunidade
Nigeriana no Estado do Paraná (Conipa).
A data - O Dia da Libertação da África resgata
a importância do continente, celebra sua beleza, riqueza e as contribuições
negras na fundação e desenvolvimento de Curitiba e de todas as cidades
centenárias do Paraná.
A data marca a luta do povo africano por
independência e libertação colonial e a fundação da Organização da Unidade
Africana, em 1963, em Addis Abeba, na Etiópia. Participaram daquele momento
histórico 32 estados africanos.
Apesar da conquista da independência formal,
muitos países africanos não romperam totalmente as relações com as
ex-metrópoles e dessa continuidade surgiu o neocolonialismo, um modelo de
dominação estrangeira na política e na economia das nações africanas.
“Para
nós, afrocuritibanos e africanos da capital do Paraná, os desafios vão desde o
reconhecimento da existência da nossa população afrodescendente, negada
historicamente, desmistificando a falsa ideia de que em Curitiba não existe população
negra”, diz Candiero.
Alguns exemplos de contribuição positiva da
presença negra no desenvolvimento da capital foram, entre outros, os mestres
construtores especialistas em taipa, responsáveis pelas mais antigas
edificações da cidade; os africanos detentores das técnicas milenares de
prospecção, extração e fundição do ouro, do bronze e do ferro; e a participação
dos brilhantes engenheiros negros irmãos Rebouças na qualificação do mate para
exportação.
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