De Jack Kirby a Kazuo Koike, de Maurício de Sousa a Gustavo Ravaglio. Estes são alguns dos autores dos mais de 30 mil títulos disponíveis para o público na Gibiteca de Curitiba. Localizada no centro de Curitiba, a Gibiteca incentiva, desde os anos 80, a divulgação e formação de quadrinistas em Curitiba, além de servir como um espaço democrático para ações culturais focadas nos quadrinhos e a outras linguagens correlacionadas, como ilustração, RPG e Cosplay. Só no ano passado, mais de 3 mil pessoas se deliciaram com as revistas.
Formado por principalmente por doações, o acervo se destaca por incentivar a cultura no segmento em Curitiba. Mas a Gibiteca também abre espaço para ações educativas com escolas, e realização de cursos, oficinas e debates voltados a quem se interessa pelas artes visuais.
“Nosso acervo é dividido em vários gêneros. Temos uma parte reservada aos mangás (histórias em quadrinhos desenhadas no estilo japonês), outra para os Comics (quadrinhos americanos de super-heróis e faroeste), e uma só para histórias de terror. Há também uma parte reservada para gibis infantis e cartuns, e outra voltada aos Graphic Novels, popularmente chamados de ‘encadernados’, que são HQ’s mais complexas e próximas da literatura, com começo, meio e fim na mesma edição. Ainda temos o setor de quadrinhos estrangeiros e de livros teóricos sobre quadrinhos e ilustração, mais um setor que mistura a produção nacional e local, e os livros de RPG”, explica o coordenador da Gibiteca, Fúlvio Pacheco.
Entre todos os títulos, 5 mil podem ser considerados raridades que qualquer colecionador disputaria a tapas para tê-los em suas coleções. É o caso da primeira edição brasileira da revista “Action Comics”, primeira aparição do Super Homem em histórias em quadrinhos. Ou, então, edições das revistas “Gibi”, “Tico-Tico” e “Careta”, títulos que dão um panorama das produções que começaram a ser feitas no Brasil em 1908.
A quantidade de títulos raros do acervo da Gibiteca também a torna um ambiente especial para a pesquisa. “Recebemos pesquisadores de todo o Brasil interessados em realizar seus trabalhos. Por exemplo, nossa coleção do jornal Pasquim é considerada uma das mais completas do Brasil”, observa Pacheco.
ALÉM DO ACERVO - Os tesouros nas estantes da Gibiteca, porém, não são o que mais atrai o público. No ano passado, 18 mil pessoas participaram das ações especiais – como palestras, debates, lançamento de publicações, exposições, cursos e oficinas – além dos três mil leitores que utilizaram a biblioteca.“Desde o começo da sua história, a Gibiteca vem sendo um espaço para reunir, formar, ensinar e divulgar o trabalho de quadrinistas paranaenses”, completa Fúlvio.
Autor do livro “A História dos Quadrinhos e da Gibiteca de Curitiba” (que concorreu ao 30º prêmio “HQ mix” como o melhor livro do ano), e também quadrinista (com 42 publicações no currículo), Fúlvio conta que a Gibiteca foi criada em 1982, como forma de reunir e estabelecer um espaço de convivência para os quadrinistas que tinham recém-chegado a Curitiba para trabalhar na editora Grafipar.
Em mais de 30 anos de existência, o espaço continua fomentando a produção local e a formação de quadrinistas em Curitiba. “Somos uma família. Várias gerações passaram por aqui e tenho certeza de que muitas virão. E a Gibiteca estará aqui, sempre buscando conciliar o conhecimento entre as novas e as antigas gerações, tornando esta família ainda maior”, orgulha-se o coordenador.
A Gibiteca de Curitiba está situada na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 533, Solar do Barão, Centro. Funcionamento: de terça a sábado terça, das 9h às 12h e 13h às 18h; e domingo, das 14h às 18h, somente para visitação de exposições. Contato: (41) 3321-3250 ou pelo e-mail: gibitecadecuritiba@fcc.curitiba.pr.gov.br
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