Um
dos assuntos mais debatidos e pesquisados da história da humanidade é a vida e
morte de Jesus Cristo. Seja para os religiosos ou para os cientistas, o tema
sempre foi rodeado de muitos mistérios e um dos mais intrigantes é o Santo
Sudário, um tecido de linho com manchas de água, sangue e tecido queimado com
4,36 metros de altura e 1,10 metro de largura que, supostamente, teria
envolvido o corpo de Jesus Cristo depois que ele foi tirado da cruz. Esse é o
tema da mostra internacional “Quem é o Homem do Sudário?” aberta ao público no
Ventura Shopping, até dia 29 de outubro.
Pela
terceira vez em Curitiba, a exposição já percorreu diversos países abordando
toda a trajetória dos últimos momentos da vida de Cristo. O ambiente montado
para receber a exposição já é um convite que remete à época em que Jesus passou
pelo calvário. Dividida em cinco fases, a mostra traz uma réplica do Sudário de
Turim, em tamanho original de 4,41m x 1,13m, assim como réplicas da tumba, dos
pregos colocados nas mãos e nos pés de Jesus, da coroa de espinhos e também da
lança, em tamanho original, que perfurou o coração de Cristo. As moedas, cuja
impressão se encontra sobre os olhos do Homem do Sudário, são originais da
época da Palestina.
A
exposição conta com mais de 30 painéis, que incluem estudos sobre o tecido de
diversas áreas da ciência, como os testes do Carbono 14, e o percurso
histórico. Uma escultura em bronze, em tamanho real, feita por Luigi Enzo
Mattei a partir do biotipo reconstituído pelos cientistas, intriga e emociona
os visitantes.
Guardado
em cofre na capela real da Catedral de Turim, na Itália, o Santo Sudário é o
objeto mais estudado de toda a humanidade. Foram selecionados os melhores
profissionais para analisá-lo nas áreas da palinologia, patologia forense,
botânica, física, química, numismática, iconografia e tecnologia têxtil, entre
outras. As diversas pesquisas científicas realizadas, incluindo os estudos do
botânico israelense Avinoam Danin sobre as imagens florais, e do patologista
forense Max Frei sobre os pólens, são apresentadas na mostra.
O
curador da exposição é o padre Alexandre Paciolli, fundador da Comunidade Olhar
Misericordioso, sacerdote da Arquidiocese do Rio de Janeiro. A exposição é
gratuita e pode ser visitada de segunda à sábado, das 10h às 22h; domingo, das
14h às 20h nos setores verde e azul do Ventura Shopping (rua Itacolomi, 292,
Portão).
CURIOSIDADES - A exposição encontra-se fixa em
vários países do mundo inteiro. No Brasil, ela foi criada a partir de uma graça
recebida na exposição do Santo Sudário em Jerusalém. Em sinal de agradecimento,
a exposição foi reproduzida no território brasileiro, e Curitiba foi a primeira
cidade que a recebeu, em 2010.
Em
1389 uma carta ao papa Urbano VI chamou atenção para o tecido. Ele destaca: “As pessoas insistem que se trata do Sudário,
mas sei que o linho foi pintado à pena”.
O
Sudário andava um tanto esquecido até que, em 1898, o fotógrafo italiano
Secondo Pia descobriu, mais propriamente no momento em que examinava um
negativo de uma foto da relíquia, uma imagem nítida de um homem nu e barbado.
O
Vaticano mantém uma opinião neutra em relação ao assunto, embora tenha sido o
Sudário recentemente venerado pelo papa Francisco.
O
Santo Sudário exibe a imagem do corpo de um homem nu, de mãos cruzadas e olhos
e boca fechadas. O corpo traz marcas de feridas que, segundo especialistas,
seriam compatíveis com os flagelos sofridos por Jesus: o açoite com chicote, os
pregos nos pulsos e pés, a coroa de espinho e o ferimento de lança no tórax.
Segundo
o mais recente estudo, publicado por Thomas de Wesselow, sobre o assunto,
nenhuma pesquisa até agora foi conclusiva a respeito da autenticidade do pano
de linho. A despeito disso, a crença no Sudário, para o autor, foi responsável
por transformar o Cristianismo na religião mais popular do mundo, com 2,1
bilhões de seguidores.
OS MISTÉRIOS - A imagem vista no Sudário revela
cicatrizes nos pulsos, o que bate com a teoria de que as pessoas condenadas à
crucificação eram feridas com pregos – e provavelmente pregadas à cruz – nesse
ponto. O condenado não poderia ser sustentado pelas palmas das mãos porque elas
não aguentariam o peso do corpo pendurado na cruz. Esse é o primeiro mistério
do Sudário.
Após
uma análise minuciosa, um químico norte-americano mostrou que o tecido continha
moléculas liberadas pelo organismo em situações de stress, além de líquido
pleural. A pleura é uma membrana que recobre o pulmão pelo lado de fora. Esse
líquido teria provavelmente jorrado por um ferimento no peito. Esse é o segundo
mistério.
Um
estudo feito com técnicas de relevo fotográfico levou os cientistas a
concluírem que o homem do Sudário possuía em torno de 1,80 metro de altura e aproximadamente
37 anos de idade. O terceiro mistério.
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