Cerca
de 300 estudantes das escolas municipais Noely de Ávila e Dom Manuel da
Silveira D'elboux foram apresentados, nesta terça-feira (15), no Memorial da
Cidade, às aventuras do pirata Zulmiro. O relato ficou a cargo do pesquisador
curitibano Marcos Juliano Ofenbock, autor de um livro sobre o personagem.
O
escritor diz possuir elementos suficientes para afirmar que Zulmiro viveu parte
da vida e morreu em Curitiba e foi ninguém menos que o último pirata do século
19.
Conhecedor
da história e das lendas sobre a cidade, o prefeito Rafael assistiu à
apresentação. “O pirata Zulmiro deixou a
lenda urbana para entrar na história e veio fazê-lo no Memorial da Cidade”,
disse o prefeito.
Há
cerca de 20 anos, o prefeito recebeu Ofenbock em reunião, pela primeira vez,
para ouvir a teoria acerca do personagem. “Eu
o incentivei a pesquisar e ele obedeceu. Agora sabemos, por documentos, onde o
pirata viveu e foi enterrado”, completou Greca, que na infância ouvia de
familiares a saga de Zulmiro.
Greca
fez questão que as crianças de gerações posteriores à sua também a conhecessem.
Em sua primeira gestão como prefeito (1993-1996), a coleção de livros didáticos
Lições Curitibanas trazia informações sobre o personagem.
ZULMIRO DEIXA PEGADAS - Ofenbock conta que baseia suas
pesquisas em informações extraídas de documentos de cartório, registros de
cemitério, jornais de época e junto à representação diplomática britânica. Por
meio delas, apurou que o pirata Zulmiro foi um tenente da Marinha Britânica
chamado Francis Hodder, filho de nobres ingleses nascido em Cork, na Irlanda,
entre 1798 e 1799.
Segundo
o pesquisador, relatos encontrados informam que o personagem optou pela vida de
pirata ao desertar da Marinha, depois de ter assassinado um superior. Veio
parar na América do Sul, onde em 1821 saqueou o navio espanhol que carregava
riquezas pilhadas da catedral de Lima, no Peru. Preso, conseguiu fugir.
Subiu
a Serra do Mar e se fixou em Curitiba em 1835, com o nome de João Francisco
Inglez.
Na
cidade, Zulmiro adquiriu terras e se instalou no ponto mais alto do terreno
atualmente ocupado pela Universidade Livre do Meio Ambiente, no Pilarzinho.
Sua
história só começou a vir à tona quando foi procurado por Edward Young, também
inglês residente no Rio de Janeiro. De passagem por Curitiba, ele fica sabendo
da existência de um velho que falava inglês e decide conhecê-lo. A princípio,
duvidou da história. No entanto, resolveu publicá-la em um jornal da época
depois de saber da morte do velho pirata.
João
Francisco Inglez foi enterrado no Cemitério Municipal, no bairro São Francisco,
em 24/8/1889, perto dos 90 anos de idade.
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