O
Museu Paranaense (MUPA) inaugura nesta quinta-feira (12), às 19h, a exposição
“Ephemera/Perpétua”, que vai ocupar três salas do andar superior do Palácio São
Francisco. Amplamente multidisciplinar, a mostra de longa duração apresenta em
torno de 180 peças do acervo do museu, um dos mais importantes da América
Latina nos campos da antropologia, arqueologia e história, e também objetos das
coleções do Herbário Municipal de Curitiba, Departamento de Zoologia da UFPR,
Museu Casa Alfredo Andersen e Museu Oscar Niemeyer.
Entre
o conjunto exposto estarão exsicatas, pinturas, fotografias, vídeos, zoólitos
milenares, livros, manuscritos, além de plumárias, adornos e lanças de
diferentes etnias indígenas. A entrada é gratuita.
Para
a diretora do Museu, Gabriela Bettega, “Ephemera/Perpétua
ultrapassa os limites do arqueológico, antropológico e histórico,
especialidades do museu, trazendo as outras áreas que já fizeram parte da
instituição, como paleontologia, mineralogia e botânica”.
É
uma exposição composta por muitas outras, para diferentes gostos e
curiosidades, para visitar e revisitar, como o próprio Museu Paranaense faz com
sua história.
CONTRAPONTO - Cada um dos objetos selecionados
para compor a mostra conta mais que uma história: convida à reflexão sobre o
sentido das coleções e dos colecionadores, sobre o que é efêmero e o que é
perpétuo, de forma mais sutil ou notória. “O
Museu Paranaense é uma espécie de livro de memórias. Não de façanhas, mas do
que restou delas. Vestígios esquecidos que um coletor ou caçador (daquele
gênero muito particular que são os pesquisadores) colheu, classificou, deu sentido, pôs em exibição. Todo museu tem um
quê de jazigo efêmero e de berço perpétuo”, diz o texto curatorial.
No
recorte feito pela curadoria, a exposição sobre efemeridades e perpetuidades
põe em evidência tanto a delicadeza dos zoólitos milenares e das pequenas
esculturas de cera produzidas pelos Xetá, quanto à exuberância colorida de
máscaras indígenas, ao lado de documentos fotográficos e vídeos de Vladimir
Kozák.
Além
disso, o artista Paulo Vivacqua preparou uma instalação exclusivamente para
esta exposição. “A presença de um artista
contemporâneo ao lado de objetos centenários não foi uma decisão aleatória. Faz
parte da estratégia desse museu de 143 anos de se renovar, e de ser visto, como
de fato é, um museu do século XXI”, explicam os curadores.
A
lógica temporal/espacial também serve de pretexto para expor questões que ligam
o passado ao presente. “É inevitável que
estejam presentes questões sensíveis, como as brutalidades praticadas contra os
povos originários, o meio ambiente, e os riscos que correm as sociedades com a
extinção iminente das abelhas”, diz uma das curadoras da mostra, Josiéli
Spenassatto.
PROTAGONISTAS - Ao repassar a trajetória do museu em
quase um século e meio de existência, nomes de pesquisadores como Frederico
Lange de Morretes, Günther Tessmann, Jesus Moure, Per Karl Dusén, Reinhard
Maack, Vladimir Kozák e Wanda Hanke aparecem como alguns dos protagonistas
dessa história, com interesses multidisciplinares. Por esse motivo, esses
personagens integram a exposição como narradores da história do museu e de suas
coleções, que refletem bem a diversidade cultural do Paraná.
Há,
ainda, aspectos curiosos dos pesquisadores, como quando um deles teve o nome
usado para batizar um aracnídeo. Outro que dá nome a um fiorde na Groenlândia.
Havia o que defendia a tese da terra como um só continente e também o que
acreditava que tudo está rigorosamente ordenado por Deus.
Assinam
a curadoria parte da equipe do Museu Paranaense, formado pela arqueóloga
Claudia Parellada, a pesquisadora e gestora de conteúdo Giselle de Moraes, a
antropóloga Josiéli Spenassatto e o designer Richard Romanini. O texto crítico
é do pesquisador Mario Helio Gomes. A exposição “Ephemera/Perpétua” tem o
patrocínio da Copel e da Sanepar, e apoio das empresas Affinité, Iluminarte,
Lumen, Soter e Stella Artois.
NOVA IDENTIDADE - A nova exposição marca também o
lançamento oficial da nova identidade do Museu Paranaense, que reposiciona a
instituição, aproxima o museu ao público contemporâneo e olha para o acervo de
forma consoante às temáticas atuais. A logomarca forma o acrônimo MUPA,
resultado da união das letras iniciais do nome do museu, como um apelido. O
desenho parte do conceito-chave da variabilidade de acervos, pesquisas e
atividades que o Museu Paranaense sempre promoveu.
O MUSEU - Fundado em 1876, o Museu Paranaense
é o terceiro museu público mais antigo do Brasil e foi a primeira instituição
científica do Paraná. A riqueza de suas coleções – são centenas de milhares de
peças – seria por si um motivo para visitá-lo. Mas a variedade e originalidade
delas fazem com que seja um dos mais importantes da América Latina.
Arqueológico,
antropológico e histórico: isto quer dizer que o visitante pode encontrar-se
com um fóssil de centenas de milhões de anos ou acompanhar os rituais
ameríndios do Paraná, do Amazonas e do Peru, ao conferir o que foi coletado ou
registrado, por sua equipe e os seus pesquisadores, ao longo de 143 anos de
história.
O Museu Paranaense está
situado na Rua Kellers, 289, São Francisco e pode ser visitado de terça a
sexta-feira, das 9h às 17h30; sábado, domingo e feriado, das 10h às 16h. Mais
informações: 3304-3300 ou
www.museuparanaense.pr.gov.br.
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