A literatura brasileira, assim como a
música e o teatro, também foi foco de resistência durante a Ditadura Militar.
Após 50 anos do Golpe Militar de 1964, a 32ª edição do Cândido, jornal editado
pela Biblioteca Pública do Paraná, traz um especial sobre a literatura feita ao
longo das duas décadas de exceção política no país.
Reportagem de Osny Tavares mostra,
entre outras nuances, que os autores não absorveram, imediatamente, o impacto
da ditadura, porém, com o lançamento de Quarup, de Antonio Callado, em 1967, a realidade passou a
ser matéria-prima em nossa ficção. Tavares também entrevistou Ferreira Gullar,
o autor, entre outros, de Poema sujo, que conta de que maneira o golpe
interferiu em sua vida, obrigando-o a se exilar na Argentina.
Na reportagem “Resistência nos pinheirais”,
a jornalista Thaís Reis Oliveira apresenta autores paranaenses, como Walmor
Marcellino, Fábio Campana, Nelson Padrella e Teresa Urban, que também
problematizaram os Anos de Chumbo em suas obras. O escritor André Sant'Anna
escreveu, a convite do Cândido, um conto inédito, ambientado entre 1964 e 1985,
chamado “A História da Revolução”.
A edição 32 do Cândido também contempla
inéditos: fragmento de um romance inédito de Maria Valéria Rezende, poemas de
Reynaldo Damázio e Ricardo Aleixo e um conto de Bruno Zeni, curitibano radicado
em São Paulo. O
perfil do leitor apresenta os primos integrantes da banda Charme Chulo. E a
seção making of recupera a impressionante história de Os sofrimentos do jovem
Werther, de Goethe, clássico da literatura alemã e universal.
O Cândido tem tiragem mensal de dez mil
exemplares e é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em
diversos pontos de cultura de Curitiba. Também é enviado, via correio, a
diversas partes do Brasil. É possível ler a versão online do jornal no seguinte
endereço: www.candido.bpp.pr.gov.br. O site também traz conteúdo exclusivo,
como entrevistas e inéditos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário