Obras do inglês Edward Elgar (1857-1934),
do brasileiro Radamés Gnattali (1906-1988) e do russo Pyotr Ilyich Tchaikovsky
(1840-1893) integram o concerto “Serenatas”, que a Orquestra de Câmara da
Cidade de Curitiba executa neste fim de semana, sob a direção musical do
violinista e “spalla” do grupo, Winston Ramalho. Como solista convidado atua o
paulista Alexandre Razera (viola), um dos mais respeitados instrumentistas
brasileiros. As apresentações acontecem às 20h de sexta-feira (11), na Paróquia
Bom Pastor, e às 18h30 de sábado (12), na Capela Santa Maria Espaço Cultural.
O espetáculo de abertura da temporada
2014 de concertos da Orquestra de Câmara de Curitiba, patrocinada pelo
Ministério da Cultura e pela Volvo, conta ainda com palestra do compositor e
arranjador paranaense Marco Aurélio Koentopp, que acontece às 17h45 de sábado
(12), antecedendo a apresentação na Capela Santa Maria. Mestre em Música pela
Universidade Federal do Paraná, Koentopp atualmente é professor da Escola de
Música e Belas Artes do Paraná, além de coordenador do Curso Superior de
Composição e Regência daquela instituição.
A conversa com a plateia é uma
iniciativa da Camerata Antiqua de Curitiba e seus grupos - Orquestra de Câmara
e Coro da Camerata - que teve início no ano passado com o objetivo de levar ao
espectador comentários de especialistas na área musical, permitindo conhecer
detalhes da produção de grandes compositores. O público também terá a
oportunidade de conferir gratuitamente o ensaio geral da Orquestra de Câmara,
às 10h de quinta-feira (10), na Capela Santa Maria Espaço Cultural.
O repertório – Dando sequência à
proposta de executar obras marcantes na história da Camerata Antiqua de
Curitiba - Coro e Orquestra -, quando o grupo completa 40 anos de existência, a
Orquestra de Câmara selecionou peças que expressam a genialidade de
compositores universais. “É sempre um desafio executar obras de alta
complexidade, sem a presença de um maestro”, destaca o diretor musical Winston
Ramalho, violinista curitibano que venceu vários concursos nacionais e
internacionais, tendo sido aluno e assistente do consagrado professor e solista
Tibor Varga, na Universität für Musik und darstellende Kunst Graz (Áustria).
Winston foi membro e violinista
convidado de importantes orquestras brasileiras e estrangeiras, como a
Orquestra Sinfônica do Paraná, Orquestra Sinfônica de São Paulo, Grazer
Synphonishes Orchester, Recreation Orchester Graz, Orquestra Filarmônica de
Viena e Orquestra de Câmara de Viena, além de ter atuado, durante 2011, como
“spalla” ensaiador da Camerata Antiqua de Curitiba. Também participou como
professor de violino em edições da Oficina de Música de Curitiba.
No programa deste concerto da Orquestra
de Câmara de Curitiba estão “Serenata para cordas em Dó maior Op. 48” , de Tchaikovsky; “Serenata
para cordas em Mi menor Op. 20” ,
de Edward Elgar; e “Concerto para viola e cordas”, de Radamés Gnattali. Aliás,
sobre Radamé Gnattali, Wiston Ramalho comenta a importância de mostrar a
produção de um grande nome da música nacional, especialmente uma composição
pouco executada, que contará com solo do violista Alexandre Razera, paulista de
Piracicaba, que estudou na Universidade de Artes de Berlim (Alemanha).
Razera acumula concertos, gravações e
turnês ao lado de várias orquestras europeias. Atualmente radicado no Brasil,
além de desenvolver intensa atividade musical por todo o país, Europa e Japão,
atua como primeiro violista convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São
Paulo (Osesp) e integra o trio de cordas francês Compass Trio, ao lado da
violinista Sarah Nemtanu e do violoncelista Chistophe Morin.
Composto em 1967, o “Concerto para
viola e cordas” foi dedicado por Radamés ao violista húngaro Perez Dworecki.
Considerado um dos mais importantes concertos para viola do repertório
brasileiro, é estruturado em três movimentos e tem características
neoclássicas. A obra comprova a criatividade de Radamés, que transitou com
segurança pelo erudito e pelo popular, unindo esses dois universos e criando um
novo conceito na música brasileira.
“Serenata para cordas em Dó maior Op. 48” , de Tchaikovsky, foge da
definição original de serenatas, que eram canções calmas ou serenas, tendo
assumido, com o passar dos tempos, diferentes conotações. No sentido empregado
pelo compositor, serenata é um gênero musical para formações instrumentais de
médio porte, em vários movimentos, e situado musicalmente entre a complexidade
de uma sinfonia e a simplicidade de um divertimento.
O russo Tchaikovsky, que se tornou
conhecido do grande público principalmente por seus balés clássicos, como “O
Lago dos Cisnes” e “O Quebra-Nozes”, é um dos poucos compositores aclamados que
se sentia igualmente confortável escrevendo óperas, sinfonias, concertos e
obras para piano.
Marcado como compositor de obras de
grandes dimensões, Edward Elgar foi autodidata em música. Filho de um
afinador de pianos, vivia rodeado de instrumentos musicais e, em seus passeios,
levava música para estudar, estabelecendo uma forte ligação entre a arte
musical e a natureza. Na “Serenata para cordas em Mi menor Op. 20” , Elgar mostra um domínio da
orquestra raro na música inglesa do seu tempo, com simplicidade de recursos.
A apresentação da Orquestra de Câmara
de Curitiba no dia 11 de abril de 2014 (sexta-feira), às 20h, na Paróquia Bom
Pastor (Rua Victorio Viezzer, 810 – Vista Alegre), tem entrada franca; no dia
12 abril de 2014 (sábado), às 18h30, na
Capela Santa Maria Espaço Cultural (Rua Conselheiro Laurindo, 273 – Centro),
tem ingressos a R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada).
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