Nos
cinemas dos EUA, a pipoca, o chocolate e o refrigerante estão ganhando nova
companhia: o álcool. Durante décadas no país, leis estaduais e municipais
proibiam o consumo de bebidas alcoólicas nos cinemas. Mas esse cenário vem
mudando radicalmente nos últimos anos.
De
acordo com reportagem da revista Hollywood Reporter, 32 dos 50 estados
americanos relaxaram suas leis sobre consumo de álcool em salas de cinema nos
últimos dois anos.
“É
o item de consumo que mais cresce em nossa indústria hoje”, diz George
Patterson, VP do setor de comidas e bebidas da rede AMC – a segunda maior dos
EUA, com 5.260 telas. “As bebidas alcoólicas não canibalizam os doces, o
refrigerante ou a pipoca. Se eu instalo um bar no meu cinema, posso quase
garantir que minha receita com comida e outras bebidas vai subir. Mais de 70%
dos nossos clientes têm mais de 21 anos”.
Chardonnay
a US$ 14 - Seis anos atrás, apenas seis complexos da AMC ofereciam a opção de
drinques. Ao final de 2016, já eram 178 os cinemas com bares e lounges com a
opção. Desse total, 150 são exclusivamente bares, sem restaurantes com opção de
refeição. Os exibidores não divulgam seu faturamento com álcool, mas a AMC
estima em US$ 4,81 o gasto médio por cliente com itens adicionais ao ingresso.
Esse valor sobe 30% nos cinemas que possuem bar. Uma taça de vinho chardonnay,
por exemplo, chega a custar US$ 14.
Os
itens de bombonnière - e agora os drinques - tornam-se cada vez mais
importantes para os cinemas com a estagnação ou queda do número de
frequentadores. A receita da AMC com comida e bebida somou US$ 910 milhões em
2015, um salto de 41% em relação a 2010. Os números são excelentes
considerando-se que, em 2015, o custo original dos produtos antes da venda pela
AMC foi de US$ 129 milhões. A Regal, maior cadeia exibidora americana, com 7,3
mil telas, teve faturamento semelhante ao da AMC com alimentos em 2015.
Cinquenta
tons mais etílicos - A última estratégia da AMC é firmar parcerias com os estúdios
de Hollywood para a venda de drinques temáticos ligados aos filmes. A rede e a
Cinemark vão vender um coquetel “Cinquenta tons mais escuros” no fim de semana
de estreia da sequência da Universal, no próximo dia 10, fim de semana do Dia
dos Namorados. “Vamos oferecer as opções de um martini de expresso e uma
margarita mais escura”, diz o VP de alimentos da Cinemark, Phillip Couch. “Se
você não explora esse filão, não está oferecendo a experiência que uma parte
dos seus espectadores deseja”.
No
Brasil, as salas VIPs costumam oferecer opções de vinho, champanhe, cerveja e
outros drinques a seus clientes. Mas a prática não chegou ainda à bombonnière
comum, que atende os espectadores de todas as salas.
Lei
ainda seca - Um dos maiores mercados americanos, porém, continua fechado para o
álcool: Nova York. Desde 1934, uma emenda da Constituição do estado proíbe a
venda de drinques nos cinemas, consequência de um forte lobby feito à época
pelos donos de teatro da Broadway. Apenas cinemas no conceito dine-in (integrados
a restaurante) podem vender, como o novo cinema da iPic no bairro de Seaport.
Mas isso deve mudar em breve. Andrew Cuomo, governador de Nova York, acrescentou uma emenda em seu orçamento autorizando a venda de bebidas nas salas. Agora, os donos de cinema tentam remover uma cláusula que mantém a proibição para filmes com classificação G (todos os públicos) ou PG (acompanhado dos pais), restrição que não foi adotada por nenhum outro estado. (Filme B)
Mas isso deve mudar em breve. Andrew Cuomo, governador de Nova York, acrescentou uma emenda em seu orçamento autorizando a venda de bebidas nas salas. Agora, os donos de cinema tentam remover uma cláusula que mantém a proibição para filmes com classificação G (todos os públicos) ou PG (acompanhado dos pais), restrição que não foi adotada por nenhum outro estado. (Filme B)
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