Sede
do memorial à imigração japonesa, o entorno da Praça do Japão ganhou a segunda
escultura de um artista daquele país e radicado no Brasil. É a peça “Centenário
da Amizade Brasil/Japão”, de Manabu Mabe, esculpida em 1995 para celebrar o
marco histórico.
A
partir desta terça-feira (22) - mesma data da entronização do príncipe Naruhito
como Imperador da Terra do Sol Nascente - a obra passou a dividir o endereço
com “Curitiba”, obra da falecida artista Tomie Ohtake.
“Logo
teremos, em outro canto desta praça, um painel de Kazuo Wakabayashi, para
reunir criações de japoneses que são artistas, são grandes e são nossos”,
adiantou o prefeito Rafael Greca.
Ele
presidiu o evento ao lado dos filhos do artista, Ken e Joh Mabe, e dos netos
Rafael Jun Mabe e Joh Mabe Júnior.
A
escultura foi doada ao município pelo Instituto Brasileiro de Qualidade e
Produtividade (IBQP), que a manteve em seu jardim desde 1997. “A
beleza deve ser contemplada por todos. Mas quando se trata de uma escultura do
Manabu Mabe, tem que ser apreciada pelo povo que passa pela Praça do Japão”,
disse Greca, que escolheu o local para a instalação da peça. Ela foi colocada
na Avenida Sete de Setembro, no ponto em que a via se bifurca e dá início à
Avenida República Argentina.
TRADIÇÃO E INOVAÇÃO - O prefeito também destacou o papel
do Japão como referência em conhecimento e tecnologia. “Queremos conosco o som forte da tradição do tambor e a inovação
representada pelos computadores”, observou, numa alusão à visionária
criação de Mabe.
A
escultura é composta de dois círculos representando as bandeiras dos países
amigos de longa data. Abaixo, o mar que divide as regiões. No outro lado, a
vogal I simboliza a inovação que perpassa a relação entre ambos.
Executada
em granito rosa sobre uma base de concreto, a peça é uma escultura de
aproximadamente 7 toneladas e 2 metros de altura. Foi esculpida por Mabe em
1995, por sugestão do empresário da área de tecnologia da informação Keizo
Assahida para celebrar o centenário da amizade Brasil-Japão.
Com
o novo endereço da escultura, a cidade passa a ser a primeira capital
brasileira e a segunda cidade do país a ter uma obra de Mabe instalada em
espaço público. A primeira está em Mogi das Cruzes, em São Paulo. Segundo
confidenciou a familiares, o artista preferia ver seus trabalhos em locais de
grande circulação de pessoas do que em ambientes restritos a poucos
frequentadores.
O SÍMBOLO - Mabe nasceu em 1924, no Japão, e
aos 10 anos veio para o Brasil com a família. O objetivo era trabalhar na
agricultura, no interior de São Paulo, atividade que ele chegou a dividir com a
pintura - uma de suas áreas de atuação nas artes visuais. Passou a se dedicar
integralmente à arte no final da década de 50.
Executada
nos dois últimos anos de vida do artista, a escultura foi um presente de
Assahida e dos também empresários Atilano de Oms Sobrinho, Abdo Aref Kudri,
Francisco Cunha Pereira Filho, José Carlos Gomes de Carvalho e Sérgio
Prosdócimo. Os quatro últimos já faleceram.
O
presidente do Conselho Deliberativo do IBQP, Sandro Vieira, representou a
entidade na entrega da obra de Mabe à cidade. “É uma emoção muito grande vê-la,
depois de 22 anos, nesse espaço sensacional”, disse.
O
cônsul-geral do Japão no Paraná e em Santa Catarina, Hajime Kimura, agradeceu a
reverência à cultura do seu país.
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