A programação especial do Balé Teatro Guaíra
para seu aniversário de 50 anos começa nesta sexta, sábado e domingo (3, 4 e 5),
no Guairão. A companhia irá apresentar a montagem de “A Sagração da Primavera”,
de Igor Stravinsky, com coreografias da portuguesa Olga Roriz, versão que veio
aos palcos do Guairão pela primeira vez em 2012. As apresentações serão às
20h30 na sexta e no sábado, e às 19h no domingo. Ingressos a R$ 20,00 e R$ 10,00
(meia-entrada). Todas as os espetáculos contarão com a presença da Orquestra
Sinfônica do Paraná (OSP).
Entre os anos de 2012 e 2014, o BTG apresentou “A
Sagração da Primavera” por nove estados brasileiros, alcançando mais de 30 mil
espectadores. Com esta obra, a companhia recebeu um lugar de destaque no
cenário nacional da dança.
“No meu ponto de vista, ‘A Sagração da
Primavera’ é uma das obras mais inquietantes e impactantes do repertório
musical e coreográfico. A composição musical de Stravinsky e a concepção
dramatúrgica e coreográfica de Olga Roriz me tocam profunda e genuinamente”,
diz Cintia Napoli, atual diretora do Balé Teatro Guaíra.
Esse sentimento de inquietação que a obra traz
pode ser explicado, segundo Stefan Geiger, maestro-titular da Orquestra
Sinfônica, pela maneira como a música foi escrita. “Stravinsky transformou toda
a orquestra em uma grande percussão. Podemos ouvir violinos imitarem o som das
caixas claras e tambores, o que nos leva para dentro da época tribal na qual a
história do balé se desenvolve”.
O destaque para os sons da percussão faz
sentido com a história de “A Sagração da Primavera”. A obra fala sobre um
ritual pré-histórico de sacrifício ao Deus da primavera, movido pelos sons de
bumbos e tambores. Uma jovem é escolhida pelos anciãos de sua tribo para dançar
até a morte, na esperança de trazer boas colheitas e fertilidade ao seu povo.
Essa atmosfera ritualística aparece na coreografia de Olga Roriz na forma dos
movimentos carregados por fortes respirações dos bailarinos.
A versão que será apresentada nas comemorações
dos 50 anos do Balé é diferente da original em vários aspectos. O mais evidente
é o palco coberto com serragem e a névoa que envolve os bailarinos e ajudam a
aproximar a plateia do clima primitivo que envolve a dança, a música e a
história.
Outras duas mudanças acontecem com os
personagens do Sábio e da Eleita. Em vez de ser um mero espectador da
narrativa, o Sábio traça o percurso e prepara o terreno para o ritual de
sacrifício ao deus da primavera. Já a Eleita não é mais uma vítima, e sim uma
jovem mulher que se sente privilegiada por dar sua vida em troca de
prosperidade ao seu povo. Para as três bailarinas que interpretarão o papel,
esta é a chance de mostrar não só seus conhecimentos técnicos, mas também uma
entrega total à personagem.
“Acredito que o grande desafio em dançar ‘A
Sagração da Primavera’, de Olga Roriz, é lidar e se entregar à força expressiva
imposta pela própria obra”, afirma Cíntia Napoli. “Não existe outra
possibilidade que não seja se entregar 100% até o final, este é o maior
desafio, mas também o maior prazer em dançar esta montagem”, acrescenta.
MOSTRA DE REPERTÓRIO - Além de “A Sagração da
Primavera”, o Balé Teatro Guaíra apresenta em maio os espetáculos “Carmen” (dia
8, 20h30) e “O Segundo Sopro” (dias 11, 20h30, e 12, 19h), duas grandes
montagens de sucesso na história da companhia. Todas as apresentações serão
abertas com trechos de “O Grande Circo Místico”, em memória a um dos balés mais
famosos do Brasil e que foi concebido originalmente para o BTG.
Nenhum comentário:
Postar um comentário