A partir desta semana, quem visitar a
Biblioteca Pública do Paraná pode conferir a exposição de fotos e figurinos
sobre os 50 anos do Balé Teatro Guaíra. Foram selecionadas 300 imagens que
ajudam a contar a história da terceira companhia mais antiga do país. Estão
representados momentos marcantes como a primeira turma de bailarinos, a estreia
de Ana Botafogo como solista e “O Grande Circo Místico”, além de sucessos
recentes como “O Lago dos Cisnes” e “Carmen”.
A mostra é uma parceria entre o Centro Cultural
Teatro Guaíra e a Biblioteca Pública do Paraná e tem exibição até 27 de setembro.
A entrada é gratuita.
Diversos fotógrafos paranaenses se
notabilizaram pelo registro de imagens do Balé Teatro Guaíra. Entre eles estão
Sérgio e Cayo Vieira, pai e filho. O primeiro acompanhou o BTG por mais de 30
anos, lançando um livro com parte do acervo.
Cayo se destacou com a captura de coreografias
recentes, como as imagens de “O Lago dos Cisnes”, feitas a partir da vara de
iluminação, no alto do palco, que integram a exposição. De acordo com ele, a
ideia de fotografar do alto surgiu porque ele conhecia todos os trechos da
coreografia e sabia exatamente quais os momentos produziriam imagens
impactantes.
“Fotografar
dança é dançar junto, se movimentar junto. A gente tem que se envolver. Para
capturar um bom movimento é importante estar lá desde os primórdios da obra,
acompanhar os ensaios e a investigação da movimentação. Gosto de observar luz e
figurino. A partir disso, faço anotações mentais e depois as materializo nas
fotos”, afirma Cayo, que começou a capturar os primeiros registros do BTG aos
15 anos de idade, com a remontagem de “O Grande Circo Místico”, em 2002.
Maringas Maciel é o atual fotógrafo do Centro
Cultural Teatro Guaíra e autor das imagens que rodaram o Paraná para divulgar o
cinquentenário da companhia. A foto oficial da celebração foi a bailarina
Clarissa Cappellari em uma cena de “O Segundo Sopro” conhecida como “solo da
farinha”.
“O
desafio do fotógrafo de dança é que precisamos congelar o movimento do
bailarino e para isso é preciso acertar o tempo da coreografia”, diz. Para
a imagem de O Segundo Sopro, Maringas assistiu a dezenas de ensaios e já havia
marcado o momento exato em que Clarissa retirava parte do figurino. Assim, o
espectador fica com a impressão de que o tecido está voando.
A seleção foi feita pela equipe do CCTG. O
primeiro processo foi avaliar todas as imagens do acervo do BTG – mais de 2 mil
fotos. A partir daí, a equipe fez uma triagem e selecionou registros que
sintetizassem momentos significativos da companhia.
Para a diretora-presidente do CCTG, Mônica Rischbieter,
a criação da exposição foi importante para deixar registrada a história da
companhia. “Muitas dessas imagens nunca
haviam sido mostradas ao público. A ideia de produzir essa mostra surgiu
justamente para dividir esses momentos com os paranaenses”.
Mônica conta que o planejamento teve como foco
a mobilidade, para que as fotografias pudessem ser exibidas nas cidades onde o
balé se apresentaria. “O resultado é que
em todas as sete cidades onde o BTG se apresentou durante a última turnê, que
ocorreu entre maio e agosto deste ano, tivemos uma exposição, alcançando um
público de mais de 7 mil pessoas”, diz.
Entre os figurinos selecionados para a
exposição estão personagens de obras como “Romeu e Julieta”, “Dom Quixote” e “O
Grande Circo Místico”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário