Ícone da música brasileira, Waltel Branco
apresenta nos dias 4 e 18 outubro masterclass no Conservatório de Música
Popular Brasileira de Curitiba. O curso voltado a músicos da cidade terá 8 encontros,
sendo duas terças-feiras por mês até janeiro de 2017. A inscrição para dois
encontros é de R$ 50,00, feita diretamente da secretaria do CPMB.
Cada encontro terá a participação ainda de um
maestro convidado, regentes dos grupos artísticos do instituto e mediação do
contrabaixista da Orquestra À Base de Corda, Rodrigo Marques. Um dos convidados
para debater música com Waltel é o maestro João Egashira. “O Waltel fez com
primazia tudo o que um músico deve fazer, com uma percepção incrível se
destacou conquistando respeito pela qualidade de suas obras. Qualquer contato
com artistas que chegam nesse patamar é uma escola! ”, esclarece Egashira.
Além de proporcionar o contato de novos músicos
com os experientes artistas, o curso também pret a memória e paralelamente
fazer um registro da vida e obra deste compositor paranaense. “É uma
oportunidade de conhecer um pouco da história de vida e principalmente musical
deste músico tão representativo no Brasil e no mundo”, explica Sandra Dias,
coordenadora do Conservatório de MPB.
Segundo o maestro Waltel Branco, na masterclass
ele deve apresentar debates pouco discutidos, e que faltam para os novos
compositores. “O aluno tem que saber o que é a música, quero começar a falar a
partir desse ponto”, explica Waltel Branco. “Não existe música boa ou ruim,
existe aluno sem estudo, para se fazer música precisa de estudar muito”,
conclui o compositor que também foi arranjador nas gravações: “Azul da Cor do
Mar” de Tim Maia, “Bastidores” de Caby Peixoto, “Faz Parte do Show” de Cazuza,
e muitos outros sucessos. Também foi o responsável pelos arranjos de trilha
sonoras das novelas da Globo, como: “O Bofe”, “Selva de Pedra”, “Escrava
Isaura” e “Irmãos Coragem”.
Trajetória - Compositor, regente, arranjador,
diretor musical, violonista, guitarrista, contrabaixista, cavaquinista,
produtor musical e professor, especialista em trilhas para novelas e cinema,
Waltel Branco é um dos principais músicos do Paraná. Consagrado pelo arranjo da
trilha sonora da Pantera Cor-de-Rosa, de Henry Mancini.
Nasceu em Paranaguá, em 1929, iniciou-se na
música aos 12 anos de idade. Teve como mestres Bento Mossurunga, Sebastião de
Oliveira, Othon Saleiros e Oscar Cáceres (violão), Padre Penalva (canto
gregoriano) , Jorge Kosha (música clássica), Stanley Wilson (música incidental,
em Nova Iorque) e Alceo Bocchino e Mário Tavares (regência), Paulo Silva e
Cláudio Santoro (composição). Na Espanha, em Santiago de Compostela, estudou
técnica instrumental por alguns meses com Andrés Segóvia.
Em 1943, um ano antes de ser ordenado padre,
deixou o Seminário e seguiu para Cuba, acompanhando a cantora Lia Ray como
arranjador, diretor musical e violonista. Naquele país teve a oportunidade de
tocar com Perez Prado, Mongo Santamaría e Chico O´Farrel. Em 1950, mudou-se
para os Estados Unidos, quando estudou música incidental com o maestro Stanley
Wilson. Fez várias apresentações em Nova Iorque e gravou com Franco Rosolino,
Charles Mariano, Sam Noto, Mel Lewis e Max Bennet.
De volta ao Brasil, Waltel atua como músico. Em
1959 participa do Lp “Dance Conosco”, que teve participação de João Donato. E
integra o grupo Djalma Ferreira e Milionários do Ritmo, em que estão além de
Ferreira, Ed Lincoln e Miltinho. Em 1960 atua como guitarrista no LP “SaxVoz-
Elizabeth Cardoso e Moacyr Silva”. Integra o Trio Surdina, com o qual grava em
1963 “Trio Surdina em Bossa Nova”. Outro trabalho importante que tem sua
participação é o de Meirelles e Os Copa 5, com os discos “O Som” e “O novo som”
gravados em 1964 e 1965, nos quais Waltel toca com músicos como o saxofonista
J. Meirelles, Roberto Menescal, Eumir Deodato, Luiz Carlos Vinhas, Manoel
Gusmão, Dom Um Romão e Edison Machado. Em 1965 lança como compositor e
arranjador “A turma do bom balanço”, LP que possui, entre outras presenças, de
músicos importantes como Dom Salvador, Geraldo Vespar, K-Ximbinho, Edison
Machado, J. Meirelles, Neco e Ed Maciel.
Dois LPs de 1963 são importantes: “Guitarra
Bossa Nova”.e “Guitarras em Fogo”, ambos com participações de Baden Powell,
Neco e Geraldo Vespar .Waltel Branco participa da coletânea “Violão para quem
não gosta de violão”, com José da Conceição, Maurício de Oliveira e Codo, e faz
a produção musical para a Orquestra Românticos de Cuba.
Com a criação da TV Globo, em 1965, Waltel
torna-se diretor responsável por trilhas sonoras de novelas como “Irmãos
Coragem”, “Escalada”, “O Semideus”, “Bravo”, “Moreninha”, “O Feijão e o sonho”,
“A escrava Isaura”, “Supermanoela” e “Vejo a lua no céu”, além de especiais da
emissora. Para as novelas, Waltel compõe, inclusive, para trilhas
internacionais, sob o pseudônimo de W.Blanc. Na Rede Globo foi regente de
diversos festivais, entre 1965 e 1985.
Muitos compositores criaram música em homenagem
a Waltel: Radamés Gnatalli, Cláudio Santoro, Guerra Peixe, Laurindo de Almeida,
José Menezes, Theodoro Nogueira, Luiz Bonfá e, recentemente, Cláudio Menandro.
Regeu diversas orquestras, entre as quais a
Orquestra Jovem Santa Cecília, em Roma, a Orquestra de Cordas da CBS, a
Orquestra Romanza (para a Som Livre) e a Orquestra Sinfônica de Brasília.
Waltel Branco criou arranjos para Dorival
Caymmi (“Retirantes”, de Escrava Isaura), João Gilberto, Rosa Passos (o LP
“Curare”), Flora Purim (LP “Flora é MPM”), Maria Creuza, Vanusa, Zé Kéti, Peri
Ribeiro (LP “Alvorada”), Carlinhos Vergueiro, Sérgio Ricardo, Dom Um Romão (LP
“Dom Um”), Toni Tornado (LP “Toni Tornado”), Tim Maia (LP “Tim Maia”), Jane
Duboc (LP “Languidez”), e Odair José, entre outros. No seu currículo constam
também a produção e direção musical dos LPs de Freddy Cole e Johnny Mathis,
gravados para a Som Livre.
Gravou quatro discos de música erudita. Na música popular, afora os discos para novela, destacam-se os LPs “Recital”, “Meu balanço”, “Batucada fantástica”, Mancini também é samba” e “Violão em 2 estilos”, este dividido com Rosinha de Valença. Em CD lançou "Kabiesi", em 1997, “Naipi”, em 2002 e “Meu Novo Balanço”, em 2007, que é o relançamento de “Meu balanço” e algumas músicas inéditas. Em 2006, teve várias de suas trilhas para TV relançadas nacionalmente em CD no projeto “Som Livre Masters Trilhas”.
Gravou quatro discos de música erudita. Na música popular, afora os discos para novela, destacam-se os LPs “Recital”, “Meu balanço”, “Batucada fantástica”, Mancini também é samba” e “Violão em 2 estilos”, este dividido com Rosinha de Valença. Em CD lançou "Kabiesi", em 1997, “Naipi”, em 2002 e “Meu Novo Balanço”, em 2007, que é o relançamento de “Meu balanço” e algumas músicas inéditas. Em 2006, teve várias de suas trilhas para TV relançadas nacionalmente em CD no projeto “Som Livre Masters Trilhas”.
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