quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Exposição internacional “Quem é o Homem do Sudário?” retorna a Curitiba


Um dos assuntos mais debatidos e pesquisados da história da humanidade é a vida e morte de Jesus Cristo. Seja para os religiosos ou para os cientistas, o tema sempre foi rodeado de muitos mistérios e um dos mais intrigantes é o Santo Sudário, um tecido de linho com manchas de água, sangue e tecido queimado com 4,36 metros de altura e 1,10 metro de largura que, supostamente, teria envolvido o corpo de Jesus Cristo depois que ele foi tirado da cruz. Esse é o tema da mostra internacional “Quem é o Homem do Sudário?” aberta ao público no Ventura Shopping, até dia 29 de outubro.
Pela terceira vez em Curitiba, a exposição já percorreu diversos países abordando toda a trajetória dos últimos momentos da vida de Cristo. O ambiente montado para receber a exposição já é um convite que remete à época em que Jesus passou pelo calvário. Dividida em cinco fases, a mostra traz uma réplica do Sudário de Turim, em tamanho original de 4,41m x 1,13m, assim como réplicas da tumba, dos pregos colocados nas mãos e nos pés de Jesus, da coroa de espinhos e também da lança, em tamanho original, que perfurou o coração de Cristo. As moedas, cuja impressão se encontra sobre os olhos do Homem do Sudário, são originais da época da Palestina.
A exposição conta com mais de 30 painéis, que incluem estudos sobre o tecido de diversas áreas da ciência, como os testes do Carbono 14, e o percurso histórico. Uma escultura em bronze, em tamanho real, feita por Luigi Enzo Mattei a partir do biotipo reconstituído pelos cientistas, intriga e emociona os visitantes.
Guardado em cofre na capela real da Catedral de Turim, na Itália, o Santo Sudário é o objeto mais estudado de toda a humanidade. Foram selecionados os melhores profissionais para analisá-lo nas áreas da palinologia, patologia forense, botânica, física, química, numismática, iconografia e tecnologia têxtil, entre outras. As diversas pesquisas científicas realizadas, incluindo os estudos do botânico israelense Avinoam Danin sobre as imagens florais, e do patologista forense Max Frei sobre os pólens, são apresentadas na mostra.
O curador da exposição é o padre Alexandre Paciolli, fundador da Comunidade Olhar Misericordioso, sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro. A exposição é gratuita e pode ser visitada de segunda à sábado, das 10h às 22h; domingo, das 14h às 20h nos setores verde e azul do Ventura Shopping (rua Itacolomi, 292, Portão).

CURIOSIDADES - A exposição encontra-se fixa em vários países do mundo inteiro. No Brasil, ela foi criada a partir de uma graça recebida na exposição do Santo Sudário em Jerusalém. Em sinal de agradecimento, a exposição foi reproduzida no território brasileiro, e Curitiba foi a primeira cidade que a recebeu, em 2010.
Em 1389 uma carta ao papa Urbano VI chamou atenção para o tecido. Ele destaca: “As pessoas insistem que se trata do Sudário, mas sei que o linho foi pintado à pena”.
O Sudário andava um tanto esquecido até que, em 1898, o fotógrafo italiano Secondo Pia descobriu, mais propriamente no momento em que examinava um negativo de uma foto da relíquia, uma imagem nítida de um homem nu e barbado.
O Vaticano mantém uma opinião neutra em relação ao assunto, embora tenha sido o Sudário recentemente venerado pelo papa Francisco.
O Santo Sudário exibe a imagem do corpo de um homem nu, de mãos cruzadas e olhos e boca fechadas. O corpo traz marcas de feridas que, segundo especialistas, seriam compatíveis com os flagelos sofridos por Jesus: o açoite com chicote, os pregos nos pulsos e pés, a coroa de espinho e o ferimento de lança no tórax.
Segundo o mais recente estudo, publicado por Thomas de Wesselow, sobre o assunto, nenhuma pesquisa até agora foi conclusiva a respeito da autenticidade do pano de linho. A despeito disso, a crença no Sudário, para o autor, foi responsável por transformar o Cristianismo na religião mais popular do mundo, com 2,1 bilhões de seguidores.

OS MISTÉRIOS - A imagem vista no Sudário revela cicatrizes nos pulsos, o que bate com a teoria de que as pessoas condenadas à crucificação eram feridas com pregos – e provavelmente pregadas à cruz – nesse ponto. O condenado não poderia ser sustentado pelas palmas das mãos porque elas não aguentariam o peso do corpo pendurado na cruz. Esse é o primeiro mistério do Sudário.
Após uma análise minuciosa, um químico norte-americano mostrou que o tecido continha moléculas liberadas pelo organismo em situações de stress, além de líquido pleural. A pleura é uma membrana que recobre o pulmão pelo lado de fora. Esse líquido teria provavelmente jorrado por um ferimento no peito. Esse é o segundo mistério.
Um estudo feito com técnicas de relevo fotográfico levou os cientistas a concluírem que o homem do Sudário possuía em torno de 1,80 metro de altura e aproximadamente 37 anos de idade. O terceiro mistério.

Nenhum comentário:

Postar um comentário