quinta-feira, 2 de maio de 2019

Balé Teatro Guaíra abre as comemorações dos 50 anos com “A Sagração da Primavera”


A programação especial do Balé Teatro Guaíra para seu aniversário de 50 anos começa nesta sexta, sábado e domingo (3, 4 e 5), no Guairão. A companhia irá apresentar a montagem de “A Sagração da Primavera”, de Igor Stravinsky, com coreografias da portuguesa Olga Roriz, versão que veio aos palcos do Guairão pela primeira vez em 2012. As apresentações serão às 20h30 na sexta e no sábado, e às 19h no domingo. Ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00 (meia-entrada). Todas as os espetáculos contarão com a presença da Orquestra Sinfônica do Paraná (OSP).
Entre os anos de 2012 e 2014, o BTG apresentou “A Sagração da Primavera” por nove estados brasileiros, alcançando mais de 30 mil espectadores. Com esta obra, a companhia recebeu um lugar de destaque no cenário nacional da dança.
No meu ponto de vista, ‘A Sagração da Primavera’ é uma das obras mais inquietantes e impactantes do repertório musical e coreográfico. A composição musical de Stravinsky e a concepção dramatúrgica e coreográfica de Olga Roriz me tocam profunda e genuinamente”, diz Cintia Napoli, atual diretora do Balé Teatro Guaíra.
Esse sentimento de inquietação que a obra traz pode ser explicado, segundo Stefan Geiger, maestro-titular da Orquestra Sinfônica, pela maneira como a música foi escrita. “Stravinsky transformou toda a orquestra em uma grande percussão. Podemos ouvir violinos imitarem o som das caixas claras e tambores, o que nos leva para dentro da época tribal na qual a história do balé se desenvolve”.
O destaque para os sons da percussão faz sentido com a história de “A Sagração da Primavera”. A obra fala sobre um ritual pré-histórico de sacrifício ao Deus da primavera, movido pelos sons de bumbos e tambores. Uma jovem é escolhida pelos anciãos de sua tribo para dançar até a morte, na esperança de trazer boas colheitas e fertilidade ao seu povo. Essa atmosfera ritualística aparece na coreografia de Olga Roriz na forma dos movimentos carregados por fortes respirações dos bailarinos.
A versão que será apresentada nas comemorações dos 50 anos do Balé é diferente da original em vários aspectos. O mais evidente é o palco coberto com serragem e a névoa que envolve os bailarinos e ajudam a aproximar a plateia do clima primitivo que envolve a dança, a música e a história.
Outras duas mudanças acontecem com os personagens do Sábio e da Eleita. Em vez de ser um mero espectador da narrativa, o Sábio traça o percurso e prepara o terreno para o ritual de sacrifício ao deus da primavera. Já a Eleita não é mais uma vítima, e sim uma jovem mulher que se sente privilegiada por dar sua vida em troca de prosperidade ao seu povo. Para as três bailarinas que interpretarão o papel, esta é a chance de mostrar não só seus conhecimentos técnicos, mas também uma entrega total à personagem.
Acredito que o grande desafio em dançar ‘A Sagração da Primavera’, de Olga Roriz, é lidar e se entregar à força expressiva imposta pela própria obra”, afirma Cíntia Napoli. “Não existe outra possibilidade que não seja se entregar 100% até o final, este é o maior desafio, mas também o maior prazer em dançar esta montagem”, acrescenta.

MOSTRA DE REPERTÓRIO - Além de “A Sagração da Primavera”, o Balé Teatro Guaíra apresenta em maio os espetáculos “Carmen” (dia 8, 20h30) e “O Segundo Sopro” (dias 11, 20h30, e 12, 19h), duas grandes montagens de sucesso na história da companhia. Todas as apresentações serão abertas com trechos de “O Grande Circo Místico”, em memória a um dos balés mais famosos do Brasil e que foi concebido originalmente para o BTG.


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